terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Vigiar

 

 

Quando penso em vigia

Nunca lembro o dia

Só a noite vem à ideia

Num mundo de portas fechadas

De janelas aferrolhadas

É o medo tecendo a teia.

O alarme accionado

O espaço todo vedado

A vigilância a cargo de outrem

Porque neste momento

A certeza do meu pensamento

É que não entra ninguém.

Mas há sempre aquele ladrão

Que não pede autorização

E a toda a hora salta

Mesmo com a porta fechada

Tendo a janela vedada

Pela parede mais alta.

Entra sem pedir licença

Nem sequer precisa de avença

Vindo do sul ou do norte

Quando menos se esperar

Ele acaba por entrar

O ladrão vestido de morte.

 

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Alegria do Evangelho

 

Caridade é amor

Melhor fórmula não há

Se amas verdadeiramente; Dá.

 

Confiança é preciso

Para viver em alegria

Está tudo em tua mão; Confia.

 

Bondade é como remédio

Saúde de coração

Para um viver saudável; Sê bom.

 

Acolhimento precisa-se

Quem vive no medo tolhe

Se a ternura é teu lema; Acolhe.

 

Alegria é ter amigos

Que saibam compreender-te

O sorriso é espelho da alma; Alegra-te.

 

Família que sabe ter

Os valores que enobrece

Se tens família assim; Agradece.

 

Presença de qualidade

Para quem precisa de ajuda

Marca com tua presença; Cuida.

 

Porta que serve de entrada

Aquele que em Deus se centra

Avança sem medo do mundo; Entra.

 

 

 

 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Viver é isto?

 

 

Sempre os mesmos gestos

As mesmas palavras

As mesmas coisas repetidas

Viver para arrancar a vida à morte

A monotonia é a forma

Remoer o tempo em trevas e solidão

A rotina

De novo, nada se passa

Enferrujam os hábitos lentamente acumulados

A vida é fictícia

As palavras perderam a realidade

Construímos paralelamente uma falsa vida

Que defendemos desesperadamente

Continuamos a matar o tempo

Mesmo que daqui se veja a vida toda

Vivemos de detalhes e manias que nos vão sustentando

Vivemos a representar

Quando presente num funeral lembro a morte

Mas depressa desvio o olhar

E entro de novo na vida comezinha

Como pesa a vida

Reduzimos a vida a uma insignificância

E continuamos a não viver dom maravilhoso

O fantástico dom da vida.

 

 

 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Nem sempre consigo

 

 

Nem sempre sou forte nas 24 horas do dia

Vai haver  algum momento no meu dia

Em que me sinto mais frágil

Esperam de mim sempre mais

Mais do que por vezes consigo

Se calhar por disfarçar

Aquilo que às vezes sinto

A força com que enfrento

Aquilo que me apoquenta

Nem sempre é a mesma

Às vezes parece que vem tudo junto

Há horas que só me apetece respirar fundo

Ouvir o coração e dizer comigo

Eu vou conseguir

Existe uma força que me impele

Eu sou forte

Eu vou resistir

Mas qual quê

Nem tudo é assim tão linear

Nem sempre consigo

Nas 24 horas do dia.

 

 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

S.Paulo aos Colossenses (3,12-21)

 

 

E porque não?

Entrar no tempo de novo ano

Vestido com roupas de um novo pano

Para novo me tornar

Com lindas cores nos tecidos

Que justapostos e bem unidos

Será roupa para sempre usar.

 

É metáfora esta composição

Mas possível a confeção

Se for firme o meu propósito

 

 “Misericórdia e Bondade

Humildade, Mansidão e Paciência

Com o cinto da Caridade vínculo da perfeição”

Perfeita a indumentária

Maravilhosa verdade de forte resistência.