Sentado à sombra do plátano
Na margem do pequeno mas lindo rio ovil
Sem o intuito moralizador
Vejo no seu leito um exemplo.
Dois fios de água às margens relegados
O centro totalmente obstruído
Pedras, areia, amontoado de ramos
Entulho por fartas águas arrastado.
A maravilha é ver na pouca água
A sua limpidez e frescura
Segura do seu caminho
Confinada à margem, mas esguia
Caminho difícil mas continuo-o
Contornando obstáculos mas persistente
Desliza como ouro
Ao encontro de solos por fertilizar
O lixo, esse, continua imponente
Num trono de areia movediça
Pouso soberano que ruirá
Quando o caudal crescer
Então as águas retomarem o que é seu por direito
Acabando a imponência do lixo
Cedendo a corrente que por ora ele despreza.
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