domingo, 17 de dezembro de 2017

Sonhar Natal

No princípio era o sonho
Mas a realidade surgiu
O homem inventa e tudo mata
Até o sustento da vida
O alimento da fantasia
A alegria de quem quer viver
Por se julgar capaz
De viver sem ser chorando
E mesmo sendo alvo de troça
Rir quando a vida castiga
Descobrir no escárnio dos outros
A força de que precisa
Para seguir amando a existência
Resistir à opinião geral
E confiar na sua estrela
Que o guia até a luz
E se não vive num palácio
Faz sua morada num curral
Como nasce o Rei da vida
A essência do natal.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Porque será?

Se sempre foi assim… não sei
Que hoje acontece…sim
Vejo, ouço e sinto
É quase lei
Se algo me molesta
Casos de morte ou doença
Em qualquer outra fatalidade
Aparece todo o mundo
Amigos conhecidos ou nem por isso
Lamentando doendo-se
Prestando um pronto apoio
Mostrando sua solidariedade.
Ao contrário
Se a vida me corre de feição
Porque até comprei um novo carro
Mudei para uma melhor casa
Quantos se mostram contentes com a minha alegria?
As palavras de parabéns afeto e calor
Quem mostra satisfação?
Lancei-me num novo projeto
Um sonho a realizar
Poucos se abeiram
Até custa cumprimentar
Nas desgraças tudo bem
São muitos os sentimentos
As alegrias que vivo
Dão poucos contentamentos.

sábado, 9 de dezembro de 2017

Tribunal de saúde

Sem nunca ter culpa formada
Fui um dia a tribunal
Os locais de audiências
Foram salas do hospital.
Nunca havendo julgamento
Eu seria sempre o réu
Não fui ouvido em depoimento
Mas o veredito surgiu.
No tempo que apanhei de pena
Cumpri com todo o rigor
Bom foi ter nos carcereiros
Um tratamento de amor.
Quando saí em liberdade
Ainda com pena suspensa
Numa reabilitação
Que desejo seja extensa.
Por ter sido bem tratado
Um carinho reconhecido ficou
Apareço a testemunhar
Porque réu por ora não sou.
Se voltar a ser julgado
Na sala do hospital
Seja qual for a pena
Bem direi o tribunal.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Não vás só

Quero caminhar contigo
Podes escolher o caminho
Mas há trilhos que são penosos
Se teimas ir por essa via
Não sei se conseguirei
Mas não aceito o ires sozinha
Não insistas Espera por mim
Pode ser bom escolher outro trilho
Vai obrigar a renúncia
Minha e tua
Mas não quero que avances só
Não quero ficar só
As estradas que não se conhecem
Mesmo sem terem sinal
Podem ser becos sem saída
Quero ir contigo
Estudemos alternativas
A teimosia não serve como companhia
Estremar as situações pode ser desmoronamento
O ruir da vida
Ficar só não é solução
Pode ser sinal de orgulho
O silêncio faz bem ao viver
Nunca o será se serve para romper
Com laços que sempre uniram
Laço que não sufoca mas amarra
Uma vida vivida a dois
Por isso vou caminhar contigo
Mas nem todos os caminhos nos servem.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Não há engano se...

O algodão não engana
Se for usado limpo
As palavras nunca ferem
Se o pensamento é reto
O olhar nunca faz mossa
Se o coração transborda amor
A cólera é sempre contida
Se o perdão prevalece
Até a noite finda
Se o sol nos visita
As nuvens também se afastam
Se o carinho pairar
A tempestade tende a amainar
Se a alegria surgir
O coração melhor respira
Se o amor é oxigênio
O espelho é sempre fiel
Se a alma é transparente
A vida é sempre vivida
Se eu quero vive-la.

sábado, 18 de novembro de 2017

Procurando saída

Foi no encontro que me perdi
No que fui perdendo é que achei
A firme vontade de percorrer correndo
Um caminho que não sabia sem saída
Em buraco estreito e escuro
Sem pretender ofuscar a visão
Com a luz ao fundo do túnel
Que tarda em surgir
Fazendo-me tatear
Na humidade pedregosa
Dos lados frios da vida
Em que refreia a esperança
E os passos colam no medo
Do lodoso e lento pensar
Em que as trevas são alimento
Numa mesa de mentira
Mastigando desalento
No saciar da fome de rumo
Sem certezas no caminho
Que revelam tênue luz
Mas o final do túnel
Ainda não foi alcançado.

sábado, 11 de novembro de 2017

Questão de posição

Nas costas da morte
Vou forçando a vida.
Por vezes viver custa
Mas enfrentar aquela
Que por ora está de costas
Deve custar mais, suponho.
Morrer para algo em vida
Também dói
Mas após a dor vem a alegria
Da vitória do empenho.
Pior é viver estando morto
Morto de fome, de cansaço, de medo.
Fome de justiça
Cansaço da luta
Medo da vida.
Vivendo menosprezando a vida
É morrer a destempo.
Eu por enquanto
Vou forçando a vida
Vivendo nas costas da morte.

sábado, 4 de novembro de 2017

O amor fica

Morremos porque nascemos
Sentimos porque existimos
Partimos porque chegamos
Sofremos porque amamos
Viemos ao mundo
A este nómada acampamento
Em que a vida
A nossa tenda terrestre
Montada por imprevisível tempo
Não resiste a todas as investidas
Ventos e temporais a vão desgastando
E pondo fim à sua impermeabilização
Rasgam-na sem piedade
Até a tenda
A vida no acampamento
Ruir
Mas a vida não vai parar
Porque…
“ Aqueles que passam por nós
Não vão sós
Não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si
Levam um pouco de nós”

(Saint Exupery)

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Preciso ter-te

Olhar-te é ver a luz
Serenidade que me seduz
Alento que me anima
Sentimento que germina
Em agreste terreno sofrido
De pedras e espinhos pejado
Que procura em todo o lado
Teu olhar apaziguador
Que me olha com amor
Não merecendo essa graça
Em ti tenho o dia que me abraça
E a noite que me beija
O caminho que me conduz
Porque olhar-te é ver a luz.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Em frente : Marche.

Em frente bravos guerreiros
Dos fracos não reza a história
E o que fica na memória
São as batalhas travadas
Pelos campos e estradas
Em que vosso sangue ficou
E a nossa crença aumentou
E por cada soldado que cai
Há dois que se levantam
E nesta missão que enfrentam
Muitos ficarão pelo caminho
Mas tu nunca estás sozinho
Segue o teu comandante
E grita a todo o instante
Que ser jovem é combater
E quem fica não vai morrer
É incentivo para quem vier
Porque o mundo precisa de vós
Na certeza que não estais sós
Deus é o vosso rumo
E lutando com aprumo
Nas batalhas que o mundo vos traz
Cada um de vós sempre é capaz
Porque... No abraço da Tua voz
Juntos marchamos nós.

sábado, 30 de setembro de 2017

Sei Sim

Sei que me queres sem eu merecer
Sei que me amas sem te pedir
Sei que me ouves sem nada dizer
Sei que me falas sem te ouvir.

Sei que não sou ser perfeito
Sei ter ainda muito a andar
Sei que com esforço e mudando o jeito
Sei que posso a paz alcançar.

Sei que ao viver esta vida
Sei estar sempre a partir
Sei que este é meu caminho
Sei que dele não devo fugir.

Sei ter em Ti o meu refúgio
Sei nos Teus braços poder-me aninhar
Sei que perdoas quando me esqueço
Sei que desejas que queira mudar.

Sei ter em Ti um Pai que me acolhe
Sei que amparas o meu sofrer
Sei que nunca me abandonarás
Sei porque sei em Ti eu crer.

sábado, 16 de setembro de 2017

As cinzas da vida

Na mitologia grega a Fénix era uma ave que ao fim de uns tempos entrava em combustão, mas que renascia das próprias cinzas, e poderia existir durante milhares e milhares de anos.
Isso deveria acontecer também àquilo que reduzimos a cinza e guardamos, mas não: porque essas cinzas só duram o tempo que aprouver a quem as guardou.
Esta introdução vem a propósito daquilo que ouvi numa argumentação, entre duas pessoas, quando do velório de um familiar. Dizia um dos senhores com ar de quem sabe e domina a matéria.

- “Tens de concordar comigo. Primeiro porque a cremação é uma forma muito mais higiênica, no que diz respeito ao ambiente.
Segundo porque evita a preocupação de andar a correr para o cemitério.
Terceiro, as cinzas guardam-se num qualquer frasco, e duram toda a vida.” (fim de citação)

Pois… as cinzas de um morto duram toda a vida.
Pelo menos a vida de quem as guarda até que alguém o queime tambem.
As cinzas do meu pai, da minha mãe, esposa ou filhos num recipiente fechadas, duram uma vida.
E aí sim, é que é uma vida de categoria e sossegada.
Não comem nem bebem, não precisam de cuidados de qualquer espécie, não reivindicam qualquer direito, impecável.
Volto à introdução.
Se essas cinzas entrassem em combustão como as cinzas da Fénix e voltassem à vida, o sábio da argumentação familiar do defunto, arrepender-se-ia e gritaria…
Merda, mais valia tê-lo sepultado.

sábado, 2 de setembro de 2017

"Só sei que nada sei"

No entanto sei que a frase não é minha.
Sem ser grego nem filósofo
Sei também não ma chamar Sócrates.
Mas cada vez sei menos
Sobre os outros
E pior ainda nada sei sobre mim
Em certa altura da vida
Pensei que tinha aprendido alguma coisa
Puro engano
Cada vez sei menos
Já nem sei se me conheço
E tudo aquilo que abraço
Será a prática do constante fazer
Ou o saber daquilo que faço?
Pensava saber ler no tempo
Aquilo que o tempo me dava
O tempo não se deixa ler
Por isso deixei de saber
O que o tempo me ensinava.
Pensava saber como estar na vida
Mesmo sendo ela madrasta
Mas no que a vida hoje me mostra
Diz-me que nada sei
Sabendo como ela é nefasta.
Mesmo querendo aprender nada sei
Constato a cada instante
Vou teimando e querendo saber
Pois mais vale tarde aprender
Que morrer ignorante.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Em tudo Te encontro

Em tudo Te encontro
Ouço Senhor a tua voz
No bailar das folhas dos choupos
Consegui ver-te no meio do rio
Como se do Jordão se tratasse
Senti-te no brilho do sol sobre o milheiral
Na fragilidade do pequeno inseto
Na alegria de quem te canta louvando
Pedi-te e ficaste
Acampaste.
Desceste ao campo para ficar
Numa rudimentar habitação
Uma tenda partilhada
Sinto-te em todo o lado
No toque da campainha
No bater dos tachos da improvisada cozinha
Nos sorrisos alegres madrugadores
Nos acordes das guitarras
Que acordam os mais lentos no despertar.
Estás aqui eu sei
Na palavra partilhada
Na oração dialogada
Sem formulas mas com sentido
Em que rezar é abrir o coração.
Obrigado por ficares comigo
Por estares sempre presente
Por seres fiel companheiro
Amigo de todas as horas
Que sempre vela por mim.
Porque em tudo te encontro
Obrigado Senhor.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Vida como intervalo

“Nascemos sem pedir, e morremos sem querer. Temos que aproveitar o intervalo”.

Esta frase lida e refletida, levou-me a concluir que a vida não é bem um hiato, nem pausa, será um intervalo muito trabalhado.
Trazendo a palavra intervalo para uma ligação ao desporto de competição, ele será além de tempo de reflexão, tempo também para refazer a forma de encarar o que virá a seguir, no caso de não estar bem no desempenho do meu objetivo.
Pode ser ainda tempo para incentivar a uma continuidade, se me portei de maneira a poder sair vencedor da contenda.
Nascimento.
Vida.
Morte.
Nascer sem pedir.
Mas nasci; por isso vivo, e agradeço a vida.
Estou no intervalo.
Na vida.
Até chegar o fim.
Se durante o intervalo conseguir estar recetivo aos conselhos, às palavras sábias, às táticas e planos que vêm daquele que escolhi como treinador, o intervalo vai ser otimo para alcançar no fim a vitória.
E depois do intervalo.
Da vida.
Terei razões para festejar, e nunca para a chorar.
Porque se aproveitar bem o intervalo, farei por certo uma boa segunda parte.

sábado, 8 de julho de 2017

Banquete é para todos

A mesa está posta
A sala iluminada
Faltam os convidados
Destes alguns poucos
Marcaram presença
Tanta fome apregoada
Tanta tristeza estampada
Tanta ausência notada
Não foi feita selecção
Quem chegasse era acolhido
A porta estava escancarada
Quem chegasse tinha lugar
A festa foi preparada
Quem chegasse podia comer
E tanta comida estragada
Esperar é a solução
Até o dia findar
Até as mesas recolher
Até a luz apagar
Até a porta fechar.
Os convidados que viram
Saíram com fome de mais
De sorrisos saciados
Dos alimentos partilhados
Com ânsia de novo banquete
Desde sempre anunciado.

sábado, 3 de junho de 2017

Bem estar"corrido" por corrida costante

Maior cansaço
Menor rastilho
Correria constante
Explosão iminente
Tudo aborrece tudo satura
Mesmo sem fogo levanta fervura
Paciência esgotada
Azedume é resposta
Atenuantes qual nada
É fratura exposta
Que fazer
Que atitude tomar
Nada atenua
Só tende a agravar
O silêncio é provocante
As palavras atiçam o lume
Qualquer gesto alimenta a fogueira
Onde buscar a conciliação
Como pedir a paz
Erguer a bandeira branca ou
Hastear a preta
Símbolo da fome
De compreensão
De entendimento
De diálogo
De amor.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Revestimento de proteção

Há feridas que deixam marcas
Cicatrizes
Ainda bem
“As cicatrizes protegem mais que a pele”
Uma macia pele
Em tudo se fere
O calejamento resiste ao ferimento
Estar blindado
A debilidade da doença
É a robustez ao mal exterior
O sofrimento causticante
É imunidade para a vida
O escudo
A couraça
Serve de revestimento
Ensina como ser
Forte nas fraquezas
Prepara para fazer
Das muitas fraquezas força.

sábado, 29 de abril de 2017

E se a vida fosse o mar

Quantos se salvariam?
Para quem como eu
Que nunca soube nadar
Para quê querer mergulhar
Porquê do mar tanto gostar
Se navegar não sei
A que vem esta tentação
Este desejo premente
De no mar fazer habitação
Dormir na espuma da onda
Repousar na lodosa rocha
Na água me sentir presente
O leme que sempre mantive
Da barca é o guião
De um porto que não sei qual
Tão pouco do tempo de viagem
Nem certeza na direção
Do nascimento a minha praia
Já vou perdendo de vista
Ainda assim
Mesmo sem saber nadar
Não me reterei na margem.

sábado, 22 de abril de 2017

Viver na Luz

Se por Deus Foi escolhido
Sua Luz é minha estrada
Ser pobre não é defeito
Albergo um lugar no peito
Onde o amor faz morada.
Há luz que às vezes me deixa
Mas outra me vem iluminar
Feliz sou se a sinto
Porque a verdadeira Luz
Jamais se irá apagar.
Quando te não tenho Imploro
Estar contigo transforma meu ser
Todos os dias desce a noite
Mas novo dia irá nascer.
Cada vez que o amor chamar
Ainda que custe avançar
Tomarei o meu caminho
Avançando sem vacilar
Há uma luz pra me guiar
Sou ave que encontra ninho.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Às mulheres que o são

Para ti mulher que nasceste para amar
Que choras em silêncio para ninguém notar
Que ris com teu rosto porque ris de coração
Que do esforço do trabalho fazes doação
Podes ser menina, esposa, mãe ou avó
Que fazes da vida uma alegria só
Sentes sofrimento quando não compreendida
Mas que avança firme mesmo ferida
Que em tua vida trabalhas a dobrar
Num serviço aos outros como forma de amar
Mãe da humanidade no dom que te é dado
Renovando o mundo por cada filho gerado
Todos os dias mereces meu respeito
Mas celebro esta data como um grande feito
Harmoniosa flor que em jardim bem cuidado
Embelezas a vida a quem te mereça a seu lado
Dou graças a Deus por cada mulher
Que está neste mundo e o sabe “Ser”.
                                                                                                      8 – Março – 2017

sábado, 4 de março de 2017

Non Problème

Pode parecer paradoxal
Ir contra a opinião geral
Porque para mim o aumentar da idade
É um regozijo
Uma alegria
Uma nova forma de estar
De olhar e ver
Que a vida já vivida
É uma marca
De presença e companheirismo
De amor partilhado
É responsabilidade consoladora
Por conseguir ouvir o eco
Não de palavras ditas
Mas de uma vida partilhada
Se a sementeira for de simpatia
A colheita é de alegria
Se semear a verdade
A colheita é a felicidade
Se o chão for de acolhimento
A fraternidade será alimento
E ter sessenta e não sentir
É viver a vida e sorrir
Dando graças pelo que tenho
Pelos que tenho
Família e amigos
Seguir em frente e acreditar
Que tudo posso
Naquele que me sustenta
E me concede estar na vida
Tendo a noção do pouco que valho
Mas do muito que posso ser
Porque…
“Nada será tirado a quem tudo dá”

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Tirar bilhete

É a nova designação para doença cancerosa.
Para mim esta fórmula é nova.
Fiquei a conhece-la há dias conversando com alguém que anda em tratamento.
(A que eu mais conhecia era ter a vida por um fio)
Contava esse alguém, que ao dar conhecimento a um amigo do que se passava ele lhe dissera:
- Então já tiraste bilhete.
Grande amigo pensei eu.
Muito animador para quem lida com essa situação.
Mas porque já passai por igual experiência não foi grande a minha admiração.
Surpreendido fiquei sim pela resposta dada pelo doente que padece de cancro.
“Já. Já tirei bilhete. Quando nasci o bilhete foi tirado.”
Espectacular.
Parece resposta de alguém com cadeira professoral.
Não é o caso, mas mais uma vez aí estão os humildes confundindo aqueles que parecem saber tudo. “Quando nasci o bilhete foi tirado.”
É facto, no nascimento começa a VIAGEM.
Para TODOS.

Uns fazem-na de avião. Mesmo aí havendo diferença. Viajando em económica ou executiva, ninguém pode dizer com certeza quando termina a viagem. Os aviões também sofrem despenhamentos.
Pode a viagem ser feita de comboio, onde por vezes acontece estes descarrilarem.
Feita de automóvel pode também a viagem acabar em despiste.
Outros há, que entram na viagem simplesmente caminhando, fazem viagens mais curtas, com mais dispêndio físico, mas nunca seguros de fazerem viagem mais demorada, pois acontecem muitas quedas e até atropelamentos por outros que viajam de outras formas.
Quem sabe onde termina a sua viagem?
Eu continuo a gozar da beleza da minha viagem.
Interrupções, percalços, alguns acidentes, mas avanço admirando a paisagem com a cabeça de fora, ciente que a viagem um dia termina.
Depois do bilhete tirado à nascença caducar, já o validei, (quando apanhado pelo revisor do cancro). Por isso, com o bilhete no bolso, lá vou eu na minha viagem, tocando a vida, até quando Deus permitir.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Fragilidades

Assim é o amor
Frágil
Como criança recém nascida
Deve ser cuidado com carinho
Esmero
Leveza no tocar
Sem arranhar para não ferir
Bem alimentar para crescer
Florir
Entrega sem cobrança
Dar-se por inteiro
Na necessidade ser primeiro
Dar a mão
Na fragilidade não vista
Ao primeiro olhar
Na doença que não se nota
Só a vê quem a toca
Quem reconhece quem sofre
Quem vive a fragilidade da doença
O que bem trata porque é cuidador
Lida com um ser frágil
Sofre com o sofrimento
Com a dor
Com a fragilidade
Porque assim é o amor.

                                                                                  (Dia mundial do doente)

sábado, 14 de janeiro de 2017

Prazer de amar

Senti-me triste e sozinho
A precisar de carinho
Do teu amor
Despi-me de embaraços
Para cair nos teus braços
No teu amor.

Sem olhar a preconceito
Afoguei-me no teu peito
Com coração
No teu corpo ondulando
Foi por ele navegando
De coração.

Para ser feliz na vida
Em teu corpo fiz guarida
Para te amar
O prazer é alimento
As carícias são fermento
Formas de amar.

Em meus sonhos eu te amo
Mesmo dormindo te chamo
De meu amor
Dou tudo para te ter
Mesmo tendo de sofrer
Por teu amor.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Começo da maratona

A pensar no ano que agora começa
Comparei-o a uma maratona.
Cada dia um km.
365 dias, 365 km.
É muita distância
Só destinada a grandes atletas
Com força capaz para superar os muitos obstáculos
O calor insuportável ou o frio gélido
As doenças que se contraem durante o percurso
O penoso que pode ser cada km
Cada dia
Ter capacidade de vencer a vontade de desistir
Manter o objetivo de chegar ao fim
Se não fizemos uma preparação adequada não vamos conseguir
Se não aceitamos os conselhos dos maratonistas mais experientes
Corremos o risco de sucumbir
Se não ouvimos o treinador nunca estaremos aptos a entrar na prova
Se a concluirmos mesmo que exaustos
Guardar-mos ainda folgo para fazer a festa
Agradecendo a quem nos acompanha e dá força
A quem nos incentiva na dura prova
Uma maratona de 365 km.
365 dias.
Só uma coisa me espanta e contraria esta analogia
O festejar-mos a que começa
Querendo esquecer a que terminou
Não seria antes caso para celebrar e agradecer
A prova que felizmente foi ultrapassada?