sábado, 21 de fevereiro de 2015

O tiro pela culatra

Quando o tiro sai pela culatra, sai pelo lado errado
Se o tiro sai pelo lado errado, ele pode acertar no atirador
É isso.
Vou pousar a arma
Não saindo ileso mas com vida de uma catástrofe
Não quero morrer de um tiro saído da minha espingarda.
Mais silêncio
Abafar opiniões
Pensar, sempre
Concluir é dever
Falar, dizer
Se calhar não
Há sempre alguém que usa a bala disparada para me atingir.
Tempos ouve em que a minha armadura era mais resistente.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Para quê dizê-lo

Não é por muito dizer que mais o revelo
Por muito falar que mais o sinto
As palavras são dispensadas
Se é mel e não absinto
Ele está nos gestos na expressão
Se faço dele o meu viver
Germina no meu coração
É a flor rubra que posso oferecer
Me faz aninhar no teu colo
Asilar-me em teus meigos braços
Sem cadeias me faz cativo
Enleado por doces laços
Vivê-lo é valiosa experiência
Felicidade é podê-lo manter
Privar-me da sua existência
Precoce forma de morrer
É fonte de paz e serenidade
Alegria e prezado valor
É sustento e ar respirado
É sangue é lágrima
É Amor.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Pedido

Dá-me Senhor, a liberdade e subtileza da água dos rios
Que circunda obstáculos e segue segura o seu caminho.

Oferece-me a força do vento que fustiga os montes
E a esperança do dia que sempre volta.

Faz-me sereno como a fresca aragem
E a mansidão azul do firmamento.

Concede-me Senhor a ousadia das árvores que cortam o espaço
E a luz cortante dos raios na trovoada.

Bafeja-me Senhor com o calor do sol
E a leveza das altas nuvens.

Ensina-me as belas melodias do canto das aves
E a rir como as estrelas na escura noite.

Dá-me a humildade da erva rasteira
Que revendesse mesmo depois de pisada.

E nunca deixes de me dirigir o Teu olhar
Que me guia com amor no caminho da vida.