terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Quais os motivos de festa

Coisas há que acabam
Nunca sendo motivo de festa.

O adeus das despedidas
Ligações que se rompem
Planos que abortam
Alegrias que se esfumam
Esperanças perdidas
Vidas terminadas
Amizades rompidas
E outras coisas tais
Pouco são festejadas.

No adeus ao fim do ano
As festas são evidentes
A euforia das gentes
Afoga-se em gasosas borbulhas
Pode até ser um engano
Mas enquanto saltam as rolhas
Entorpecem as nossas mentes
Trepa o calor à testa
Na saudação ao ano novo
E enquanto dura esse fogo
Faça o povo uma festa
E quando nascer novo dia
A ressaca provoca anemia
E para alegria sentir
Se passa o tempo a dormir
Nunca o que se há sonhado
Fará encarar o futuro
Voltando a viver o passado.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Desejos

Pensando refletia
Se a paz que neste dia
A todos nos desejamos
Mais que o simples dizer
Se pudesse ela entender
Mostrando que nos amamos.

Festas felizes são o desejo
Transmitido no abraço ou no beijo
Que se dá em saudação
Não façamos disso um engano
Mas tenhamos todo o ano
Presente essa intenção.

Para Natal acontecer
Deixemos Jesus nascer
Aceitemos esta dádiva querida
Sempre a todo o instante
Sendo o amor o garante
E guia na nossa vida.






                                                                                                                                 Natal 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

Rejeição

Ao longe era um pequeno ponto
Pouco se distinguia mas já se via.

De todos era o assunto
Podia ser a alegria mas quem o queria?

Persistir na amarga tristeza
Era pura teimosia ou seria apenas mania?

Apostar na firme certeza
Que a novidade trazia causava alergia.

Quanto mais se aproximava
Mais o ponto crescia e mais medo fazia.

Podia ser a salvação
Fazendo uma razia por isso se temia.

O que ao longe era um pequeno ponto
Ao perto e com grande apronto
Chegou e fez o que queria.

Trazer ao mundo inquietação
Na procura da razão
Num viver de alma vazia.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Fausto

Pelo nome se faz notado.
Opulento e de vaidade inchado
Anda por todo o lado
Como se o mundo lhe fosse pertença
Uns dizem ser de nascença
Outros que lhe foi crescendo
Faustoso nada temendo
Avança e faz furor
Investindo em tudo o que mexe
Ai daquele que se queixe
Ou lhe seja opositor.

O Fausto sempre se fez grande
Querendo parecer o Faustino
Ao Fausto falta-lhe o tino
Para ao nome fazer jus
E se a vida fica uma teia
Esconde a cabeça na areia
O Fausto faz de avestruz.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Onde estás?


Pergunta aquele que espera
E prepara a grande chegada
Porque sabe não ser quimera

Na caminhada que faz
Nas veredas endireitando
O coração busca a Luz
Naquele que vai chegando

Advento é preparação
Para a vinda do Senhor
O nascimento é sempre festa
Se o Natal for amor

Vem Senhor Jesus.

Sê minha força e alento
Que eu quero neste Advento
Preparar Tua vinda triunfal
E de alegria cantar
Pois só quem sabe esperar
Vive feliz o Natal.

sábado, 30 de novembro de 2013

Quem ama sempre ganha

Cheguei, vi, mas não venci
Mesmo assim não esmoreci.

Combati, pelejei, mas não ganhei
Mesmo assim sempre lutei.

Com pertinácia persistente
A inércia se combate
Se a força for interior
Nenhuma arma a abate.

Entrei no jogo a perder
O florir da sorte a não ver
Mas não me assumo perdedor
Revendo as jogadas na mesa
Guardo os dados na certeza
Que ganha sempre o amor.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Estações

Despertei com chuva, ouvindo notícias de Inverno.
Gentes fustigadas por temporais destruidores.
Assoladas por ventanias de miséria. Lama de fome entrando pelas brechas das paredes abaladas.
Ideais voando nos talhados arrancados pelo forte vento.
Corpos mirrados pela trovoada que cruza os céus, ultimo bastião da esperança.
Quando surgirá Abril?
Para quando a Primavera?
Até quando soprará o autoritário ciclone?
Quanto tempo durará a tempestade do cifrão?
Despertei com chuva desejando uma aurora solarenga, que me faça regressar a um verão mesmo fingido, para voltar à liberdade hipócrita que me concedem, se…
E depois virá o tempo outonal, das folhas caídas, dos frutos maduros, colhidos para as mesas dos ricos, donos deste pobre pomar.
“A desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza produz ricos” (Mia Couto).
Por isso o sol não brilha para todos, e continua o Inverno chuvoso, para quem precisa de calor nos estômagos vazios, para quem necessita de bonança numa vida sem teto.
“A ameaça da morte pela fome, lança o homem contra o homem, e os cidadãos contra os seus governantes” (Johnsom).
Para quando a primavera?
Hoje ainda despertei com chuva, e o céu carregado de negro não agoira tempos melhores.
Quem dera uma manha de nevoeiro, em que surgisse por entre a bruma, não o histórico Sebastião, mas outro Rei, o farol dissipador.
O amor em forma de cruz, o raio fulminante do exemplo de serviço.
Até podia despertar de novo com chuva.
Até podia ser Inverno.
Mas teria o calor da esperança, na espera do sol do verdadeiro verão.

sábado, 23 de novembro de 2013

Amor semeado

Hoje quero dizer-te
Que amanhã te quero ter
Com o amor que sempre tive
Num passado a não esquecer

Anda caminha a meu lado
Sê o amparo desejado
Na luta que encetamos
A forma como fazemos
Diz a vida que vivemos
O amor que temos e damos

Acreditar e agir
Poder estar e servir
Semeando sempre este lema
Diz como se deve amar
E sem precisar rimar
Fazer da vida um poema.

sábado, 16 de novembro de 2013

Consequência

Quando ao longe vislumbro fumo
Logo equaciono fogo
Se o odor é desagradável nas narinas
Existe porcaria algures
Se a ramagem se agita
O vento teimoso continua
Se descubro uma lágrima em teus olhos
O sofrimento acontece
Se paro e me pergunto
Avalio o peso que sou
Não sendo madeiro em cruz
Vou carregando quem me pega
Se ao fazer me tornar leve
Ouço o rumor da alegria
Se a noite não me coagir
O sol brilha é novo dia.

sábado, 9 de novembro de 2013

Esperar

Quando eu espero sentado
Grande vai ser a demora
Tempo não contabilizado
Ganas de cair fora
Não fora a chuva constante
Onde meus pés estariam
A espera foi a culpada
Dos projetos que ruíram
Serão só mais uns instantes
No relógio para todos igual
O tempo parou passando
Na espera intemporal
A angústia que a espera nos traz
O desassossego da alma
É veneno que corrói
Projéctil assassino da calma
Na espera também se morre
Se viver esperando morrer
Faz melhor espera na vida
Quem vive para viver.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Que fazer?

Pensei em escrever
Mas a mão começou a tremer
Forcei falar
Mas a voz teimou embargar

Sem falar e sem escrever
Que fazer, só ouvir?
E pensar, e sentir
Quem me vai impedir?

De agir de fazer
O que me vai prender?

As correntes não me arrastam
As opiniões são o que são
De algemas me sinto livre
Vivo a vida com razão

Ter razões para viver
Mostrar com a vida
Sem falar sem dizer
Apenas acreditar

Que vivendo a felicidade na vida
Posso ser feliz no morrer.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Paragem

Que privilégio… parar!
Parar sem travar a vida
Retirar-se para mergulhar nela.
O norte. A chuva de Outubro
S. Vicente Nome da rua e da casa
Geraz do Minho
A natureza. A ruralidade ao vivo
O alpendre assoalhado
O guarda de pelo branco e orelha caída
Olhar o horizonte pelos montes barrado
O silencio entrecortado pelas gotas do beiral
A tarde pingada mas calma
O guarda ao meu lado dormindo
As horas batidas na torre da igreja de Geraz
E eu guardando o guarda para que não acorde
No alpendre a ouvir chover
Cheirando com o olhar
Toda a maravilha em redor
O adivinhar do aroma
Dos variados verdes molhados
O barulho dos maxilares do guarda
Tentando apanhar a voadora mosca
Geraz do Minho
A simpatia de gente hospitaleira
A paragem que se impõem
Para melhor mexer na vida.
O guarda… O nome do guarda
 “ Duque.”

sábado, 12 de outubro de 2013

Construção

Nem ventos nem tempestades
Derrubam o meu querer
Nem chuvas torrenciais
Me fazem retroceder

Na noite fico gelado
Se me deixo dormir ao relento
Mais gela quem fica parado
Tolhido sem movimento

Sendo firme no caminhar
Avanço a todo o instante
Não sei ainda quando parar
Mas tenho um guia constante

Viver a construir
É norma de quem trabalha
Quem não constrói no amor
Vive a vida como calha

O alicerce é a base
De toda a construção
Há pilares na nossa vida
Que são suportes de união

Com a casa edificada
Mantê-la é condição
Abrir as janelas ao mundo
E as portas do coração.

domingo, 6 de outubro de 2013

Chamamento

«Vinde após Mim e farei de vós pescadores de homens»

Chamamento

Chamaste por mim Senhor?
Se chamaste vá lá diz
Chamaste por mim gritando
Ou chamaste por mim falando
No silencio que eu não fiz?

Chamaste por mim Senhor?
Se chamaste não ouvi
Pois continuo a fugir
E a não querer sentir
Que estás comigo aqui

Chamaste por mim Senhor?
 Deves ter chamado baixinho
Não abri meu coração
Para aceitar a vocação
De palmilhar Teu caminho

Chamaste por mim Senhor?
Por favor volta a chamar
Pois se te cansares comigo
Nunca te verei como amigo
Para tudo por Ti deixar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Na naturezanada se perde nada se cria, tudo se transforma

Esta frase dita por Antoine Lavoisier, à duzentos e alguns anos, foi também aplicada na campanha de mobilização e incentivo à reciclagem, e levou a uma maior consciência, de que aquilo que se poderia considerar lixo, pode tornar-se em algo útil e reutilizável.
Infelizmente não se aplica a toda a natureza esta máxima, senão, muito daquilo que o homem faz poderia ser aproveitado e o facto é que isso não se verifica.
Ex. as opiniões formadas (mal formadas diga-se) e as certezas daqueles que se arvoram em políticos, poderiam sofrer algumas mudanças, o que não se verifica e é pena.
Não serão eles totalmente responsáveis, porque não foram ainda criados os recipientes próprios para a recolha de ideias de merda, e de opiniões e leis da mesma matéria.
Passaram as eleições, e as discussões inúteis e estéreis aí estão na ordem do dia.
Todos os políticos ficaram na frente. Todos os partidos ganharam, (o que não deixa de ser verdade, pois infelizmente são sempre os mesmos a perder.)
Não é esta gente capaz de fazer uma avaliação séria, do que representaram estas eleições para o país, e tomarem as medidas que se impõem, para que no futuro haja mais empenho e seriedade nestes actos.
Mas não, continuam a ocupar-se com merdices que não levam a lugar algum, e que não servem nem para reciclar por falta de recipiente.
Há lixo que não serve nem para estrume.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Convite envenenado

Fui convidado a refletir
Depois do que vi e ouvi
Parei e refleti.
Após a releção
Olhei para mim e para ti
Quase não me reconheci
E tu eras a desilusão.

Fui convidado a dizer
Se penso aquilo que faço
E sem qualquer embaraço
Resolvi ficar calado
Porque vi estendido o laço
No olhar tingido e baço
De quem sempre me pôs de lado.

Fui convidado a ficar
Num lugar que não queria
E ao pensar no que faria
Se essa oferta eu não negava
A consciência trairia
Por viver dia após dia
Num lugar que não gostava.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O Fascínio do mar

Olhar o mar é fascínio inspirador
É o romantismo à prova
No suave beijo na macia areia
Deslizando mansinho sobre passadeira de espuma
Até se esbater nos degraus de pedra
Qual altar propositadamente enfeitado
Para o casamento perfeito.

O mar…
Sussurrante e dominador
Sobre aquela que sempre o espera
Para um abraço acolhedor
Convicta que a sua breve ausência
Terminará quando ele cansado da frenética ondulação
Se atirar de novo sobre si
Como esposo apaixonado e terno.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A cada instante...

Preciso pousar o fardo
Baixar a tensão
Descansar a mente
Repousar o corpo
Desanuviar atritos
Assentar ideias
Coordenar movimentos
Acalmar o grito
Tranquilizar o espírito
Sossegar desejos
Refrear impulsos
Travar a oralidade
Apaziguar refregas
Extinguir ruídos
Para viver em paz.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

No castelo abandonado

Recolhido a um canto, do inóspito aposento
Tolhido de medo pela escuridão existente
Não ousa mover-se temendo perder-se no labiríntico interior
Entra em aterradora histeria pensando nos monstros medonhos
Que as portas fechadas encerram.
As ameias que servem de pontos de vigia
São a entrada da pouca e coada luz
Que projecta sombras fantasmagóricas
O firmamento, esse, é um luzeiro só
Brilhante e provocador diante de tanta miséria.
Pobre mendigo…
Consciente da paupérrima situação
Faz uma oração na ânsia de atingir o alto
“Ouvi Senhor a minha súplica”
Como tivesse elevado a voz ouve o eco rezando
Por momentos regozija sentindo-se acompanhado
Contente por poder repartir um pouco da sua miséria
Nada, sozinho no seu castelo tão pobre quanto ele.
No lento caminhar da noite vai descobrindo o seu espaço
Sente-se dono de um mundo completamente desconhecido
Um castelo…
Um rei sem súbditos
Só ele, rei e senhor
Um mundo regido pelo medo que o impede de se movimentar
E o eco continua rezando
“Ouvi Senhor a minha súplica, atendei-me no meu propósito”
Um castelo pelo medo que me tolhe
Pela troca terei a minha liberdade
Sempre serei pobre, mas livre do peso
Do medo que não quero como companhia
Neste castelo que não quero meu.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Agradecimento

Um ano é já passado
Desde que de entranhas rasgado
E dormindo sono profundo
Nas mãos sábias da cirurgia
Me entreguei naquele dia
Para acordar de novo para o mundo.

De coração apertadinho
Mas sorrindo e rezando baixinho
Por uma esperança alicerçada
No “Amigo” sempre presente
Numa equipa eficiente
Que me devolve à vida almejada.

Agradeço por renascer
Mesmo aquando do sofrer
Vivia a vida em cada dia
Em cirurgia internado
Ou no tratamento ministrado
No paraíso em oncologia.

Rodeado de anjos com bata
Sempre irei lembrar esta data
Enquanto Deus permitir
Desde que de entranhas rasgado
Um ano é já passado
Mas o caminho é para seguir.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Despertar sempre adiado

Só a consciência que vivo no deserto
Me lançará na busca de um oásis.

Só quando me encontrar num revolto e medonho mar
Vou desejar um porto de abrigo.

Só quando experimentar a sede que mata
Vou lamentar a água desperdiçada.

Se a minha vida for negra noite
Um pequeno raio de luz me parecerá dia.

Até quando Pai este meu entorpecimento?
Será que algum dia irei acordar?

Desperta-me Senhor para a tua presença constante
Para que eu possa arrepiar caminho
E descobrir em Ti

A verdadeira luz que me guia nas trevas
O verdadeiro porto de abrigo
Que me fará entrar no oásis
Onde a pura água que és Tu
Jamais seja desperdiçada

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Obstrução

Sentado à sombra do plátano
Na margem do pequeno mas lindo rio ovil
Sem o intuito moralizador
Vejo no seu leito um exemplo.

Dois fios de água às margens relegados
O centro totalmente obstruído
Pedras, areia, amontoado de ramos
Entulho por fartas águas arrastado.
A maravilha é ver na pouca água
A sua limpidez e frescura
Segura do seu caminho
Confinada à margem, mas esguia
Caminho difícil mas continuo-o
Contornando obstáculos mas persistente
Desliza como ouro
Ao encontro de solos por fertilizar
O lixo, esse, continua imponente
Num trono de areia movediça
Pouso soberano que ruirá
Quando o caudal crescer
Então as águas retomarem o que é seu por direito
Acabando a imponência do lixo
Cedendo a corrente que por ora ele despreza.

domingo, 18 de agosto de 2013

O quadro da vida

Pintar um quadro sem ser pintor
Pode não ser arte
Mas é prova de amor.

Todos temos as tintas
Os pincéis e a paleta
O quadro vai sendo pintado
Cada qual sua faceta
Com guache ou a carvão
A óleo ou com relevo
Importante é o coração
Paisagem sempre em segredo
A Graça que Deus nos dá
De nosso quadro pintar
É exaltação na vida
É a força de lutar
Pinceladas são alegria
Outras são de sofrimento
Pintamos a vida com cores
 Em moldura de sofrimento
Pintar um quadro com “Graça”
Nome de nosso batismo
É viver o dia a dia
Em Deus, nossa força e heroísmo.


Para a Graça, de Baião em 15-8 2013 (doente oncológica)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O espaço que se ocupa

Algum é de todos.
Espaço livre
Outro diz-se ser de cada um
Mentira… Nem todos têm o seu espaço
Enquanto alguns usurpam o que não lhes pertence
Outros são confinados a espaço restrito
Se esbracejam demais são jogados para fora
Atirados no espaço
“Cada um tem o seu espaço”
Há o que é reservado e com alguma reserva se concede
Outro há que não sendo muito reservado
Apresenta algumas reservas
Concede-lo é educado
Mostra educação quem guarda espaço
Há quem tendo muito espaço em área
Vive sempre condicionado
Com muitos intervalos na vida, com muitos espaços
Estar no nosso espaço
No nosso lugar
Pode levar a ter consciência do mesmo
Questionado na sua valia exterior
No interior é essencial
Cuidar do espaço é cuidar da vida
Dar espaço à vida é viver sem interregno
É viver cada dia com amplo espaço.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estações

Despertei com chuva, ouvindo notícias de Inverno.
Gentes fustigadas por temporais destruidores.
Assoladas por ventanias de miséria.
Lama de fome entrando pelas brechas das paredes abaladas.
Ideais voando nos talhados arrancados pelo forte vento.
Corpos mirrados pela trovoada que cruza os céus, ultimo bastião da esperança.
Quando surgirá Abril?
Para quando a Primavera?
Até quando soprará o autoritário ciclone?
Quanto tempo durará a tempestade do cifrão?
Despertei com chuva desejando uma aurora solarenga, que me faça regressar a um verão mesmo fingido, para voltar à liberdade hipócrita que me concedem, se…
E depois virá o tempo outonal, das folhas caídas, dos frutos maduros, colhidos para as mesas dos ricos, donos deste pobre pomar.
“A desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza produz ricos” (Mia Couto).
Por isso o sol não brilha para todos, e continua o Inverno chuvoso, para quem precisa de calor nos estômagos vazios, para quem necessita de bonança numa vida sem teto.
“A ameaça da morte pela fome, lança o homem contra o homem, e os cidadãos contra os seus governantes” (Johnsom).
Para quando a primavera? Hoje ainda despertei com chuva, e o céu carregado de negro não agoira tempos melhores.
Quem dera uma manha de nevoeiro, em que surgisse por entre a bruma, não o histórico Sebastião, mas outro Rei, o farol dissipador.
O amor em forma de cruz, o raio fulminante do exemplo de serviço.
Até podia despertar de novo com chuva.
Até podia ser Inverno.
Mas teria o calor da esperança, na espera do sol do verdadeiro verão.

sábado, 3 de agosto de 2013

Por trás da porta

Sair à rua no contacto com o exterior
É ousadia guerreira.
Usar como escudo a porta aferrolhada
É travo amargo de uma vitória sem luta.
Grandes lutas por pequenez de objectivos
Tanta efervescência para tão rasteiras labaredas.

Por trás da porta…
Os dramas se mistificam ou são embuçados
Teimosa manutenção das dores da resignação.
Chispas escaldantes que saltam da apatia
Num coração corroído de medo.

Por trás da porta…
Esperando a razão para a razão
De um exílio voluntário.
Quando a razão for colectiva
Duplicará em força
Força que derrubará todos os muros
E fará ruir todas as portas.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Atitudes que matam

Não devia ter feito
Mas fiz
Só pensei em mim
Os outros, de perto ou de longe
Nunca entraram nas contas
Entrei na rota do individualismo
Primeiro o eu
Eu, em segundo
Em terceiro e sempre eu.

É difícil falar em grupo, estar em grupo
Fazer vida em grupo é ainda mais difícil.
Organizar e distribuir jogo
É tarefa para quem sabe
A finta e o remate nem sempre dão golo
Cada bola que sai ao lado
É ponto a menos para o grupo
Cada toque para fora
Enfraquece toda a equipa
O esforço individual deve convergir para o todo
Para dentro

Ponderação precisa-se como pêndulo de coesão
O básico não é medida
O ideal é a superação
O todo cresce
A confiança e a amizade robustecem
Então o grupo reaparece.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Palavras que ferem

Quem é o meu próximo?
Esta é a pergunta que fica da refleção litúrgica do XV Domingo do tempo comum.
Começaria esta pequena partilha por uma citação do P Vítor Gonçalves que fala assim:
- “Jesus valoriza a atenção e o coração generoso. Em cada situação é importante o outro, e a circunstancia, ainda que haja urgência na viagem ou actividades que parecem inadiáveis.
Como o servidor do templo ou o sacerdote que regressam das celebrações Sagradas e belas de Jerusalém, ficam mal na fotografia. “Tão junto de Deus” e tão distantes dos homens. Eles são o espelho para a nossa religiosidade e a forma de estar na vida.”
Podemos imaginar o demónio num inferno fora de nós, mas pelos nossos gestos e palavras, onde ele continua a reinar e a dominar é no coração e no pensamento de cada um.
Nem de propósito esta refleção, para mim e para quantos comigo se encontravam numa situação concreta e bem recente. Coisas há, que por vezes nos fogem do controle, e deixamo-nos tomar por atitudes de sobranceria grosseira, esquecendo-nos que aqueles que trabalhando nos servem, enquanto gozamos dum merecido descanso, continuam a ser o nosso próximo e um igual.
A nossa marca fica sempre, pelas boas ou más atitudes que tomamos.
Por vezes ficamos marcados pela negativa.
Nem sempre é assim, mas às vezes acontece.

sábado, 13 de julho de 2013

A arca da memória

A arca velha
As recordações
O tempo de brincar sem brinquedos
A arca velha das recordações
Sem motivos lúdicos.
Uma história contada
Com atenção ouvida
Um misto de alegria triste
Tristeza inconsciente
Numa alegria reinante
Por dificuldades superadas
Cada passo uma vitória
Alento no crescimento
O físico e o outro.
As ajudas
Humana e sobretudo a Divina
A arca velha da memória
De muro facilmente transponível
Porta escancarada
Transparência constante.
A arca velha
Pintada pelo pó do amor feito vida
Partículas contagiantes
Turbilhão perene
Afagos do pensamento.
A arca velha
Caixa do tesouro da perseverança
Baú de fantasias conscientes
Realidades dum tempo sempre vivido.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A marca que marca

Senta-te a um cantinho
Não estorves
Sai do sol
Tem cuidado com o frio
Não faças esforços
Não faças loucuras
Ainda estás fraco.
Pois… Como se me esquecesse do que tenho
Como se me esquecesse do que não tenho
Como se precisa-se de despertador
Quem vive sempre acordado
Um passo
Em falso
Nem precisa ser
Desequilíbrio
Mesmo que não aconteça…
Cuidado não caias
É melhor descansares
Descansar sem estar cansado
Cansar nada fazendo
A não ser… viver e esperar
Esperar e ouvir
Daqui, dali e dacolá
Ouvir sempre, porque…
Quem avisa amigo é
Por vezes os amigos nem avisam
Às vezes os avisos não são amigos.
O bom aspecto de agora, falado como circunstancia
Deve contrastar com o de facínora de antes
Como se alguém fosse culpado de ser apanhado
Por esta doença
Doença da moda
Doença de merda
Que nos põe na espinha em dois tempos
Que em dois tempos nos verga pela espinha
Até ficarmos hirtos
Direitos de mãos cruzadas
Com um terço entre elas
Como se algum dia nos tivesse-mos metido nessas contas
Nas contas do terço
E nessa altura
Nem um terço das contas feitas nos resolve o problema
Se é que a morte o é
Problema
Senta-te a um cantinho
Não estorves
Sai do sol.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Já sim... Mas ainda não

O Inverno findou
Mas no verão ainda chove
Termina o troço de terra batida
Mas entrar na auto-estrada obriga o reabastecimento
O torpor nas pernas desaparece
Mas a locomoção não é real
A limitação inibidora desvanece-se
Mas a vontade não faz tudo
A respiração ofegante vai tendo fim
Mas tarda a oxigenação sanguínea
A alegria vai surgindo
Mas há sempre teimosas lágrimas
As batalhas vão sendo vencidas
Mas a guerra continua
A tempestade amainou
Mas ainda cai muita chuva
O barco vai navegando
Mas há altas vagas que o açoitam
A morfologia já é outra
Mas o espelho não engana.

domingo, 9 de junho de 2013

Amor tricotado

A música tocava triste, vinha de dentro, do casebre
Balada do sofrimento continuo
O velho deitado, enterrado na roupa negra da enxerga
Rangendo os ossos sem a lubrificação natural
O amor
A velha sentada no degrau à porta, fazia tricô
Tricotava umas meias
Meias de lã
Seriam para o velho talvez
O calor do amor tricotado pelas grossas mãos enrugadas
Um olhar vazio, ausente
Fazer mais por instinto que por clareza
A pouca visão não vai além da agulha
Dos fios enrolados nos dedos
E as meias vão crescendo para poderem ser usadas
Nos pés do velho quem sabe
Que já não sai da cama mas vai agora ser calçado
Quem todo o tempo andou descalço
Umas meias de lã, o calor do amor tricotado
Para quem guerreou na vida com alfaias agrícolas
Lançando o grão à terra
Nos sulcos por ele feitos
Marcados hoje no rosto tisnado
Onde se pode ler a saudade de um sorriso
De um abraço amigo
Só a velha o acode na dor escondida sob as mantas
O degrau da porta, a sombra da tarde
Umas meias para quem nunca viveu por inteiro
Que lavrou a terra derrapando nas curvas do tempo
Entrando em despiste na vida
Umas meias para os pés de quem se levantava com a aurora
E que hoje já não vê o sol
Não vislumbra os dias passados nem os que virão
Mas calçará o amor tricotado por uma companheira velha
Com pouca vista mas grande coração
Testemunhado pelos fios e pela agulha
E pela sombra que faz no degrau da porta
E a música toca triste
A balada do desespero entranhada nos ossos.

sábado, 1 de junho de 2013

Medida de peso

Dois pratos, uma balança
Num prato o peso
No outro o pesado
Ser pesado sem pesar
Ser leve sendo pesado
Deixar-se pesar pelo peso
Pela força do outro prato
Pela medida que pesa
Que avalia o peso
Não querer pesar mas ser pesado
Ser fardo, jugo
Fazer oscilar o fiel
O medidor do peso
O marcador do pesado
Ser pesado no viver
Ser peso morto
Colocado na balança
Sem escolher o lado
Estar sempre num deles
Num prato
O fiel medidor centra-se no equilíbrio
O pesado vem acima
Se o peso medida se iguala ou superioriza
Dois pratos duas vidas
Pesados numa só balança
Quando não se balança na vida.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Anos de vida

Aumentam os anos
Mais fortes os laços
Firmes num sorriso
No calor de teus braços.
Passam os anos
Não se extingue o desejo
Do afeto amoroso
Selado num beijo.
Os anos avançam
Mas fica a vontade
De viver a vida
Num amor de verdade.
Os anos passam
Mas não passam em vão
Aumenta a família
Cimenta a união.
Passam os anos
O amor floriu
Juntos segurando
O que Deus uniu.
                                                                         28 - 5 - 2013

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Saber rir

Há quem não ria por não querer
Outros não o fazem por não saber

Quem ri da própria desgraça
E não se entrega ao desalento
Rirá em todo o momento

O que usa de um riso amarelo
Rirá fazendo um favor
É um riso por medida
Gargalhada sem sabor

Estampar um riso na vida
É rir com espontaneidade
É transmissão de alegria
É um riso de verdade

Se ris e te alegras comigo
Sem nunca te rires de mim
Até podes rir primeiro
Se ris transpirando amor
Rirás ainda melhor
Quando te rires no fim.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Corrida de fundo

Anos após anos, sempre a treinar
Provas e mais provas sem lugar no pódio
Onde fui chegando nunca foi a meta
A prova rainha continua a decorrer
O terminus pode acontecer a qualquer momento
A linha de chegada ainda se não alcança
Poderá surgir depois da próxima curva
Na corrida de fundo dosear as forças é essencial
Controlar a respiração é exercício prioritário
Desfalecer obriga a paragem
Chegar ao fim objetivo fatal
Nem sempre ganha quem primeiro chega
Doloroso para quem corre descalço
Penoso fim para quem ousa entrar em prova
Martírio maior para quem é impedido de participar
Cortando assim a meta sem entrar em prova.

sábado, 18 de maio de 2013

Levitação

Levita meu pensamento
E na vontade de voar
Tropeça meu sentimento
Nas margens do teu olhar

       Levita minha vontade
       E no voar do pensamento
       Rasteja o meu olhar
       Na esteira do sofrimento

Levita o meu desejo
Por um sol primaveril
Mas o escuro do céu
Ameaça por águas mil

        Levitam sonhos forjados
        Em cadinho incandescente
        Fundindo a realidade
        Dum sonho sempre presente.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A palavra

É máquina de terraplanagem.
Corta.
Abre sulcos ou alisa
Conforme o gume da lâmina.
Arrasta e impele
Pisa e eleva
Separa e aglutina
Amontoa e desfaz
Une e desprende

A palavra pode ser

Ruído ensurdecedor
Silencioso conselho
Explosão de raiva
Terno murmúrio
Fúria incontida
Suave afago
Abraço amigo
Arma de arremesso
Ou disparo mortal.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sonhar para viver

A vida não se explica
É sonho codificado
Sonho sem, ou com história
Os sonhos não se contam
Porque os sonhos são para ser vividos.
O que eu sonho, é segredo
Felicidade é fazer de um sonho realidade
Quando vividos deixam de ser segredo
Mas ninguém sabe quando vivo um
Segredo só meu
E eu sonho sempre
E tenho vivido
Uma realidade sonhada
Um sonho sempre vivido
Porque os sonhos são para ser vividos
Sonhos lindos
Alguns pesadelos
Sonhos mais acordados que dormidos
Continuando a perseguir o sonho
Porque os sonhos são para ser vividos
O sonho comanda a vida
A vida desperta sonhos
Há sonhos nunca vividos
Há realidades nunca sonhadas
Há vidas nunca explicadas
Porque assim como um sonho
Nunca terão explicação.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Olhar num olhar

Olha para mim amor
olha mas para ver
o interior de meu peito
do coração o bater
      Foste luz que fez brilhar
      a noite da minha vida
      Que transmite num olhar
      imenso amor sem medida
Está no dar e receber
o melhor lema do mundo
vale sempre a pena sofrer
para não descer no fundo
      Quisera poder viver
      e sempre feliz fazer-te
      fortificando o meu amor
      melhor forma de querer-te
Passam os dias ao ritmo
do bater do coração
vivo a vida no limite
em perigo de contra mão
      Olhar a vida como festa
      com música sempre a preceito
      até o coração dançar
      no arraial do teu peito
De sapato ou de chinela
entrar no baile a sonhar
dançando sempre contigo
sempre fazendo teu par
      O amor é doação
      que não se mostra falando
      a vida é que dá testemunho
      no caminho que se faz caminhado.

sábado, 27 de abril de 2013

A crise não desculpa tudo

Tenho tentado poupar
Já nem como para não defecar
Porque dizem que trampa é dinheiro
Vou guarda-la bem guardada
Até ficar com a barriga inchada
Fazer do cu um mealheiro.

 Por muitos sou censurado
Já olham para mim de lado
A qualquer local onde vá
Só porque evito comprar
Fugindo assim a gastar
Aquele pouco que há.

Nas decisões que tomei
Os benefícios são meus, eu sei
Mas baralham muita gente
No café ao pequeno-almoço
O leite vem de casa no bolso
Só quero a mesa e chávena quente

Porque o barbeiro é meu amigo
A máquina já vai comigo
E o pente na algibeira
Para o cabelo cortar
Só preciso de ocupar
O espelho e a cadeira.

O poupar é minha sina
Há quem me chame sovina
Mas o proveito é só meu
De hora a hora Deus melhora
Nunca gastes lá por fora
O pouco que a vida te deu.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Se de um lado chove...

A primavera chegou chorando
É água por todo o lado
Agacho-me
Resguardo-me
Mesmo fugindo da chuva
Acabo sempre molhado.
Se de um lado chove
Do outro vem temporal
Escondo-me
Esgueiro-me
Quando me julgo salvaguardado
Há algo que me desnuda
Acabo sempre molhado.
Busquei o quente conforto
Do interior que me rege
E sempre me tem guiado
Calei
Escutando o silêncio
Pensei
Aí estar a salvo
Mesmo assim fiquei molhado.
Com o calor do querer
Sequei a roupa no “pelo”
Que a chuva tinha molhado
Entrego-me
Imolo-me
No fogo que faz o amor
E da chuva me tem livrado.

domingo, 7 de abril de 2013

O caminho faz-se caminhando

O caminho faz-se caminhando é uma verdade sempre actual e verdadeira, quando há um objectivo sério que exige abnegação e persistência, a não existência destes propósitos desvalorizará todo o esforço empreendido.
Diz quem sabe que andar a pé, não é o mesmo que caminhar.
Hoje vejo muita gente a caminhar como forma de manter o bem estar físico, só que a nível de cabecinha nunca avançam o suficiente para entrarem no caminho que se faz caminhando.
Conheço pessoas que metem os pés a caminho e avançam a passos largos numa forma saudável de estar na vida e em sociedade dando algum do tempo que usufruem no serviço aos outros, serviço pouco reconhecido, sendo sempre os que dele beneficiam, que criticam a forma de estar na vida daqueles que se dão por inteiro, e vão fazendo o caminho caminhando.
Por vezes fico apreensivo por constatar estes factos amiudadas vezes, mas cá dentro tenho uma forte esperança de que estes pecados se irão diluindo, mas até lá o que vejo é cada vez mais gente a embarcar na moda do dizer mal de tudo, mesmo quando o tudo está bem.
Se é por estar na moda ser maldizente prefiro ser antiquado.
«Sujeitai-vos á moda, ou abandonai o mundo», é uma das leis do nosso tempo que leva á perfeição o clássico latino: «infelizmente, a opinião tem mais força que a verdade».
Hoje a grande deusa do nosso tempo é a opinião pública, e já se sabe que a opinião governa o mundo com a mesma técnica com que um cego guia outro cego.
«Se está na moda levar albardas, põe uma e vai na frente», diz o refrão popular.
E então aí estamos nós, como uma récua de burrinhos, levando as mesmas albardas ideológicas.
Grave é, sermos nós os mais velhos um testemunho falido para os jovens, porque eles imitam-nos na perfeição, quando o objectivo é dizer mal, e eu falo do que sei, porque na experiência que vou tendo com os jovens, ouço o que alguns deles dizem e parecem os adultos da família na arte de mal dizer.
O caminho faz-se caminhando, mas que caminho queremos nós fazer?

terça-feira, 2 de abril de 2013

Alegria na certeza

Ainda não tinha ouvido a tradicional campainha
Os foguetes ainda não tinham troado
Os sinos não repicavam ainda
Mas o constatar da Tua presença contínua
Era uma realidade.
O dia havia amanhecido
Abri os olhos à luz
Estava vivo
Da minha janela ouvia a banda que tocava
Bando de aves em música abençoada
E sem aleluias cantar
A alegria veio para ficar
Entrou, estava aberta a porta
Levantou a manta da fé ainda não morta
Sentou-se à mesa comigo ficou
A ressurreição que se anunciou.
Todos os dias em cada lugar
A festa da Páscoa vai continuar
Se na vida não renegar a cruz
Sempre estarei a caminho da Luz.

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Liga que me liga

Fui convidado a ir à Liga
Entrei como voluntário
Ouvi e fiquei ligado
Senti-me com muita azia
Sem o órgão que a cause.
Fechando os olhos vivi um filme de que faço parte.
Numa acção de formação
Sai informado e com certificado
Certificado do que não tenho
Informado do que me resta.
Satisfeito por resistir
Ao flagelo do sofrimento incutido
Vivi incógnito por duas horas.
Por entrar na liga fiquei ligado
Ao tecnicismo profissional
De normas debitadas oralmente
Para gente sã
Sobre o mal que em mim grassa.
Entrei num forno em brasa
Já queimado em primeiro grau.
Acabei por sair quase ileso
Caminhando sobre lava incandescente
Descendo pelo próprio pé
Os degraus dos cinco andares
Para atingir o firme solo
Com um certificado no bolso.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Dezanove de Março

Nada mais simbólico
Dia de S. José, dia do pai.

Quem é pai um vez no ano
Se calhar é pai por engano.
O pai que se quer verdadeiro
É pai a tempo inteiro.
Entre pai e progenitor
 Salta a palavra amor.
Palavra igual a sentimento
Porque o pai não se dilui no tempo.
Feliz de quem pai pode ter
Felicidade tem, quem o sabe ser.

Pais precisam-se.

Todo aquele que pai é
Faz de todos os dias
O dia de S. José.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Quem não pode...

Quando tudo o que vejo
Tudo quero
Se não consigo
Triste desejo
Não ser igual nem é defeito
Sou diferente
Assim me aceito
Aquilo que tens é teu
Se tanto não consigo
Estou com o que é meu e fico bem comigo
Se não posso correr
Vou devagar
Tu passas correndo
Mas eu vou chegar
Se és feliz por muito ter
Eu vivo bem e gosto
De apostar no ser
Pouco me importo de tuas riquezas
Vivo feliz nas minhas certezas
Na minha pouca matéria
Me tenho de pé
Estaria na miséria não vivesse da fé.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Amor contagiante

Bom dia amor.

Abriste os olhos
Sorriste
Brilhou o sol.

Ergueste teu corpo
Disseste bom dia
Cantaram os pássaros.

Pisaste o chão
Olhaste o céu
As flores se abriram.

Iniciaste as lides
Árduo trabalho
Amor feito vida.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Porquê um dia no ano

A mulher como mulher
O amor em minha vida
Pulsação do coração
Música em meus ouvidos
Sino que retine e me embala
Notas por arco arrancadas
Gemido meigo e suave
Guitarra em meus braços tomada
Sonata enlevo constante
Musa de inspiração
Sempre
Todos os dias
Em cada ano
Em toda uma vida
Mulher que é
É sempre a mulher.
                                                       8 – 3 - 13

quarta-feira, 6 de março de 2013

Nomes pouco vulgares

Quando eu era rapaz, residia perto da minha casa uma senhora que se chamava Prudência.
Não sei se por acaso, mas essa senhora tinha uma filha que se chamava Graça.
Ainda hoje conto com a amizade da Esperança, e conheço a Felicidade que há algum tempo vive no estrangeiro, por isso não posso assegurar se é ou não feliz.
Há nomes bastante sugestivos como: -Saudade, Felizardo, Próspera, Purificação, etc.
Estes são nomes que me são familiares, mas que hoje vão perdendo de moda, os que estão mais na berra são: a Teimosia, a Prepotência, a Auto-suficiência, o Poder. Então este, o Sr. Poder.está em todo o lado, fala alto tem cá uma mania e ninguém o cala.
Outros nomes há com quem eu gostaria de lidar, mas vão sendo mais escassos,casos da D. Compreenção, a Sra. Calma, a D. Razão, a Sra. Justiça, e porque não o Sr. Dever? Alguém conhece esse Sr? Claro que não, esse é nome em extinção. Hoje o que campeia é sua Excia. o Sr. Direito, toda a gente faz questão da sua companhia.
No trabalho, na família, na vida comunitária ele é rei e Senhor., eu tenho Direito, eu quero o Direito, e ai daquele que mo queira tirar. O Sr. Dever, esse finou-se.
Há alguns nomes que deixam a cambada inflamada, e qualquer faísca é causa de explosão, nem é preciso rastilho basta entrar em cena a balofa da D. Vaidade que faz inchar quem com ela convive, reduzindo tudo o resto a lixo. Nada disto aconteceria se nos fizesse-mos acompanhar pelo Sr. Respeito.
Respeito pela opinião do outro, respeito pelos pertences do outro, Respeito simplesmente pelo outro.
Onde anda vossemecê Sr. Respeito? Há tanto que não o vejo, será que foi fazer companhia á D. Tolerância e fazer morada definitiva em qualquer cemitério?
Noutra qualquer oportunidade falarei de nomes porventura mais sonantes, mas que são só isso mesmo, só fazem barulho. Por agora não os chamarei á liça, não por medo… não, esse Sr. de nada me impede, mas há momentos em que a D. Consciência faz Clic, e obriga a parar, para não embarcar com o Sr. Pessimismo, porque ainda assim prefiro andar com a minha amiga Esperança.
Esperar que haja Respeito, esperar na Solidariedade, esperar na Entreajuda, esperar no São Convívio. Esperar no Amor gente; para não nos fulminar-mos só com o olhar.
Que coisa horrível, quem são os nossos inimigos?
Ai somos amigos?
Desculpem não parece.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Enigma

Saber lidar com ele, é vencê-lo sem guerra
Com ele lutar, é dar-lhe passagem
Há quem o queira parar, sem conseguir
Se ele fosse rio tu serias margem
Se para ti ele é vida, terás de o conduzir
E sempre te acompanhará
Ontem viveste com ele
Está contigo hoje e estará amanhã
Ele passa, avança sem parar
Tu vais com ele, e vê-lo passar
Não o dominas, mas não te deixes dominar
Correr de nada vale, nunca lhe vais ganhar
Se tu nele paras, vais estagnar
Crer que de ti faz parte
É viver com arte
Muitos dizem fazê-lo, mas é ele que nos desfaz
Se nele viveres atento/a
De lhe dares luta, sempre serás capaz.

Neste enigma sem título
A tua criatividade um nome lhe dará
Ao escrevê-lo por mim passou
Mas comigo ainda está.

ps: Gostaria de saber a tua opinião
 Para o título em questão.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Amar a xis por cento

Percentagem no amor, não…
Por favor!
No amor sempre o tudo
Não se ama em prestação
Gostando só do que é bom
No amor está-se inteiro
Com virtudes
Imperfeições
Na pele macia na ruga vincada
No mudo queixume
Na gargalhada
Amar não é favor
Gostar só, não é amor
Amor é dar-se
Amar é gastar-se
Amar e saber-se amado
É felicidade em dobrado
Viver feliz traz alento
Triste vive quem ama a xis por cento
Percentagem no amor, não…
Ninguém divide o coração.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Amor namorado

Que bom poder namorar
e na vida ter um lugar
para o amor sério e profundo
cuidar dele com ternura
é ter para sempre a cura
das doenças do nosso mundo.

 Amar-te é bênção de Deus
por isso agradeço ao céus
do bem que tenho gozado
em ti tenho a companheira
tu tens minha vida inteira
serei sempre teu namorado.

Em dia de S. Valentim
digo de novo o meu sim
com amor inteiro me dou
para feliz sempre te ver
contigo quero viver
partilhando aquilo que sou.
                                                       

                                                                     S. Valentim 2013


domingo, 10 de fevereiro de 2013

A tanga

Logo hoje…
As condições atmosféricas adversas
A natureza no seu melhor
Atravessaram-se no meu caminho
Boicotaram-me os planos
A intenção primeira sair à rua
Objetivo fantasiar-me de Tarzan. Investimento moroso na indumentária
A tanga…
E quanto custou a encontrar
Nem qualquer tanga me serve.
A primeira tanga quem me deu foi a Jane
Ao não me querer acompanhar
Um dia ainda a troco por uma comedora de bananas.
Como lamento não poder desfilar de tanga
Tanto tempo a treinar, pois há muito que ando com ela
A tanga
Desde o tempo do Guterres, quando o Sr. anunciava:
- Estamos de tanga.
Desde aí amarrei-a à cintura e não mais a larguei
Ainda tentei agarrar-me à liana, mas com o passar do tempo, e o adensamento da selva, a liana foi mirrando, e hoje é mais difícil apanha-la.
Vai por certo ser mais pobre este carnaval sem o meu trajar à Tarzan
A tanga, vou continuar a usá-la todos os dias
Mesmo não sendo o homem macaco
Já me habituei a viver nesta selva
Onde os macacos podem não ter bananas
Mas continuarão a coçar para dentro.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ser sinal

Ser aviso
Prevenção
Sinal premente
Atenção
No dizer calado
No silêncio mostrar.

Ser sinal
Não obrigatório
De direção
Rotunda na encruzilhada
Fluidez constante
Piso regular.

Sem lombas
Sem buracos
Rugoso mas aderente
Em condução consciente
Sinónimo de boa viagem
Com escapatória de repouso.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Deixem-me sonhar

Foi este o pedido feito pelo treinador de futebol, José Torres, uns anos a trás aquando do campeonato europeu em França.
A frase ficou célebre, porque o pedido feito era o de alcançar algo que a grande maioria achava ser impossível.
E como sonhar não é um privilégio só para ricos, e o governo ainda não se lembrou de o taxar, eu, ainda me vou dando ao luxo de sonhar, e nos meus sonhos, aquilo que parece uma tarefa difícil nunca se mostrou impossível.
É por isso que eu sonho.
E por vezes sem estar a dormir eu sonho, com um rio calmo de cristalina água, onde não chegou ainda a poluição, que até eu sem saber nadar, me atiro num desejado e profundo mergulho, com confiança, porque os outros, os que sabem nadar e se encontram já no rio, me ajudam, e levam com cuidado até à foz.
Foz esta que não é no mar, mas numa imensa clareira sem fim, onde milhares de homens e mulheres, idosos e crianças, juntos entoam um hino suave, e todos sem excepção, cantam com harmonia e vibrante entusiasmo, e quando a música chega ao fim, não se ouvem gritos histéricos nem assobios de aplauso, mas a alegria vê-se estampada no rosto de todos os seres que cantaram, contagiando assim a minha vontade de participação, mas não consigo emitir qualquer som, faço um desumano esforço puxando a plenos pulmões, mas não consigo, só vejo e ouço, é então que penso sonhando… se calhar não preciso abrir muito a boca nem mover os lábios, nem puxar pelas cordas bocais, porque o hino, esse hino, tem que ser cantado com o coração.
Que bom seria se o sonho não acabasse, pelo menos até eu aprender a música, até conseguir trauteá-la minimamente, para poder entrar no coro sem desafinar, fazendo ouvir a voz do coração, dirigido por um cérebro genial, limpo de todas as imundícies poluentes, para que se possa mergulhar no rio do meu sonho, rio calmo e de cristalina água.
Explicação? Nunca a procurei para os meus sonhos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quando o azar penetra...

Quando chega o azar a sorte está a acabar.
Sim porque há muito tudo vai à sorte.
Há classes, onde a classe é sempre a descer.
No que se refere aos professores tem sido assim.
Ena pá: fui colocado.
Tive sorte.
O meu horário é completo.
Estou com sorte.
Só me roubaram um subsídio.
Vá que não vá.
Ainda nos deixam manifestar.
Que grande sorte.
Tudo nos prejudica.
Que falta de sorte.
Até uns porcos nos entravam.
Só nos faltava esta.
Parados na auto-estrada por outros.
Que grande azar.
Quando o azar penetra qualquer porco nos aperta.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Vida: Corredor da morte

Chamam-lhe o corredor
Estreito
Curto ou comprido
Não é uma sala
É uma cela
Circula-se livremente
Dentro dela
Fim decretado
Acabar sentado
Esperar o dia
Que leva à escuridão
Corredor deserto
Solidão
Exterior tão perto
Cortado por uma parede
Existir mergulhado
Morrer de sede
Mirrado na dor
Por viver no corredor
Morte: Corredor da vida.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E você "Não está mijando fora do penico?"

Qual a minha posição dentro de campo?
Prefiro jogar à defesa, ser armador de jogo ou comandar o ataque?
Bem, se calhar não vou por aqui, teria que falar de bola de treinadores, e isto já não vai lá com fútebois, e depois iria dar razão a uma amiga que me apelida de enigmático, e eu não pretendo confundir ainda mais, aqueles que já fazem confusão com tudo, e afinal do que eu quero falar é da Igreja, da Igreja a que pertenço e amo mas que não é minha, é a Igreja de Jesus Cristo, aquela em que me insiro e quero servir dando o meu melhor mas que nem por isso é mais minha que de qualquer outro irmão que se digne a ela pertencer.
A Igreja de Jesus Cristo não é pertença de ninguém, eu é que se quiser posso a ela pertencer.
Quando eu era mais jovem e pensava que já sabia tudo metia o «bico»(às vezes) onde não devia e a chamada de atenção do meu pai vinha logo em cima….
«andas a mijar fora do penico,» e esta expressão vem a propósito nos dias de hoje porque dá a impressão que é tudo estrada, é tudo a direito e já ninguém acerta no penico.
Os filhos sabem mais que os pais e querem mandar neles, os alunos pensam saber mais que os professores, os facínoras é que condicionam as autoridades e até os fieis da Igreja a que pertenço, muitos deles já pensam saber mais que o padre, e se o Papa não se acautela um dia destes tem algum iluminado a ocupar a sua cadeira mesmo que o fumo da chaminé do Vaticano seja negro.
Por falar em o negro olhem que a cor do quadro que se nos apresenta não é melhor, é também ela muito escura e o certo é que olhando à volta não vejo tintas muito coloridas.
Mas voltando ao enigma com que comecei este texto, a minha posição na Igreja sempre foi de serviço, jogando em qualquer sector do terreno, jogo para a equipe, às vezes mesmo em posição de remate não me inibo de passar fazer jogo com um companheiro e no fim todos fazemos a festa pela vitória, ser vedeta, fazer muitas fintas e ficar sem bola é sempre má jogada.
Fazer da Igreja de Cristo uma bandeira é o meu lema, trabalhar para o seu engrandecimento e valorização é o meu desejo, não vivo em Igreja para agradar ao padre, mas respeito muito quem me é superior e valorizo muito a amizade que fazem o favor de me dispensar.
Segundo uma das encíclicas papais, «O que a Igreja deseja é juntar à Luz da Revelação a competência e a responsabilidade de TODOS.
Quando chegarmos aí os outros dirão…..«vede como eles se amam», e não….
«Vede como eles se tramam.»

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sim acredito

Por isso digo: “O Senhor é meu pastor nada me falta”
Só que muitas vezes fecho-me em mim e esqueço o que Lhe disse na oração, esquecedo-O na hora em que mais preciso Dele.
Saber que não estou só no caminho da vida deveria ser o pensamento constante da minha fé, acreditando que é Ele que me pode ajudar.
A auto-suficiência de pouco me vale.
Se a criança no seio da mãe preocupada em nascer, contasse só com as suas forças e com a sua habilidade, jamais viria à luz.
Mas há quem a faça sair do sei materno.
É a própria dinâmica da natureza, é o mistério de quem a precedeu, e a mãe com a sua dor diluída pelo amor sentido.
A minha fragilidade está em olhar para mim, sempre para mim e só para mim.
Não percebo que a minha mãe está perto, e que Deus é a mãe em que vivo e existo, que me fará sair para a luz. E esta comunicação entre mim e Deus deve ser radical, como a comunicação entre o feto e o seio que a contem, neste caso eu, o feto, tenho como ventre o universo inteiro.
Acredito que Deus olha para mim através da luz em que estou envolvido, pelas estrelas que me cobrem, e sempre sou tocado por Ele quando o vento me afaga, a água me molha, ou quando a fome me estimula. Sinto que me fala no pão que como, na água que bebo, através do amigo que me fala, na dor que me faz chorar, e na alegria que consigo partilhar.
Cada som que ouço, cada coisa que vejo, cada alvorada que se repete, cada encontro que realizo, são sinais de alguém que me precedeu e sempre me interroga:
Deus. Sem dúvida que posso dizer sempre: não acredito nisso, não creio naquilo.
Há em mim o poder de não crer, o poder de dizer não à esperança, a possibilidade de não querer amar, mas acredito que os sinais do mundo nunca deixarão de interrogar-me, mesmo que tenha de esperar até ao fim dos tempos.
Se calhar não devia esperar tanto para encontrar o caminho que me fará obter a paz e a alegria, se não for por aqui, quando muito poderei alcançar uma certa calma, uma pitada de melancolia e uma árida indiferença, ou uma pachorrenta comodidade, mas a exaltação plena e a felicidade, nunca me pertencerão totalmente. “Parece impossível, mas até as coisas menos bonitas, se tornam vivas e belas quando invadidas pela Luz” Por isso digo:
“Em tudo te ncontro Senhor.”

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Refregas inuteis

Quando a vida chega ao fim, pode ter-se a sensação de que uma batalha foi ganha, pela luta que se travou durante a vida.
A resistência constante às vicissitudes que sufocam.
O dizer não ao facilitismo reinante,
O manter-se firme no ser mulher/homem numa entrega total à família ao trabalho.
O viver em comunidade.
Tudo são atitudes que dizem dos valores postos na luta que se venceu, mas que podem não ser o garante de um clima de paz, para aqueles que ficam do lado de cá.
Há guerras que só se declaram, depois da luta que alguém travou e da qual saiu vencedor.
Acontece esta guerra porque eu, tu e o outro, não tomamos a necessária consciência de que de um dia para o outro, a nossa batalha também acaba, sem sermos nós os vencedores, porque as “armas”utilizadas nunca nos permitiriam uma vitória.
Viver em estado de constante guerrilha é puro terrorismo, mesmo que as “bombas” lançadas, sejam só o som que a minha língua me permite produzir, ou a facção conspiratória da qual faço parte.
Fazer uma guerra surda em que a principal arma é o diz que diz, é falta de respeito para quem pretende vencer a sua batalha sem fazer a guerra.
A nossa sociedade tem muito pouco de Deus, há sim uma outra força que não vem do Alto, mas do poder das trevas, que impera em muitos corações.
São graves as consequências da falta de amor e compreensão que se vão vivendo no nosso meio familiar, social e comunitário.
«Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito».
Adverte-nos S.Paulo.
«Nada de provocações, nada de invejas entre vós.
Se vos mordeis e devorais, vede que não acabeis por vos destruirdes uns aos outros».
Há batalhas que se devem enfrentar, mas há guerras que em nada compensam.