quarta-feira, 30 de maio de 2012

Manias Minhas

Porquê espreitar se nada me impede de olhar?
Porquê ficar de longe quando posso ver de perto?
Virar a cara às vozes que me chegam, seria normal se o sentido da audição me falhasse, mas como não é o caso, encaro de frente cada situação.
É sempre agradável? Não, mas vivo muito bem com aquilo que não posso mudar. Quando a mudança está ao meu alcance e depende só de mim, com maior ou menor dificuldade sempre acontece.
Faço sempre melhor caminho quando preparo a viagem.
Pisar terreno firme dá uma segurança nunca encontrada em areias movediças.
Quando sinto fome é muito bom ter o alforge a que recorrer.
Se vier a sede o cantil abastecido faz muito jeito.
Na vida até hoje vivida, nunca fui surpreendido deveras, porque existo de olhos abertos.
Se a surpresa me aparece mesmo que bem embrulhada, depressa retiro o invólucro e a surpresa já não é nada. Vivo muito bem com o pouco que tenho, porque tenho a felicidade de saber aquilo que sou.
“Porque os mais ricos não são os que têm mais, mas, os que precisam de menos para bem viver.”
Ser otimista é dever imperativo como cristão.
Filosofia barata? Pura utopia?
Deixa-lo, Um gato pode ser de muita utilidade quando não se tem um cão, e para os ratos nada melhor.
Ter a consciência daquilo que sou, è meio caminho andado no trajecto que me propus fazer.
Que a vida faz algumas nódoas negras, é verdade, mas essas desaparecem, o bálsamo da alegria se encarrega de as sanar.
Uma gargalhada a preceito sai mais em conta que uma ida ao psicólogo.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma casa em ruínas

“Uma casa em ruínas” é o nome da peça em exibição constante, a passar na rádio, jornais e televisão.
Não lhe chamaria novela, talvez uma história pidesca a fazer lembrar outros tempos.
É uma história com uma trama razoável, e um secretismo q b, assim a modos que um strip que deixa a nu um coiso com coisas mais ou menos cabeludas. O elenco é formado por figuras de peso, quase todos com duplos, que assumem as cenas mais perigosas da peça, não vão as estrelas sofrer algum arranhão no coiro, o que as impediria de continuar na representação, e a sorrirem enquanto gozam com a plateia.
O tema central da peça, gira à volta de uma casa, onde todos querem mas ninguém sabe mandar.
É uma luta constante pela posse do dinheiro, que vai entrando pelo telhado destruído da casa em ruínas, onde os lutadores esgrimem pelo domínio do poder.
Ainda não temos acesso às cenas dos próximos capítulos, mas o que já se viu dá perfeitamente para entreter o lorpa, em conversas de café, nos cabeleireiros e outros estabelecimentos afins.
Sabemos por exemplo que num dos capítulos anteriores, um dos duplos foi queimado quando tentou levantar a mão, para fazer alguns cortes na energia. Correu-lhe mal e teve de sair de cena, mas ele devia ser sabedor, que esse era um sector em que ninguém Mexia.
A vida dentro da casa vai andando a Passos de Coelho, com cenas repetidas várias vezes, dando a impressão que do papel miguem está Seguro, e o desenvolvimento que deveria ser mais célere, é aqui e além encravado por algum Cavaco que entra na engrenagem.
Os cortes no pessoal que trabalhava na casa, levou a um estado lastimável do jardim da casa em ruínas.
As árvores crescem desordenadamente, os ramos porque não são podados, entrelaçam-se nas árvores de outras espécies, e hoje pode ver-se macieiras a darem laranjas, pinheiros com bons marmelos, e alguns cepos que nem ramos dão, estão carregados de notas de Euros.
No centro daquilo que um dia foi um jardim, a Silva sobe o Carvalho, e é tanta a sombra fria que faz, que até as Relvas metem nojo. Não sabemos ainda se este elenco de estrelas, se vai aguentar até o fim da peça, mas se houver necessidade de trocar, será sempre algum duplo, e todos aceitarão a Toika.
Com o continuar da representação, esperamos não ver o título trocado, porque se o final for menos feliz,
“A casa em ruínas” pode vir a tornar-se no, “Desabamento da casa”.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Grato previlégio

Grato privilégio…
É sentir-me embalado pelo teu sorriso
Afagado pelos teus olhos
E protegido pelo teu amor
Acordar cada manhã do teu lado.

Grato privilégio…
É viver a vida contigo
Com a tua força anímica ultrapassar obstáculos
Ter no teu carinho alento para vencer adversidades
É no teu colo encontrar abrigo.

Grato privilégio…
É ter-te como companheira
Contar com uma mulher de trabalho
Saber-te mãe dedicada
E olhar-te como avó ternura.

Grato privilégio…
É contigo poder partilhar
O amor que nos faz um só
Que permite a felicidade
De juntos viver-mos a vida.

 Pelo aniversário da Sãozinha 28-5-2012

sábado, 26 de maio de 2012

Campo Cultivado

A terra, o campo, o corpo que eu sou.
A semente que cai, que seca ou germina.
Ideias. Ervas daninhas. Ou fruto de sustento.

A terra, o campo, o corpo que eu sou.
Terreno árido, ou solo irrigado.
Chão. Criador de novidades.
Ou piso revolvido e motivo de tropeço.

A terra, o campo, o corpo que eu sou.
Aberto ao cultivo, ou fechado ao arado.
Pronto à sementeira.
Ou destinado ao abandono.

A terra, o campo, o corpo que eu sou.
Dividido em pedaços, em socalcos.
Vegetação espontânea.
Flora desordenada.

A terra, o campo, o corpo que eu sou.
Canteiros ajardinados de forma abrupta.
Onde prazenteira germina.
A flor vermelha do cancro.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Decisão

Já chegaste?
Porque paraste?
Que te fez imobilizar
Para veres a luz ao fundo
No túnel terás que entrar.

Porque paraste? 
De que tens medo?
O marasmo é doentio
Se te deixas acomodar
Morres mirrado de frio.

De que tens medo?
Porque temes?
A vida é mudança constante
Se te escondes tolhido no tempo
Perdes sempre o importante.

Porque temes?
Sai do buraco.
Não o caves mais para o fundo
Se teimas nele ficar
Um dia vais sentir-te imundo.

Sai do buraco.
Dá o salto.
Sobe o muro trepa ao mundo
Se não ousares entrar no túnel
Jamais verás a luz ao fundo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Quisera Senhor

 Ter a serenidade dos altos montes
 E a suavidade da brisa calma
A frescura das puras fontes
Que alivia a dureza da alma
Ter a fortaleza da firme rocha
Mas ser como erva tocada pelo vento
Perseverar no caminho da luz
Desenvencilhando-me nas trevas do tempo
Ter a cura para o meu daltonismo
E discernir a cor da verdade
Sob a máscara do oportunismo
Distinguir o rosa da mentira e o negro da falsidade
Ter a leveza das aves
E a liberdade do seu voar
Nas mãos a alvura da aurora
Num novo dia a anunciar
Ter nas pernas a força do vento
Que me impele a fazer do caminho
Tortuoso ou pejado de escolhos
O meu viver peregrino
Ter no meu ideal de vida
As coordenadas para até Vós chegar
Seguindo o azimute da paz
Sendo acertivo o meu caminhar.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um País...

Um país tocado por um vento desnorte
Carregado semblante de aguas não navegadas
Rosto marcado por florestas a arder
Olhar de barcos naufragados.

Á noite passeia o sonho pela trela
Em tugúrios de pesadelos
Acorda só quando sente o esticão
Do sonho que já vai longe.

O sonho… solto da mão que o conduzia
Dirige um molho de pedidos
Num olhar cheio de súplicas…

Não me abandones.
Sustém-me mais curto.
Leva-me contigo.

Ajudar-te-ei a lutar contra a tristeza
Para de novo poderes sonhar.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Tempo

O meu tempo, o nosso tempo, o tempo que não temos.
O tempo que nos falta para poder-mos ter tempo.
O tempo que nos comanda e condiciona.
O tempo que obriga a correr para ganhar tempo.
O tempo que nós marcamos como se fosse nosso.
Como se o tempo parasse, mas ele sempre avança,
mesmo connosco a fazer tempo no tempo que já está feito.
O tempo que se desconta. Tempo de compensação.
Todos os tempos mortos, tempo sem alteração.
O tempo que faz, o tempo que se não usa.
O tempo dá cabo de nós, de quem do tempo abusa.
O tempo que temos para dormir.
Tempo marcado para comer, o tempo todo que temos para dele nada fazer.
O tempo que é igual para todos, e que digo ser só meu.
O tempo que se esbanja, tempo mal aproveitado.
O tempo que avança sempre, mesmo se no tempo eu fico parado.
O tempo que tenho de vida. O tempo que anseio ter.
O tempo que desbarato se a tempo nada fizer.
Tempo que digo aproveitar mas não consigo agarrar.
O tempo que “goza”comigo e me foge entre dedos.
O tempo que nunca vivo por me perder nos meus medos.
O tempo que custa a passar.
O tempo que avança a correr.
O tempo que continua quando eu no tempo morrer.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Realidade Sonhada

Sonhar enquanto se dorme não é sinónimo
De um noite mal dormida
Se nessa utopia houver vida
O sonho não fica anónimo

É rubricado com legível assinatura
Antecipação do dia que surge
Uma vantagem que urge
A quem dorme para acordar
Encetando nova batalha
Que mesmo sabendo ser dura
Entra nela para ganhar

Dormia e acordava e o sonho lá estava
Era uma ponte, sempre a mesma ponte
Novamente dormia e a ponte aparecia
Postado do lado de cá não lhe conseguia ver o fim
Por baixo dela o que passava não sei
Era invisível para mim.


O passo em frente sinal de avanço
O fio do medo que prende, estica mas não cede
A tesoura do arrojo esperançado actua
A decisão não mede
Que importa o fim da ponte
Atravessa-la será a verdade nua e crua

Será penoso deserto, verdes prados para acampar?
Se tudo tenho como certo, não acampo no deserto
Porque o oásis há-de chegar.

sábado, 12 de maio de 2012

Fui ver o mar

 Fui ver o mar
O forte calor que fazia
Não queimava maresia
A chuva tinha partido
O sol estava no auge
O mar estava lá.
E eu olhava e via
O mar e as gentes
O mar vomitava o lixo
Com que as gentes o atulhavam
As gentes passavam sem o ver
Nem os detritos por ele devolvidos.
Marionetas transpirantes
Num frenético vai e vem em calções
Expurgando os restos da erosão corporal
Despojos auto ingeridos.
E o mar lá estava soberbo e romântico
Num amoroso murmúrio sussurrante às rochas
Enérgico e defensor dos seus domínios
Dirigindo imprecações às gentes
Face ao lixo de repugnante luxo
Destruidor da natureza mãe.
E o mar continua na defesa do que é seu
Numa luta estratégica de avanços e recuos
De convites e expulsões
A agua.
O mar.
A vida e morte de mãos entrelaçadas
E o mar lá continua aceitando tudo sem discussão
Periodicamente deitando fora o que lhe não pertence
O mar e as gentes
Ele veneração à natureza, elas no culto do corpo
E o mar espera até ser usado pelas gentes
Cúmplice antagonismo, maravilha explorada
Menos ainda admirada por isso nada respeitada
Fui ver o mar
Eu olhava e via
E o mar lá estava
E forte calor que fazia
Não matava a maresia.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Que grande seca

Há secas e secas.
A falta de chuva origina a seca
São rios sem água
Ribeiros que são charcos
Barragens com baixos níveis
É a falta de pastos para os animais
Agricultura mais pobre
Carradas de lamentações
Pedidos de ajuda (subsídios)
É uma “seca” esta seca.
Mas outras “secas” há, e não sei se melhores.
É uma “seca” a continuada canção de embalar
Quando a criança já está a nanar
É uma “seca” a oratória inflamada
Quando as cabeças estão cheias de nada
É uma “seca” constatar a inação
De quem se atreve a indicar-nos a direção
São uma “seca” as frases feitas e os chavões
Das miseráveis conversas de milhões
É uma “seca” e vai continuar
A de quem nos governa se bem governar
É uma “seca” um atentado à paciência
Ver a crise usada como capa da incompetência
É uma “Seca”as políticas de execrável atuação
Buscarem no passado a sua desresponsabilização
Pode até ser uma “seca” aquela que estou a dar
Há muitas mais que me dão
Mas esta molhada “seca”
Por hora vou terminar.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A crise geradora de crise

Andamos todos preocupados com a crise dita económica. Quando a crise que gerou esta, começou, poucos se preocuparam, ou melhor, os que hoje se mostram preocupadíssimos com a crise actual antes achavam tudo normal. Frequente era ouvir: - «Haja quem tem habilidade» «Este mundo é dos espertos». E eu pergunto: e o outro mundo de quem será? Dos burros? Daqueles que sempre alertaram, lutaram e lutam contra a crise? Não pensem que falo da crise económica, (essa só existe para quem não tem dinheiro, porque quem o tem ainda faz mais nestes tempos) falo da crise de valores que destrói famílias, ambiente nas escolas e nas fábricas. Falo da crise de valores que é propagandeada nas revistas e televisões pelos ídolos dos tempos modernos, por políticos sem escrúpulos e por outros senhores que a crise de valores leva a pensar que este mundo é deles engrossando as suas contas a custa da míngua daqueles que não têm voz nem fazem parte do seu mundo. As empresas vão á falência, é a crise. O dinheiro desaparece dos bancos, é a crise. A falta de respeito é reinante, é culpa da crise. A crise actual só é resposta e desculpa para tudo, para quem vive sem esperança. Em minha opinião ainda bem que a crise aconteceu, ainda bem que o saco rebentou, porque infelizmente a doença só é tratada quando os sintomas são evidentes, as vacinas só se disponibilizam depois do vírus atacar. Oxalá esta crise sirva de vacina para o vírus que afecta a sociedade, para podermos andar na rua sem máscara e respirarmos o puro ar, que nos permite viver com os valores que fazem derrotar a crise. Tudo é possível se começar por mim que acredito neste mundo que pode ser de todos, e não só dos espertos. Para quê dividir o mundo pelo meio?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Aterrorizadores com medo

 A felicidade de quem hasteia a bandeira do medo
É ver a plebe agachada
Que sussurra geme e sofre
E tolhida nunca diz nada
O senhor anuncia trevas
E travessia de deserto
Que o melhor é o trilho do pântano
Porque o oásis não está perto
A estrada que nos deixaram
Foi um caminho pedregoso
Carregar o fatalismo é obrigatório
Diz o iludido poderoso
Quem fará melhor que eu
Quem questiona o meu lugar
O dia há-de sorrir
Quando a sombra da noite acabar
Nas hostes o medo acampou
E o senhor feliz desgoverna
Cuidado senhor cuidado
Que a letargia não será eterna
Se ao longe se mexe um sobrolho
E o efeito hipnótico passar
É lançado o alerta geral
Porque o sono pode acabar
Da lixeira se ergue um corpo
Cambaleante e estremunhado
Ainda não disse nada
Mas deixa o papão borrado.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A morte não é nada

“ Santo Agostinho”

 A morte não é nada.
Eu somente passei
Para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês Continuarei a ser.
Dêem-me o nome
Que sempre me deram
Falem comigo Como sempre fizeram.

Vocês continuam a viver
No mundo das criaturas
Eu estou a viver
No mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
Ou triste, continuem a rir
 Daquilo que nos fazia rir juntos.

 Rezem, sorriam, pensem em mim.
Que o meu nome seja pronunciado
Como sempre foi
Sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

 A vida significa tudo que sempre significou
O fio não foi cortado.
 Porque estaria eu fora de seus pensamentos
Agora que estou fora de suas vistas?

 Eu não estou longe Estou apenas do outro lado do caminho…
Você que ficou aí siga em frente.
A vida continua, linda e bela Como sempre foi.

"Mensagem enviada por uma amiga, aquando da partida de minha Mãe"

Sentimentos em partilha

Mãe: Hoje cumpre-se o segundo ano, que acabaste a tua missão no seio da tua gente.
Decorria o mês de Maio de 2010, ano de missão na nossa Diocese do Porto.
 Hoje quero partilhar, o que à altura disse sobre ti, falando da tua missão como mulher e mãe.
--Há nomes que são eternos, Hiponina será um na história das grandes mulheres.
Para mim és exemplo, para todos és igual.
Lembro-me dos teus 35 anos, mulher bonita. Nos lábios um sorriso lindo e simples.
Num rosto cansado marcado pela dura vida, e pelo trabalho que os muitos filhos te davam, e as dificuldades constantes te impunham.
Muito peso carregaste no trabalho feito pelo pai, que transportavas de trouxa na cabeça, até ao destino por vezes bem longe, que era a casa daqueles que o adquiriam.
Mesmo aí mostravas o quanto eras humilde, ao pedir ajuda quando o teu cansaço te impedia de prosseguir, e choravas com desespero de interromper a jornada.
Eu via, porque quase sempre te acompanhava.
A tua disponibilidade era um sim constante.
Na tua missão foste…
Mulher cozinheira… Das panelas pretas de ferro, escurecidas pelo fumo da lareira feita de tijolo, mas do bom caldo com que saciavas a fome aos muitos que tinhas à tua volta.
Mulher enfermeira…Quando a casa parecia um hospital, com quatro ou cinco filhos de cama sofrendo da mesma maleita.
Mulher costureira…Dos remendos na roupa, das tiras feitas de trapos para as mantas que nos abrigavam do frio em noites de Inverno.
Mulher padeira…Do forno vermelho, da masseira da farinha amassada, levedada com o isco da semana anterior. Eras a padeira do bolo quente em dias de sábado.
Mulher de parcos recursos materiais, mas rica de alma, de sadia cultura e esmero nas lides domésticas. Foste mãe catequista, mulher rica na maneira de formar e educar.
Mulher castigada pela vida, num rosto sereno mas radiante por muitas alegrias vividas.
Mãe…Mulher debilitada pela saúde menos boa, mas que continua a ser o modelo de mulher do alto dos seus 83 anos.
 Parabéns pela vida Mulher. Parabéns Mãe, avó e bisavó.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cada vez mais "pobres"

Deve ser triste para alguém que com sacrifício constrói uma casa, para abrigar os filhos, quando vê a sua demolição ser feita por esses filhos herdeiros, para no terreno implantarem uma pocilga, por muito sofisticada que esta seja, e os porcos nela criados sejam de boa raça. “Maio maduro Maio quem te pintou. Quem te quebrou o encanto nunca te amou.” Incansáveis POETAS. Destemidos lutadores. Pobre descendência. Primeiro de Maio. Humilhação do dia do trabalhador. O benefício ao consumidor. O encher da pança do grande senhor. A provocação à inteligência. A instrumentalização dos anjinhos que em vez de rumarem ao céu, foram para a cadeia da Jerónimo Martins. Visão terceiro mundista. A fome estampada em prateleiras vazias. As notícias neste primeiro de Maio foram de invasão, não de manifestação. As forças policiais não carregaram sobre os trabalhadores, foram apaziguar os consumidores. “Que povo é este que povo,”que se vende por um pingo doce, que quando em promoção cai em aguaceiro de estupidez.

Diz-me

Diz-me…
Que és a força e a ti me entregarei 
Que és o caminho e por aí seguirei
Que és refúgio e em ti me abrigarei
Que és a fonte que me pode saciar
Que és o pão que me há-de alimentar
Que és o ombro a que me posso encostar
Que és a razão que me leva a prosseguir
Que és compromisso a que não posso fugir
Que és verdade que não me deixa mentir
Que és a vida que eu quero viver
Que és a perseverança que preciso ter
Que és abandono a que me vou submeter
Que és a alegria que inunda o meu espaço
Que és ternura que me afaga em seu regaço
Que és o amigo que me protege do laço
Que és meu ânimo e minha convicção
Que és o amor que alaga meu coração
Que és testemunho que levo a cada irmão.