sábado, 10 de dezembro de 2016

Encontro

“A luz que há em mim”
No caminho me conduz
Ela me guia com amor
Ao “Encontro” com Jesus.

“A luz que há em mim”
Está no brilho de um olhar
Que me leva ao “Encontro”
Com o outro e partilhar.

“A luz que há em mim”
Alumia meu caminho
Neste Advento ao “Encontro”
Com meu Deus feito Menino.

“A luz que há em mim”
Vou mantê-la como ideal
E Fazer na minha vida
O “Encontro” com o Natal.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Uma vida contada em anos

Parabéns ao grupo de Jovens.
Parabéns pelo empenho e perseverança.
Pela dedicação dos que vão ficando no acolhimento aos mais novos.
Pela coragem de continuar a vencer barreiras impostas.
Pela firmeza no manter dos valores fundamentais.
Pela garra ousada no manter de um ideal.
Pela tenacidade e afinco nos trabalhos a que o grupo é chamado.
Pela persistência posta no lema que é a partilha.
Pela busca constante da fé.
Pelo inevitável encontro com Deus.

Vinte e cinco anos de vida.
Vinte e cinco acampamentos.
De Singeverga, Santo Tirso, a Tropeço Arouca.
Da Redonda Águeda, a Alvre, Aguiar de Sousa.
Do Engenho Carvalhal Tropeço, a S. João de Ovil, Baião.
De Várzea de Calde, Viseu, A S. Gião, Oliveira do Hospital.
De Bolfiar Águeda, a Barroselas Viana.
Algumas destas terras, várias vezes repetidas.
Vinte e cinco anos.
Vinte e cinco viagens.
No tempo e em caminho.
Nos cruzamentos, outras gentes, outros costumes.
Nos estreitos caminhos, a largueza de horizontes
Para chegarmos aos ermos locais, deixamos a larga estrada.
Para entrar em contacto com a Natureza, abdicamos da comodidade.
No silêncio da brisa que nos bafeja, o abraço com Deus.
No tecto verde do arvoredo, uma catedral erigida.
Nos rios que buscamos, a água que nos batiza.
Nos sorrisos que rivalizam, com alguns rostos de noites mal dormidas
No estreitar de laços.
Nas experiências vividas nas reflexões dos temas propostos.
No sentido posto na partilha e oração.
Na tomada de consciência, do que é depender de tudo e todos.
Até do tempo que faça.
Das amabilidades por parte de quem nos acolhe entre si por uma semana.
No constatar no montar e desmontar da tenda, a realidade da vida.

Parabéns pela vida vivida e partilhada, nestes anos de convívio.
Um forte abraço a todos os que por cá passaram.
Nada de bom se constrói, sem esforço e abnegação.
Por isso vamos continuar a trabalhar, sabendo que o Pai conta com todos, e a todos chama.
“No abraço da Tua voz, juntos caminhamos nós.”

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Rochas em metamorfose

Rochas assentes em Rocha
O nascimento do Xavier foi…
O nascer de mais um Rocha.
Bisneto do Rocha
Neto do Rochinha
Filho do Rochinha pequenino (apelidados desta forma por um amigo dos Rochas)
Pequenino à altura porque criança
Hoje bloco rochoso batido pela vida
Nesta pedreira.
Componente essencial da crosta terrestre
Onde a composição mineral se sedimenta
E robustece na multiplicação
Metamorfose perfeita
Que o amor une fundindo
E nem a corrosão dos tempos
Desintegrará esta pedreira
De Rochas assentes em Rocha.
                                                                                                            Do avô Rocha para o Xavier
                                                                                                                   12 Setembro 2016

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O "Fontanário" na Parábola

No centro da “Aldeia” o “Fontanário”
É o único recurso
A única forma de “Vida”
Só lá existe o precioso líquido.
Porque de água precisava
Também lá fui
Porque incauto e displicente
Muni-me de uma rota “Cantara”
No caminho de regresso foi vazando
Chegando a casa a Cantara vazia.

A Aldeia e a Casa são a vida
A Fonte é o Pai
A água é o amor Amor que o Pai tem para mim
Eu sou a cantara furada
Derramando pelo caminho
O precioso bem necessário
Para minha sede saciar
Poderia até partilhar dessa água
Não fosse eu
Um recipiente sem fundo.
Posso ir muitas vezes á fonte
Enquanto não reparar os furos
Desta fraca cantara que sou
A minha Aldeia
A minha Casa
A minha Vida
Nunca terá a água precisa
Nunca receberei bem o Amor
Que o Pai sempre vai ter
A jorrar na Fonte para mim.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A quem sirva

Quem não te quer
Não te merece
Nunca te amou
Por isso esquece
Foste bibelô na sua mão
Fino joguete
Brinquedo de estimação
Posto de lado
Quando outro adquirido
De peito aberto
Foste atingido
Cabeça erguida
Embaraço não deve ser teu
Quem não te quer
Não te mereceu.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Saber-se pequenino

Vi o nascer do dia
Senti a vida.
Olhei o sol
Sonhei o mundo.
No riso lindo de criança
Fundei a paz.
Lembrando seu sorriso
Saudei o dia.
Pegando em sua mão
Caminhei na vida.
Ouvindo suas histórias
Entrei no mundo.
Embebido em simplicidade
Saciei meu ser de paz.
Porque esse é meu desejo
Essa é minha necessidade
Viver como criança
Sorrir mesmo sem vontade.
E mesmo que venha a tristeza
Poder cantar
Sentindo a alegria
Poder chorar
Sem ter medo da partida
E quando vir nascer o dia
Lembrar a vida.

domingo, 4 de setembro de 2016

Ricochete mortífero

O estampido soou
Foi premido o gatilho
Eu não estava na mira da arma
O tiro nem me foi dirigido
Mas quando a bala faz ricochete
Posso bem ser atingido
Posso até morrer
Se estou na linha de fogo
No cenário da contenda.

Hoje vive-se com a arma carregada
Pronta a disparar
Sem pensar nos danos colaterais.
Não importa o calibre da arma
Se o balázio é disparado
O drama pode acontecer.
E a bala pode ser
Perfurante ou derrubante
O que a faz despoletar?
As palavras
Um gesto
Uma atitude
Uma decisão.
Não era eu o alvo escolhido
Mas quando a bala faz ricochete
Posso bem ser atingido
Posso até morrer.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Falta de brilho

Para mim…
O céu é sempre brilhante
Mantém um brilho constante
Vejo sem olhar
Sem precisar procurar
Brilha na imaginação

Com, ou sem sol de dia
Com estrelas de noite
Ou sem elas
Os olhos são as janelas
Que dão brilho na escuridão

Há estrelas no firmamento
Brilhando a cada momento
Mas em mim a escuridão não encerra
Brilham no céu precocemente
Fazendo escurecer a gente
Porque deviam brilhar na terra.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Reciprocidade um Desafio

Reciprocidade é regra de ouro
Quem a usa tem um tesouro.

Trate os outros com a afabilidade
Com que gostaria de ser tratado
A educação é muito bonita
Por isso seja educado
Escute o que diz o outro
Nem precisa concordar
Mas saiba ser respeitoso
Mostrando saber escutar
Ajude o outro seja bondoso
Usando de solidariedade
Uma atitude Recíproca
Vive da mutualidade
A humildade é essencial
Ser afetuoso uma medida
Quem perder a humildade
Perde o sentido da vida
Nos laços familiares
Compartilhe do que desfruta
Viva o amor em sintonia
Seja grato faça permuta
Colocar-se no lugar do outro
Custa sempre mas é o jeito
Vai dar-lhe grande alegria
Quando conseguir esse feito
Não lhe cabe o outro julgar
Não predefina situações
Reflita se gostaria de ser
Julgado em suas opiniões
Amar acima de tudo
Ninguém vive se não amar
Viver sem Reciprocidade
É caminho a não trilhar
A ética e o bom senso
São valores que valem ouro
Quem vive em Reciprocidade
Tem na vida grande tesouro.

domingo, 14 de agosto de 2016

A Graça do encontro

Quem te encontra
Também se vai encontrar
Quem não te tem
Nunca soube procurar
Quem sempre teima na busca
Tu vais fazer-te encontrado
Mesmo quem não te procura
Anseia ter-te a seu lado
Aquele que a ti recorrer
Terá sempre tua ajuda
Aqueles que fogem de ti
Vão encontrar-te na curva
Quem tem pressa no encontro
Desespera por esperar
Quem aos poucos faz caminho
É feliz por encontrar
Guardar-te no coração
É poder aos outros dar-te
Quando falo e não te tenho
Nunca posso partilhar-te
Se não vieres até mim
Pouco vale aquilo que faça
Foste tu quem me escolheu
Que me deste tua graça
Numa prece eu agradeço
Por estares no meu caminho
A força que busco em ti
Faz-me sempre peregrino
No caminho vais comigo
Em jornada que me é querida
És companheiro sempre presente
Nesta minha vida vivida.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Aos avós

Porque hoje é dia dos avós
Ergo forte minha voz
Dizendo da minha alegria
Como é bom ver nos netinhos
O que são nossos caminhos
Sendo avós todos os dias.

Ser avós é ser amor
É ser guias condutor
Carinho e compreensão
É lindas flores regar
E o vê-las desabrochar
Perfuma nosso coração.

A família árvore de porte
Robustece e fica forte
Se no tronco todos nós
Nos prendermos à raiz
Para viver mais feliz
Com a presença dos avós.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O por quê de ser

Sair. Fugir
Sair da terra
Por amor
Fugir da guerra
E da dor
Lançar-se no abismo
Saltar
Num trapézio sem rede
O mar
A água que mata
É o chão
Futuro incerto
Escuro no coração
Nos filhos o pensamento
A paz ansiada a cada momento
Entrar na aventura
Na viagem
Impelido pelo vento
Da coragem
Envolto na neblina
Da persistência
O querer é força
Resistência
Nem melhor nem pior
Diferente
Um ser igual
Ser gente
Adjectivo refugiado
Estou contigo
Do teu lado
No extirpar da arrogância
Da hipocrisia
No acolher por amor
Em alegria
Não por esmola
Por solidariedade
Ser teu irmão
De verdade
Dar-te minha mão
Fazer contigo o caminho
Abrir-te meu coração.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Pintura da vida

Fazer da vida obra de arte
É ter presente em toda a parte
A dádiva com que Deus me dotou
É com testemunho atestar
Que as cores com que a vida pintar
Dirão o artista que sou.

Na paleta misturo a tinta
Mas se derrapo na finta
Acabo borrando a pintura
Porque no quadro da vida
A tela é mais convidativa
Quanto melhor é a moldura.

Minha musa de inspiração
Faz ninho em meu coração
E dorme no meu regaço
Vou pintando com amor
Mas porque sou amador
Nunca serei um Picasso.

sábado, 16 de julho de 2016

Vem

Vem fica comigo
E pega na minha mão
Não me deixes de castigo
Se demoras não tenho abrigo
Adormeço na solidão.

Vem fica comigo
Não me deixes abandonado
Quero ficar contigo
Na esperança a que me ligo
Sonho ter-te sempre a meu lado.

Vem fica comigo
 Que a noite não vai tardar
Eu sozinho não consigo
Destrinçar o joio do trigo
Nas trevas que vão chegar.

Vem fica comigo
E traz-me o teu abraço
A trémula luz do postigo
Não mostra por onde sigo
 Podendo cair no laço.

Vem fica comigo
Que eu preciso do teu calor
Para mim o maior perigo
É deixar de ter por amigo
Quem sempre me deu amor.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Sinais do corpo

«Segunda-feira 11 de Julho
No átrio do infantário frequentado pelas netas
Com os pertences na mão a Leonor e a Luísa
De olhar muito sério mas calmo
Fitam-me de alto a baixo, encostando-se nas minhas pernas.
Diz a Leonor:
- Tu ontem foste à feirinha.
Queria ela dizer:
 - Tu ontem pregaste-nos um grande susto.
A Luísa a cada palavra dizia que sim acenando com a cabeça.
Dei-lhes um beijo, tocado pela preocupação.
Meninas maravilhosas.
Explicando-me foi-lhes dizendo.
Foi uma indisposição passageira.
Já passou.
A Leonor, do alto dos seus 5 anos continuou.
- Sabes avô, a mamã diz que: “O nosso corpo dá sinais quando não está bem”
Muito bem disse eu, é isso mesmo.»
Perfeito para explicar o acontecido

É isso são sinais
E o meu corpo vai dando alguns
Aqueles que entendo contorno
Mesmo sendo só de perigo
Outros são de obrigação
Há sinais que nos mandam ao chão
Por sorte ainda não havia buraco
E deu para continuar a circular
Com velocidade limitada
Até o próximo susto.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Quando tu não estás

Até as pedras choram
Murcham e secam as flores
As aves drasticamente emudecem
Secam as águas das fontes
O sol timidamente se esconde
As nuvens são o anúncio de tempestade
E porque o céu fica negro
Ensombra o meu coração
Escurecem meus pensamentos
Ficando envolvido por melancólica tristeza.

Porque tu não vieste
Tu não estás
Embora eu não esteja só
Não conto com tua presença
E tu fazes-me falta
Nota-se a tua ausência
Quando tu não estás.

domingo, 3 de julho de 2016

Tempo a que não fujo

Porque me faz bem o silêncio, dele não fujo
Ter espaço para pensar é privilégio
Meditar como quem reza
Rezar como quem crê
Fazer o que deve ser feito por mim
Confiar em outras mãos aquilo que me transcende
E porque peço também agradeço
Porque agradeço louvo
Louvando sempre confio
Na proteção para mim e para o outro
O amigo que sofre
Para os outros que ficam deste lado
E sofrem por ver sofrer
E eu padeço por nada poder fazer
Mas o que poço faço
Faço mais ficando em silencio
Esperando o melhor sem saber qual será
O melhor
Mas é no silêncio que mais lembro
As cadeias da minha incapacidade
As amarras que me prendem os movimentos
E fazem soltar uma lágrima
Não de revolta
Mas duma coragem questionante
Que me leva à pergunta
“Que queres que eu faça”.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Só porque acordei

Senti-me impelido a recomeçar.
Sinto a felicidade dos que vivem a vida.
Agarro o dia que também despertou.
Subo na nuvem embalada pelo vento.
Bem digo o sol que me ilumina.
Sinto o beijo meigo do vento.
Encontrei no outro o alento quem me falta.
Descobri as cores de meus pensamentos.
Entrei em combate esperando vencer.
Consigo abanar quem não despertou.
Caminho sabendo que posso cair.
Larguei a teia do entorpecimento.
Abri os olhos à graça concedida.
Agradeço ao Pai aquilo que sou.
Tenho a esperança no cair da noite.
Podendo dormir “Só porque acordei”.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Aurora cantada

Por ver o dia nascer
Senti o estalar da vida
Por ouvir a melodia das aves
Descubro a minha penúria musical
Mesmo desafinando no coro do mundo
Sempre me negarei a cantar sozinho
Exercitando a minha voz
Rompo o silêncio da manhã
Curvando-me num agradecimento
Ao artífice da natureza
E mesmo desafinado
Cantarei suas maravilhas
Num som calado
Mas reconhecido.

sábado, 21 de maio de 2016

Tampo de seca

Um nicho
A estátua de um santo
Em plena via pública
E as letras garrafais da legenda.
“O sangue dos Mártires é semente de cristãos”
Falando para mim mesmo (Caminhava sozinho) dizia.
Hoje continua a fazer-se Mártires
E muitos
Os cristãos cada vez são menos
E mais velhos
Poucos nascem Cristãos
E a máxima do “poucos e bons” Também parece falível.
Que é feito da semente? (O sangue dos Mártires)
A diminuição dos terrenos aráveis
Dos homens e mulheres do amanho da terra
E principalmente a seca
É plausível explicação.
Facto é que tem chovido bem
O calor nem é muito
Mas a seca existe.
A aridez do terreno
Impede o germinar do alfobre
Se cai a água do alto e é regado
Depressa vem a erva daninha
Cresce e rápido abafa a sementeira.
Perdida a semente
Nunca haverá fruto
Há-de surgir nova semente
Mas a seca interior
Levará novamente ao pecado do desperdício
O ressurgimento dos Mártires continuará
O aumento dos cristãos
Nem por isso.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Abafado Grito

Falava em profundo silêncio
Que a espera em ser ouvido
São os ferros a que me agarro
Das grades que não me aprisionam
Antes me salvam
Impedindo-me de morrer afogado
Nas circunstantes e balofas palavras
Que podem até ser enchentes de rio
Querendo abraçar o mar
Mas que rejeitadas pela maré
Nunca chegam a ser ditas.

domingo, 24 de abril de 2016

A caminho de Emaús

Estou no caminho
Vou ouvindo
Sou tomado pelo fogo das palavras
Mas ainda não o encontrei.
Ando com Ele mas…
Não O reconheço bem.
Estou no partir do pão
Mas ainda não cheguei lá
Continuo com fome.
Estou a caminho
Porque vou no caminho.
Quando o encontrar
Em “Emaús”
Vou regressar
Ao encontro
Com Ele
Nos outros.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Outros Menus Outros Sabores

O restaurante não tem actividade contínua
Funciona em data marcada
Quando em funcionamento
A ementa é esmerada

Quem abre a porta não cozinha
Mas recebe quem quer comer
Os Chefes têm provas dadas
É do melhor que pode haver

A dose é custo zero
Nem precisa gratificação
A entrada é sempre livre
Para quem faz a refeição

Quem frequenta quer repetir
Reconhece o seu valor
Espera com ansiedade
Novo menu novo sabor

Continuar com os famosos “Mestres”
Na maravilha dos cozinhados?
Quem nunca soube comer
Rejeita manjares esmerados

Novas datas novos sabores
Com Chefes de grande nome
Há quem viva sempre enfartado
Mas outros morrem de fome.

(Restaurante: Unidade Atendimento)
(Nomes de alguns Chefes) – Dr. Renato Martins:
Prof. Dr. António Araújo:
Dra. Ana Rita: Dra. Sara Pinto etc.

sábado, 9 de abril de 2016

Piri - Piri no seu...

Problemas todos temos
Só os meus têm solução
Qualquer sabe resolvê-los
Sem eu pedir opinião

Sabes… devias fazer assim
Porque não vais a tal lado?
Isso resolvia eu bem
O meu sim que é complicado

Não esmoreças tem confiança
Não te deixes abater
Eu sim ando muito mal
A minha vida nem queiras saber

Dizem… tem fé que Deus é grande
Ele sabe os problemas teus
Pena é nos deles dizerem
Que mal fiz eu a Deus

Anima-te mesmo sofrendo
Tem paciência que é o melhor
Tu até podes morrer
Mas eu estou muito pior.

sábado, 26 de março de 2016

És o meu sol

“Há pessoas que vêm no sol
Apenas uma mancha amarela
Mas outras há, que numa mancha amarela
Conseguem ver o sol”. (Mia Couto)

Nunca foste mancha
Sempre foste sol
Estiveste sempre comigo
Mesmo assim
Hoje queria ficar contigo
Ser visita do teu interior
Entrar em teus aposentos
Aninhar-me em teu coração
Num cantinho
Ficar quieto e atento
Ter em tuas batidas descompassadas
A campainha estridente
Sinal de alarme
Do fogo que desejo
Que sem queimar me aqueça
Para me enroscar qual felino
Adivinhando a chuva prometida
Que derramará grossas lágrimas
Regando o meu corpo
Terra árida e sequiosa
Que espera pacientemente
A fertilidade do amor.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Vida castigada

O maior castigo da vida
É ter que existir num ser
Que nada faz para viver.

Estar no mundo e vegetar
Sem ver a vida que o assiste
É ser rico e mendigar
Por vida que não existe.

Quem não vive para viver
E sempre se queixa da vida
Outra nunca irá ter
E a que tem não é merecida

Há uma força que sempre resiste
Que tenho por garantida
Só dada a quem não desiste
De ter uma vida vivida.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Porque o tempo é outro

O tempo
O meteorológico e o do calendário.
O Carnaval findou
Ou não.
Chove incessantemente
Apaziguando os calores corporais
Amortiçando a fogueira da folia
O lume incandescente
Deu lugar às cinzas
À quarta feira
O começo de um novo tempo
Que com chuva ou sol
Pode ser sempre radioso
Ou acinzentado
Conforme o lume
Da fogueira interior
Do calor que eu exale
No reciclar de ideias
Queimando o lixo que me sufoca
Fazer germinar o amor
No remexer das cinzas
Encontrar a Fénix.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Vigiar

Quando penso em vigia
Nunca lembro o dia
Só a noite vem à ideia
Num mundo de portas fechadas
De janelas aferrolhadas
É o medo tecendo a teia.

O alarme accionado
O espaço todo vedado
A vigilância a cargo de outrem
Porque neste momento
A certeza do meu pensamento
É que não entra ninguém.

Mas há sempre aquele ladrão
Que não pede autorização
E a toda a hora salta
Mesmo com a porta fechada
Tendo a janela vedada
Pela parede mais alta.

Entra sem pedir licença
Nem sequer precisa de avença
Vindo do sul ou do norte
Quando menos se esperar
Ele acaba por entrar
O ladrão vestido de morte.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Alegria do Evangelho

Caridade é amor
Melhor fórmula não há
Se amas verdadeiramente; Dá.

Confiança é preciso
Para viver em alegria
Está tudo em tua mão; Confia.

Bondade é como remédio
Saúde de coração
Para um viver saudável; Sê bom.

Acolhimento precisa-se
Quem vive no medo tolhe
Se a ternura é teu lema; Acolhe.

Alegria é ter amigos
Que saibam compreender-te
O sorriso é espelho da alma; Alegra-te.

Família que sabe ter
Os valores que enobrece
Se tens família assim; Agradece.

Presença de qualidade
Para quem precisa de ajuda
Marca com tua presença; Cuida.

Porta que serve de entrada
Aquele que em Deus se centra
Avança sem medo do mundo; Entra.