segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quando o azar penetra...

Quando chega o azar a sorte está a acabar.
Sim porque há muito tudo vai à sorte.
Há classes, onde a classe é sempre a descer.
No que se refere aos professores tem sido assim.
Ena pá: fui colocado.
Tive sorte.
O meu horário é completo.
Estou com sorte.
Só me roubaram um subsídio.
Vá que não vá.
Ainda nos deixam manifestar.
Que grande sorte.
Tudo nos prejudica.
Que falta de sorte.
Até uns porcos nos entravam.
Só nos faltava esta.
Parados na auto-estrada por outros.
Que grande azar.
Quando o azar penetra qualquer porco nos aperta.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Vida: Corredor da morte

Chamam-lhe o corredor
Estreito
Curto ou comprido
Não é uma sala
É uma cela
Circula-se livremente
Dentro dela
Fim decretado
Acabar sentado
Esperar o dia
Que leva à escuridão
Corredor deserto
Solidão
Exterior tão perto
Cortado por uma parede
Existir mergulhado
Morrer de sede
Mirrado na dor
Por viver no corredor
Morte: Corredor da vida.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E você "Não está mijando fora do penico?"

Qual a minha posição dentro de campo?
Prefiro jogar à defesa, ser armador de jogo ou comandar o ataque?
Bem, se calhar não vou por aqui, teria que falar de bola de treinadores, e isto já não vai lá com fútebois, e depois iria dar razão a uma amiga que me apelida de enigmático, e eu não pretendo confundir ainda mais, aqueles que já fazem confusão com tudo, e afinal do que eu quero falar é da Igreja, da Igreja a que pertenço e amo mas que não é minha, é a Igreja de Jesus Cristo, aquela em que me insiro e quero servir dando o meu melhor mas que nem por isso é mais minha que de qualquer outro irmão que se digne a ela pertencer.
A Igreja de Jesus Cristo não é pertença de ninguém, eu é que se quiser posso a ela pertencer.
Quando eu era mais jovem e pensava que já sabia tudo metia o «bico»(às vezes) onde não devia e a chamada de atenção do meu pai vinha logo em cima….
«andas a mijar fora do penico,» e esta expressão vem a propósito nos dias de hoje porque dá a impressão que é tudo estrada, é tudo a direito e já ninguém acerta no penico.
Os filhos sabem mais que os pais e querem mandar neles, os alunos pensam saber mais que os professores, os facínoras é que condicionam as autoridades e até os fieis da Igreja a que pertenço, muitos deles já pensam saber mais que o padre, e se o Papa não se acautela um dia destes tem algum iluminado a ocupar a sua cadeira mesmo que o fumo da chaminé do Vaticano seja negro.
Por falar em o negro olhem que a cor do quadro que se nos apresenta não é melhor, é também ela muito escura e o certo é que olhando à volta não vejo tintas muito coloridas.
Mas voltando ao enigma com que comecei este texto, a minha posição na Igreja sempre foi de serviço, jogando em qualquer sector do terreno, jogo para a equipe, às vezes mesmo em posição de remate não me inibo de passar fazer jogo com um companheiro e no fim todos fazemos a festa pela vitória, ser vedeta, fazer muitas fintas e ficar sem bola é sempre má jogada.
Fazer da Igreja de Cristo uma bandeira é o meu lema, trabalhar para o seu engrandecimento e valorização é o meu desejo, não vivo em Igreja para agradar ao padre, mas respeito muito quem me é superior e valorizo muito a amizade que fazem o favor de me dispensar.
Segundo uma das encíclicas papais, «O que a Igreja deseja é juntar à Luz da Revelação a competência e a responsabilidade de TODOS.
Quando chegarmos aí os outros dirão…..«vede como eles se amam», e não….
«Vede como eles se tramam.»

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sim acredito

Por isso digo: “O Senhor é meu pastor nada me falta”
Só que muitas vezes fecho-me em mim e esqueço o que Lhe disse na oração, esquecedo-O na hora em que mais preciso Dele.
Saber que não estou só no caminho da vida deveria ser o pensamento constante da minha fé, acreditando que é Ele que me pode ajudar.
A auto-suficiência de pouco me vale.
Se a criança no seio da mãe preocupada em nascer, contasse só com as suas forças e com a sua habilidade, jamais viria à luz.
Mas há quem a faça sair do sei materno.
É a própria dinâmica da natureza, é o mistério de quem a precedeu, e a mãe com a sua dor diluída pelo amor sentido.
A minha fragilidade está em olhar para mim, sempre para mim e só para mim.
Não percebo que a minha mãe está perto, e que Deus é a mãe em que vivo e existo, que me fará sair para a luz. E esta comunicação entre mim e Deus deve ser radical, como a comunicação entre o feto e o seio que a contem, neste caso eu, o feto, tenho como ventre o universo inteiro.
Acredito que Deus olha para mim através da luz em que estou envolvido, pelas estrelas que me cobrem, e sempre sou tocado por Ele quando o vento me afaga, a água me molha, ou quando a fome me estimula. Sinto que me fala no pão que como, na água que bebo, através do amigo que me fala, na dor que me faz chorar, e na alegria que consigo partilhar.
Cada som que ouço, cada coisa que vejo, cada alvorada que se repete, cada encontro que realizo, são sinais de alguém que me precedeu e sempre me interroga:
Deus. Sem dúvida que posso dizer sempre: não acredito nisso, não creio naquilo.
Há em mim o poder de não crer, o poder de dizer não à esperança, a possibilidade de não querer amar, mas acredito que os sinais do mundo nunca deixarão de interrogar-me, mesmo que tenha de esperar até ao fim dos tempos.
Se calhar não devia esperar tanto para encontrar o caminho que me fará obter a paz e a alegria, se não for por aqui, quando muito poderei alcançar uma certa calma, uma pitada de melancolia e uma árida indiferença, ou uma pachorrenta comodidade, mas a exaltação plena e a felicidade, nunca me pertencerão totalmente. “Parece impossível, mas até as coisas menos bonitas, se tornam vivas e belas quando invadidas pela Luz” Por isso digo:
“Em tudo te ncontro Senhor.”

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Refregas inuteis

Quando a vida chega ao fim, pode ter-se a sensação de que uma batalha foi ganha, pela luta que se travou durante a vida.
A resistência constante às vicissitudes que sufocam.
O dizer não ao facilitismo reinante,
O manter-se firme no ser mulher/homem numa entrega total à família ao trabalho.
O viver em comunidade.
Tudo são atitudes que dizem dos valores postos na luta que se venceu, mas que podem não ser o garante de um clima de paz, para aqueles que ficam do lado de cá.
Há guerras que só se declaram, depois da luta que alguém travou e da qual saiu vencedor.
Acontece esta guerra porque eu, tu e o outro, não tomamos a necessária consciência de que de um dia para o outro, a nossa batalha também acaba, sem sermos nós os vencedores, porque as “armas”utilizadas nunca nos permitiriam uma vitória.
Viver em estado de constante guerrilha é puro terrorismo, mesmo que as “bombas” lançadas, sejam só o som que a minha língua me permite produzir, ou a facção conspiratória da qual faço parte.
Fazer uma guerra surda em que a principal arma é o diz que diz, é falta de respeito para quem pretende vencer a sua batalha sem fazer a guerra.
A nossa sociedade tem muito pouco de Deus, há sim uma outra força que não vem do Alto, mas do poder das trevas, que impera em muitos corações.
São graves as consequências da falta de amor e compreensão que se vão vivendo no nosso meio familiar, social e comunitário.
«Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito».
Adverte-nos S.Paulo.
«Nada de provocações, nada de invejas entre vós.
Se vos mordeis e devorais, vede que não acabeis por vos destruirdes uns aos outros».
Há batalhas que se devem enfrentar, mas há guerras que em nada compensam.