sexta-feira, 26 de julho de 2013

Atitudes que matam

Não devia ter feito
Mas fiz
Só pensei em mim
Os outros, de perto ou de longe
Nunca entraram nas contas
Entrei na rota do individualismo
Primeiro o eu
Eu, em segundo
Em terceiro e sempre eu.

É difícil falar em grupo, estar em grupo
Fazer vida em grupo é ainda mais difícil.
Organizar e distribuir jogo
É tarefa para quem sabe
A finta e o remate nem sempre dão golo
Cada bola que sai ao lado
É ponto a menos para o grupo
Cada toque para fora
Enfraquece toda a equipa
O esforço individual deve convergir para o todo
Para dentro

Ponderação precisa-se como pêndulo de coesão
O básico não é medida
O ideal é a superação
O todo cresce
A confiança e a amizade robustecem
Então o grupo reaparece.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Palavras que ferem

Quem é o meu próximo?
Esta é a pergunta que fica da refleção litúrgica do XV Domingo do tempo comum.
Começaria esta pequena partilha por uma citação do P Vítor Gonçalves que fala assim:
- “Jesus valoriza a atenção e o coração generoso. Em cada situação é importante o outro, e a circunstancia, ainda que haja urgência na viagem ou actividades que parecem inadiáveis.
Como o servidor do templo ou o sacerdote que regressam das celebrações Sagradas e belas de Jerusalém, ficam mal na fotografia. “Tão junto de Deus” e tão distantes dos homens. Eles são o espelho para a nossa religiosidade e a forma de estar na vida.”
Podemos imaginar o demónio num inferno fora de nós, mas pelos nossos gestos e palavras, onde ele continua a reinar e a dominar é no coração e no pensamento de cada um.
Nem de propósito esta refleção, para mim e para quantos comigo se encontravam numa situação concreta e bem recente. Coisas há, que por vezes nos fogem do controle, e deixamo-nos tomar por atitudes de sobranceria grosseira, esquecendo-nos que aqueles que trabalhando nos servem, enquanto gozamos dum merecido descanso, continuam a ser o nosso próximo e um igual.
A nossa marca fica sempre, pelas boas ou más atitudes que tomamos.
Por vezes ficamos marcados pela negativa.
Nem sempre é assim, mas às vezes acontece.

sábado, 13 de julho de 2013

A arca da memória

A arca velha
As recordações
O tempo de brincar sem brinquedos
A arca velha das recordações
Sem motivos lúdicos.
Uma história contada
Com atenção ouvida
Um misto de alegria triste
Tristeza inconsciente
Numa alegria reinante
Por dificuldades superadas
Cada passo uma vitória
Alento no crescimento
O físico e o outro.
As ajudas
Humana e sobretudo a Divina
A arca velha da memória
De muro facilmente transponível
Porta escancarada
Transparência constante.
A arca velha
Pintada pelo pó do amor feito vida
Partículas contagiantes
Turbilhão perene
Afagos do pensamento.
A arca velha
Caixa do tesouro da perseverança
Baú de fantasias conscientes
Realidades dum tempo sempre vivido.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A marca que marca

Senta-te a um cantinho
Não estorves
Sai do sol
Tem cuidado com o frio
Não faças esforços
Não faças loucuras
Ainda estás fraco.
Pois… Como se me esquecesse do que tenho
Como se me esquecesse do que não tenho
Como se precisa-se de despertador
Quem vive sempre acordado
Um passo
Em falso
Nem precisa ser
Desequilíbrio
Mesmo que não aconteça…
Cuidado não caias
É melhor descansares
Descansar sem estar cansado
Cansar nada fazendo
A não ser… viver e esperar
Esperar e ouvir
Daqui, dali e dacolá
Ouvir sempre, porque…
Quem avisa amigo é
Por vezes os amigos nem avisam
Às vezes os avisos não são amigos.
O bom aspecto de agora, falado como circunstancia
Deve contrastar com o de facínora de antes
Como se alguém fosse culpado de ser apanhado
Por esta doença
Doença da moda
Doença de merda
Que nos põe na espinha em dois tempos
Que em dois tempos nos verga pela espinha
Até ficarmos hirtos
Direitos de mãos cruzadas
Com um terço entre elas
Como se algum dia nos tivesse-mos metido nessas contas
Nas contas do terço
E nessa altura
Nem um terço das contas feitas nos resolve o problema
Se é que a morte o é
Problema
Senta-te a um cantinho
Não estorves
Sai do sol.