terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mudança precisa-se

Todo o mundo é composto de mudança.
 Então porquê tantas situações que poucos se atrevem a mexer?
Ser vermelho ou azul, rosa laranja ou verde politicamente ainda vá que não vá, mudam aqueles que pretendem maior visibilidade e ingressam na cor que está na moda.
A cor da camisola clubista é proibido mudar, isso seria a vergonha, a cobardia e o descrédito, seria a pura infâmia de autentico vira casacas.
De mulher\homem nunca se viu nada igual, tanta é a facilidade de permuta, que em alguns casos ainda não se mudou, mas já se usa aquilo que vai ser o móbil da troca.
Neste caso o indecente do hipocondríaco quando não sente nascer os apêndices justificativos da dita troca ainda pergunta ao médico de família se não será falta de cálcio.
A mudança de automóvel também se faz consoante a conta bancária.
Na religião mudam aqueles que não estão bem em lado nenhum e nem sabem bem o que querem porque na realidade nunca quiseram nada.
Na mentalidade, aí alto e pára o baile. Custa em demasia a mudança.
Sou casmurro e teimoso mas já nasci assim.
Eu penso desta maneira e só a terra me fará mudar.
Para quê mudar?
Mudar por mudar, não, mas mudar para inovar porque não?
Nem sempre que se muda o sintoma é a de falta de coerência.
Mudar pode ser atitude responsável se aquilo que se muda, deixou de fazer sentido.
Levanta-te homem de esperança; avança, arrisca, faz algo novo, carpir mágoas pouco importa, tocar sempre a mesma tecla aborrece.
Toca um novo instrumento, canta outra letra, não fiques no saudosismo pode ser doentio.
Se não se confecionar novo prato será sempre a mesma “chapa,” sem inovação na culinária nunca se aprenderá a comer novos sabores, só comendo diversificadamente se compara qualidade.
“Tudo que é demais chateia, sempre a mesma coisa cansa.”
O mundo é composto de mudança.
Mudança precisa-se

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Depois disto...

 Somos tratados como rebeldes crianças
Nada nos é proposto
Tudo é “imposto”
Ou fome ou falência
Ou caos ou precipício
“Ou mato ou morro”
Ou palha ou água
Se queres, queres,
Se não queres, queres na mesma.

 Ultimo comunicado…
O imposto vai aumentar 10%!

Reacção pronta à porta do ministério
“Ladrões do povo, vampiros do meu sangue”

O recuo; bem na verdade não vai ser preciso tanto
Bastam 8%.
(Lembrando a anedota)
“Ó amigo aconteceu uma desgraça em tua casa
Morreram todos asfixiados:
- Que desgraça, que vai ser de mim?
Calma amigo, só morreu a tua esposa e os dois filhos
O gato ainda está vivo”.

Diz o manso acomodado
Podia ser pior.
Uma pôrra:
Ando eu entretido com a zanga do PP (Pedro/Portas)
E pela minha porta é que nada entra
Nem frango quanto mais coelho.
Acordai…
Em Espanha, ouve-se Zeca Afonso,em Grândola vila Morena
Em Portugal cantamos o tiro-liro.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Dias de inverno

A chuva martela nas telhas
Por cima da minha cabeça.
Na minha secretária improvisada
Com as costas a oeste resguardadas
Olho a este sem parede
Para onde a inclinação do telhado
Faz cair as gotas da chuva
Hoje transformadas em cascata.
Ao longe os choupos parecem dizer-me adeus
Com os ramos num bailado frenético
Ao som de música ininterrupta
Em que o vento é autor e compositor
A trovoada que não ouço, mas vejo no clarão dos raios
Associou-se na borrasca
As faíscas parecem flashes de máquina
Querendo fotografar este dia de céu carregado e negro.
As ervas no campo agitadas e erguidas
Sorvem a água que não cessa de as fustigar.
Entre o barulho da chuva e do vento
O lúgubre tocar do sino na torre da igreja
Dá sinal de que alguém partiu.
Sim porque os soldados mesmo que sejam da paz Infelizmente também morrem.
Dia negro de coração despedaçado
De olhar toldado pelas lágrimas
De pernas bambas e mãos trémulas
Porque estes dias menos claros
Em que as vidas desabam como a chuva
Deixam a nossa alegria de viver
Inevitavelmente mais triste.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Até já

Que bom é poder partir
E para sempre ficar
Não ter fugido à luta
E saber que lugar
Ocupar na vida
E já depois dela
Ser porta de entrada
Caminho sem cancela
Que impeça o mundo
Que nunca soube ver
Descobrir que no fundo
Se o homem morrer
Deixa um vazio
Uma presença ausente
Mas a obra fica
Está sempre presente
Para ser vivida
E jamais esquecer
Que quem vive a vida
Nem a morte o faz morrer

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Que fazer da vida?

Alguma coisa terá que se fazer da vida, nem que seja só vivê-la.
O que já não será pouco, menos será não merecê-la.
Viver é como quem corre atrás do bem que se quer muito.
 Écoragem, é audácia.
Viver é construir, viver é fecundar.
Viver contra as adversidades é viver em cheio, é ter vida cheia, cheia de problemas mas de alegrias e vitórias também, porque a pressão que me fazem aqueles que deviam estar comigo é o oxigénio para a minha corrente sanguínea.,
É a armadura que me permite ir à luta, e lutar em todas as frentes.
É aí que eu vejo que a minha pequenez confunde os grandes gigantes que se propõem a sufocarem-me.
É aí que eu vejo que, «quando me sinto fraco é que sou forte», porque ficam sempre do meu lado outros anões que se agigantam quando vêm em meu auxílio, e eu não prescindo da sua presença.
«O Senhor é minha luz e salvação aquém temerei? O Senhor é o protector da minha vida de quem hei-de ter medo?»
Se quero fazer alguma coisa da vida não preciso falar muito, o silêncio é de prata, e silêncio precisa-se.
Por isso preciso de me calar mais, de ver melhor e calar.
 Calar principalmente quando o que digo é nada.
Calar quando só faço barulho.
Calar quando não tenho razão e saber calar quando a tenho.
Calar quando estou calado porque só com o meu olhar eu falo mesmo não dizendo nada.
É preciso calar quando falo alto, e falar sem medo se o que digo concorre para o bem de todos.
Calar para ouvir quem devo.
Calar para ouvir melhor.
Calar e aceitar o que Deus quer de mim e aquilo que me quer dar.
Calar para melhor servir.
Fazer sem falar.
Falar calado.
Calar para dizer bem.
Silêncio precisa-se, precisa-se também de homens e mulheres com coragem para o fazer.
Porque, “alguma coisa terá de se fazer da vida.”

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Esperança mexida

É mexendo a polpa do fruto
Que borbulha no taxo fervendo ao fogo
Adicionando o necessário açúcar
Que se consegue a marmelada esperada
Doce e compacta. Se não mexer queima
E o resultado esperado já era.
Poderá ainda ferver-se as cascas
Mas o fim esperado ficará aquém
E a esperança posta no conteúdo
Nunca dará marmelada.
Esperar mexendo
Esperar fazendo caminho
Caminhando a espera é menos penosa
Dói muito mais fervendo só a casca
Metendo tudo na panela
Pode esperar-se algo doce e bom
A marmelada da esperança
A esperança consolidada.
Se ferver no fogo
Se mexer sempre
Fica linda essa esperança.
Mesmo que não comida.
Mesmo que não conseguida.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ardente chama

Se chamas eu ouço
Quando as chamas são o grito
Eu ouço e vejo.
Sinto o calor do fogo
Ouço o crepitar das chamas
E quanto mais alto chamas
Mais as chamas se propagam
Mais o calor atiça e sufoca.
Vejo e ouço as chamas
Se chamas.
É no teatro do fogo
Que as chamas se combatem
Se chamas.
E quando chamas
O fogo amaina
As labaredas se extinguem
E do rescaldo fica a cinza
A calma no grande fogo
Que agora extinto
Sempre reacende
Porque a chama persiste.
E quando as chamas são o grito
Eu ouço e vejo
Se chamas eu ouço.