sexta-feira, 15 de maio de 2020

Família

É chama que incendeia
É fogo que sempre aquece
É vida que se extingue
Se o amor desaparece

É a melhor forma de vida
Para quem a pode ter
É bálsamo que purifica
Remédio que faz viver

É fonte de água pura
Ou é lago estagnado
Sacia quando é fonte
Mata quem vive atolado

É vocação e força dá
Se vivida como missão
Robustece quem alimenta
Enfraquece quem lhe diz não

Todos precisamos de uma
Ainda mais quando criança
É base no crescimento
Sustentáculo e confiança

Se nela o amor prevalece
Sua vida não tem fim
Eu creio e na família aposto
Mas tudo começa por mim.           

(Do livro "Vida Vivida")

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Peregrinando

Errante sou palmilho caminhos
Por vocação sou peregrino
Estreitos abruptos e tortuosos
De espinhos pejados estão os meus caminhos
Mas é neles que sigo e deles não fujo
O alento que me move é força do querer
Longo sem fim
Penoso cansaço
Meta nunca alcançada
Distante e invisível
Viajar sem passaporte
Voar como o pensamento
Mesmo contra o vento arrepio caminho
Contorno obstáculos
Errante sou Palmilho caminhos
Sou peregrino.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Dia do Enfermeiro

 “Ser ou não ser eis a questão”
Que bom é sê-lo por Vocação.
Sorriso distribuído amor Partilhado
Espalha Magia por todo o lado.
Ser Enfermeiro é uma Missão
É vida feita de Dedicação.
É ser Sempre Novo na forma de estar
Pôr todo o Empenho, equilíbrio de Pernas e saber Cuidar.
Ter Profissionalismo é mais que profissão
É Aprendizagem constante, uma Paixão.
Só quem constata testemunha por inteiro
Não ficando indiferente ao dia do Enfermeiro.




                                                      12 – Maio - 2020

segunda-feira, 11 de maio de 2020

A fome campeia

A fome saiu à rua, foi andando de mansinho sorrateiramente à procura de guarida no intuito de se instalar.
Não avisa quando vem, mas quando aparece é para ficar e, dificilmente é desalojada.
Não entra em todas as casas porque algumas já se precaveram contra essa praga.
Preveniram-se a tempo com altas grades de protecção, com sofisticados sistemas de alarme e câmaras de vigilância, e assim a dita não consegue entrar.
Mas a fome não desiste, continua imperturbável o seu caminho, e entra em zonas mais fragilizadas, onde as ruas são tugúrios e as casas são abarracadas.
Aí não há resistência de qualquer espécie, e ela nem precisa que lhe abram as portas, qualquer brecha das muitas que tem a construção permite a sua penetração, e há muitas casas que estão em risco de desmoronar por tantas fendas feitas na tosca construção.
É a”fenda” do desemprego, a “fenda” da baixa escolaridade, a “fenda” dos baixos salários, a “fenda” da velhice e da doença, a “fenda” da marginalidade e da marginalização, a “fenda” da exclusão social, a “fenda” da falta de capacidade intelectual e tantas outras que fazem das paredes um buraco só.
Mas a fome continua a avançar e entra noutros domínios.
Ela é companhia assídua de jovens casais, que optam por conviver com ela para não faltarem a outros compromissos.
É pendura e anda sempre à boleia.
Acompanha os seus “portadores” para a escola, para o trabalho, para as ruas e becos, e volta de novo para as casas onde mora de favor, e aí é muito mais sentida e notada.
A fome está no insucesso escolar, está nas desavenças familiares. Mas, também vai ao futebol, vai aos espectáculos de Rock, porque como diz o povo” anda muita fome encoberta”.
Mas como nem só de pão vive o homem, e do outro alimento também poucos o procuram, cada vez temos mais fome a descoberto, e ela campeia em muitos lugares que se pensavam interditados.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Refregas inúteis

Como a ocasião permite, tenho dado uma "vista de olhos" a coisas tornadas públicas há já alguns tempos. Esta que hoje mostro, é de Outubro 2012. (na altura textos para o "Jornal 5 Sentidos". Tendo a certeza que quem leu já não se lembra..

Refregas inúteis
Quando a vida chega ao fim, pode ter-se a sensação de que uma batalha foi ganha, pela luta que se travou durante a vida.
A resistência constante às vicissitudes que sufocam, o dizer não ao facilitismo reinante, o manter-se firme no ser mulher/homem numa entrega total à família ao trabalho, o viver em comunidade, são atitudes que dizem dos valores postos na luta que se venceu, mas que podem não ser o garante de um clima de paz, para aqueles que ficam do lado de cá.
Há guerras que só se declaram, depois da luta que alguém travou e da qual saiu vencedor.
Acontece esta guerra porque eu, tu e o outro, não tomamos a necessária consciência de que de um dia para o outro, a nossa batalha também acaba, sem sermos nós os vencedores, porque as “armas”utilizadas nunca nos permitiriam uma vitória.
Viver em estado de constante guerrilha é puro terrorismo, mesmo que as “bombas” lançadas, sejam só o som que a minha língua me permite produzir, ou a facção conspiratória da qual faço parte.
Fazer uma guerra surda em que a principal arma é o diz que diz, é falta de respeito para quem pretende vencer a sua batalha sem fazer a guerra.
A nossa sociedade tem muito pouco de Deus, há sim uma outra força que não vem do Alto, mas do poder das trevas, que impera em muitos corações. São graves as consequências da falta de amor e compreensão que se vão vivendo no nosso meio familiar, social e comunitário.
«Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito».
Adverte-nos S.Paulo. «Nada de provocações, nada de invejas entre vós. Se vos mordeis e devorais, vede que não acabeis por vos destruirdes uns aos outros».
Há batalhas que se devem enfrentar, mas há guerras que em nada compensam. .

domingo, 3 de maio de 2020

O lado ternurento da saudade

Tenho saudades da minha mãe
Porque os mais velhos também têm, ou tiveram mãe.
Saudade do colo do seu olhar
Do carinho do seu sorriso
De ser abraçado pela sua compreensão
Saudade da sua grandeza de perdão
Que mesmo sofrendo avançava sem queixume
Nos desdobrados cuidados contínuos
Nas tantas mãos que puxavam seu avental.
Saudade dos seus joelhos no chão da cozinha
Rezando quando todos choravam, com medo das fortes trovoadas.
Saudade da mãe catequista nas minhas primeiras orações
Da condutora nos meus primeiros passos na fé.
Saudade da tua lágrima numa alegria chorada
Da tua presença à cabeceira da cama no hospital.
Hoje sou um rio de caudal por ti irrigado
Sei-te na outra margem da vida, olhando a água que corre em mim.
Saudade de ver-te lidar com as negras panelas
Em que o perfume da lareira, aquecia e aconchegava
As bocas da fome à espera do caldo de farinha
Tenho saudades de ti mãe, uma saudade alegre
Que sempre me leva na vida Por saber que me quiseste ter
Como mais um dos teus muitos filhos.
Tenho saudades de ti mãe.

Saber ser grato

A gratidão desbloqueia a abundância de vida
Ela torna o pouco que temos em suficiente
Ela torna a negação em aceitação
Transforma o caos, em ordem
A confusão em claridade.
A gratidão pode transformar uma refeição num banquete
Uma casa num lar
Um estranho num amigo
A gratidão dá sentido ao nosso passado
Traz a paz para o hoje
E cria uma visão para o amanhã.
Reconhecer e agradecer
Uma nova forma de viver.

sábado, 2 de maio de 2020

Maio, Mês de Maria

Maio mês de Maria
Maio mês do coração
De um coração cheio de amor
Como o de Maria mãe de Jesus.
Por isso também tempo de oração.
Maria, mãe de Amor
Quando te olho és beleza e sol que me ilumina
Invoco-te, e tua bondade me atende e anima
Quando o caminho procuro, tu és minha luz
És minha mãe, que com carinho e amor me conduz
Ao chamar-te de mãe
De Jesus me faço irmão
Se na vida sigo a teu filho, alegro teu coração
Maria Mãe querida, realmente cheia de graça
Sempre presente quando a ti recorro
No meu lar na rua ou na praça
Deus fez em ti a sua morada
Foste escolhida e conservou-te
Imaculada Soberana dos Anjos, faz triunfar o teu amor
Protege-me em teu manto afaga-me com teu calor
Dá-me a coragem e força para o meu sim
Se de ti me afasto, não te afastes de mim
Mãe do amor sempre presente
Mãe das dores mesmo ao pé da cruz
Onde suou a frase num desejo de Jesus
Que é apelo para mim também
«Maria eis o teu filho.
Filho eis a tua mãe»
Obrigado Maria
Fica connosco Mãe de amor.