quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Já foste

Desta já nos safamos
O Natal já passou
Já nos podemos tratar como antes de…
Para o ano há mais
Haverá também votos de boas festas
Mais S M S a granel.
Que pena ter de ouvir…
Que bom, este Natal já passou, ou
Andamos numa correria
Para comer batatas com bacalhau…
Que pena este natal da mesa
Que triste o natal da barriga
Para quando o natal, Natal
O da consciência
O do coração
O Natal a sério
O natal de Jesus
O Natal do amor?

domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal festa da família

Será? Onde e como?
Feliz Natal. Festas felizes.
Com tanta gente a dizer, o Natal bom tem que ser.
Com tanta boca a desejar, a festa vai ter que durar.
E o resto?
Ou melhor, o principal, a essência primeira?
Preparar a festa precisa-se
Ser família é necessário
De sangue só não basta
Também de amor
Que fazer para tal acontecer?

Dia um de Janeiro, dia dedicado à paz
Começar aí a preparar Dezembro
Pensar todo o ano que o Natal vai acontecer
Viver em paz para o Natal ser feliz
Semear o amor para haver festa da família
Antes da mesa preparar o coração
Dar guarida ao menino
Em algo mais asseado que um curral
Durante todo o ano
Para em Dezembro
Acontecer Natal.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Por ser Natal

Fazer antevisão nunca foi muito o meu forte (salvo raras excepções), por isso deixo essa “grande arte” para os analistas políticos, comentadores de futebol, ou videntes de fim-de-ano.
Aquilo que eu, mesmo desajeitadamente, gosto de fazer é falar de factos consumados.
E por que se calhar para muitos o Natal passa a correr é tempo de fazer balanço, do constatar das virtudes de mais uma festa que se pretende de alegria, mas que não é mais que consumismo e consumição.
De uma altura que se pretende de paz, mas que só traz alvoroço, desespero e frustração.
De uma época rica quando se busca o essencial, que robustece a vida e nos deveria impelir a uma contagiante alegria, e o que se vê são pessoas tristes, entediantes que mais parecem guarda-chuvas sem varetas.
Mas isto do Natal vai mudar, e porque mais fundo não pode bater, a tendência é para melhor, e para melhorar podemos começar por agradecer a Deus o termos vivido mais um ano, o olharmos à volta da mesa e podermos dizer: “felizmente continuamos todos”, e depois vivam as prendas, viva o preparar da mesa, viva tudo o que o Natal merece.
E porque o Natal é nascimento, para melhor o vivermos, deixemos nascer em nós a vontade e o compromisso de procurar o verdadeiro Natal onde ele está.
Começar por onde?
Pelas ruas iluminadas das cidades?
Nas luzinhas multicores dos beirais e varandas das nossas casas?
No “apinhamento” dos hipermercados? Nas filas intermináveis de trânsito que nos levam às compras? Não, se calhar por aí nunca encontraremos o Natal sério e verdadeiro.
Penso que sem andar muito o encontraria por certo no vizinho que precisa da minha ajuda, no doente que me custa a entender, no riso puro de uma criança, no bom ambiente que posso promover no meu lar, na minha família, nos grupos em que me insiro, no abrir da minha mão que tem pouco, mas que poderá repartir com aquele que tem menos.
Enfim, porque sei que isso se pode fazer, acredito que o Natal pode ser diferente daquilo que eu faço e vivo. Porque Deus colocou o Seu Filho no meu mundo, eu acredito que este mundo vai melhorar, por isso eu também, e só no assumir desta realidade o Natal pode ser vivido hoje, e amanhã continuar a ser Natal.
 PS: Vem aí um novo ano. Força gente!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Carta para o amigo jardineiro

Olá caro amigo, como te vais dando por aí?
Cá no nosso jardim os jardineiros abundam, surgem aos magotes sempre prontos a substituir algum que abandona a jardinagem por não concordar com o jardineiro chefe.
Quem entra é de publicitada competência, mas de flores nada, a terra está cada vez mais nua.
Há quem diga ser culpa da seca, o que para mim soa a falso porque por aqui continua a haver muito quem regue, não no sistema de aspersão, mas que vai causando muita impressão lá isso vai.
Por aqui o Inverno vai-se aguentando, embora nem se dê por isso porque as coisas têm andando muito quentes, esperemos que no verão venha alguma chuva, será muito bem vinda desde que não seja nos bolsos dos mesmos de sempre.
 Quando eras tu o jardineiro poucos gostavam de ti, hoje não sei porquê alguns começam a ter saudades, nesse tempo Portugal era um jardim à beira mar plantado, não faltavam as flores mas a fome era mato, hoje a fome continua a existir, com a agravante de não haver flores.
Tu já tinhas partido quando a predominância cá no jardim foi plantação dos cravos, todos se agarraram ao cravo, cravaram o jardim de “cravas” o que levou a flor a murchar em pouco tempo.
Com o esmorecer do cravo, veio a mania da rosa, mas mesmo nos canteiros com rosas havia uma grande variedade de cores, aos jardineiros da altura começou a pedir-se mais qualificação, já não pegavam na sachola e passaram a ser engenheiros de mão fechada. Para que saibas digo-te: --
Ainda hoje aparecem por cá jardineiros que fazem muitas flores, mas é tudo artificial, flores cuja matéria inflamável é imprópria para consumo, e nós os habitantes do jardim andamos cada vez mais consumidos, sem as flores que podiam embelezar as nossas vidas.
Mas que se há-de fazer, o jardim está nas mãos do jardineiro…
Até a próxima António, e se um dia te for visitar, não contes com flores, primeiro porque não as há, segundo será muito mais fácil para mim arranjar um molho de ervas daninhas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

maranatá

Vem Senhor Jesus
Vem Deus Redentor
Espero por Tua luz
Vem Divino Senhor

Espero mas não parado
Espero em preparação
Quero acolher-te Jesus
No presépio do meu coração.

Vem estrela da manhã
Vem brilhante sol do dia
Espero por Ti luz nas trevas
Vem razão de minha alegria

Espero por Ti rei menino
Espero Teu reino de paz
Quero viver Teu amor
Todo o bem que ele me traz.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Consagração a nossa Senhora

Santa Virgem Maria,
Derramai na nossa alma
Um pouco da vossa alma,
Nos nossos corações
Um pouco do vosso amor,
Nas nossas vontades
Um pouco das vossas virtudes,
De todas as vossas virtudes.
Não vos pedimos esta ou aquela virtude,
Mas todas as virtudes.
Porque o que nos impele em vós,
É este equilíbrio de virtudes…
Fazei-nos falar como pensamos,
Agir como falamos,
Para que as nossas palavras e toda a nossa vida,
Sejam um eco das nossas convicções profundas,
E dum profundo amor. Inspirai-nos as palavras que precisamos dizer,
As censuras que é preciso fazer,
Os elogios que é preciso dar.
Dai à nossa vida um entusiasmo generoso,
Que nos leve a ir ter com os outros,
Oferecer-se a todos, colocar-se ao serviço de todos.
Neste serviço ao próximo.
Ensinai-nos a difícil arte de oferecer sem impor,
De persuadir sem violentar,
Respeitando a liberdade das almas,
E de saber esperar a hora de Deus.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O boato a mentira e a língua

Contavam-me em tempos uma jocosa história em que entrava um branco, um preto e uma banana.
Durante a narração, várias peripécias em que versava o preto e o branco, mas o contador da história nunca falava da banana, o que me levava a perguntar no fim:
“Então e a banana?”.
Estrondosa gargalhada e o conselho maldoso do sítio onde meter a dita.
O que me proponho hoje contar é a história do boato da mentira e da língua.
“Ainda o sol não rompera as espessas nuvens, já o “boato” se pusera a pé.
Arranjou-se bem arranjado para mais um dia de intenso labor, encheu os pulmões de ar e saiu à rua disposto a fazer jus ao seu nome.
 Entrou no café da esquina, tomou assento no meio de grande aglomerado de pessoas e lá deposita a sua peçonha.
De seguida passa pela barbearia para se pôr mais apresentável para um encontro na praça principal.
No extremo oposto da aldeia, já com o sol a brilhar, a “mentira” acorda sobressaltada, porque já devia estar na rua a cumprir a sua missão escabrosa, e não pensem ser fácil o seu trabalho.
Maquilha-se cuidadosamente para melhor parecer e ela aí vai ao encontro daquele que mais apoio lhe dá na sua tarefa, o “boato”.
Depois de se cumprimentarem, a “mentira” toma pelo braço o “boato” e bem juntinhos decidem empreender o caminho de sempre, destilando o seu veneno.
Passam pelas escolas, entram nos locais de trabalho, infiltram-se em vários lares, colocam-se no centro da política, no seio dos sectores desportivos e tomam assento nas reuniões de alguns grupos; depois acampam em toda a aldeia, e assim repousam de tanta canseira, para fresquinhos, na manhã seguinte, começarem nova campanha.
” Aqui acaba a história. Da língua eu não falei.
Quem tiver coragem faça a pergunta e depois faça com ela o que entender.
Eu já decidi o que fazer.