sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Que fazer?

Pensei em escrever
Mas a mão começou a tremer
Forcei falar
Mas a voz teimou embargar

Sem falar e sem escrever
Que fazer, só ouvir?
E pensar, e sentir
Quem me vai impedir?

De agir de fazer
O que me vai prender?

As correntes não me arrastam
As opiniões são o que são
De algemas me sinto livre
Vivo a vida com razão

Ter razões para viver
Mostrar com a vida
Sem falar sem dizer
Apenas acreditar

Que vivendo a felicidade na vida
Posso ser feliz no morrer.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Paragem

Que privilégio… parar!
Parar sem travar a vida
Retirar-se para mergulhar nela.
O norte. A chuva de Outubro
S. Vicente Nome da rua e da casa
Geraz do Minho
A natureza. A ruralidade ao vivo
O alpendre assoalhado
O guarda de pelo branco e orelha caída
Olhar o horizonte pelos montes barrado
O silencio entrecortado pelas gotas do beiral
A tarde pingada mas calma
O guarda ao meu lado dormindo
As horas batidas na torre da igreja de Geraz
E eu guardando o guarda para que não acorde
No alpendre a ouvir chover
Cheirando com o olhar
Toda a maravilha em redor
O adivinhar do aroma
Dos variados verdes molhados
O barulho dos maxilares do guarda
Tentando apanhar a voadora mosca
Geraz do Minho
A simpatia de gente hospitaleira
A paragem que se impõem
Para melhor mexer na vida.
O guarda… O nome do guarda
 “ Duque.”

sábado, 12 de outubro de 2013

Construção

Nem ventos nem tempestades
Derrubam o meu querer
Nem chuvas torrenciais
Me fazem retroceder

Na noite fico gelado
Se me deixo dormir ao relento
Mais gela quem fica parado
Tolhido sem movimento

Sendo firme no caminhar
Avanço a todo o instante
Não sei ainda quando parar
Mas tenho um guia constante

Viver a construir
É norma de quem trabalha
Quem não constrói no amor
Vive a vida como calha

O alicerce é a base
De toda a construção
Há pilares na nossa vida
Que são suportes de união

Com a casa edificada
Mantê-la é condição
Abrir as janelas ao mundo
E as portas do coração.

domingo, 6 de outubro de 2013

Chamamento

«Vinde após Mim e farei de vós pescadores de homens»

Chamamento

Chamaste por mim Senhor?
Se chamaste vá lá diz
Chamaste por mim gritando
Ou chamaste por mim falando
No silencio que eu não fiz?

Chamaste por mim Senhor?
Se chamaste não ouvi
Pois continuo a fugir
E a não querer sentir
Que estás comigo aqui

Chamaste por mim Senhor?
 Deves ter chamado baixinho
Não abri meu coração
Para aceitar a vocação
De palmilhar Teu caminho

Chamaste por mim Senhor?
Por favor volta a chamar
Pois se te cansares comigo
Nunca te verei como amigo
Para tudo por Ti deixar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Na naturezanada se perde nada se cria, tudo se transforma

Esta frase dita por Antoine Lavoisier, à duzentos e alguns anos, foi também aplicada na campanha de mobilização e incentivo à reciclagem, e levou a uma maior consciência, de que aquilo que se poderia considerar lixo, pode tornar-se em algo útil e reutilizável.
Infelizmente não se aplica a toda a natureza esta máxima, senão, muito daquilo que o homem faz poderia ser aproveitado e o facto é que isso não se verifica.
Ex. as opiniões formadas (mal formadas diga-se) e as certezas daqueles que se arvoram em políticos, poderiam sofrer algumas mudanças, o que não se verifica e é pena.
Não serão eles totalmente responsáveis, porque não foram ainda criados os recipientes próprios para a recolha de ideias de merda, e de opiniões e leis da mesma matéria.
Passaram as eleições, e as discussões inúteis e estéreis aí estão na ordem do dia.
Todos os políticos ficaram na frente. Todos os partidos ganharam, (o que não deixa de ser verdade, pois infelizmente são sempre os mesmos a perder.)
Não é esta gente capaz de fazer uma avaliação séria, do que representaram estas eleições para o país, e tomarem as medidas que se impõem, para que no futuro haja mais empenho e seriedade nestes actos.
Mas não, continuam a ocupar-se com merdices que não levam a lugar algum, e que não servem nem para reciclar por falta de recipiente.
Há lixo que não serve nem para estrume.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Convite envenenado

Fui convidado a refletir
Depois do que vi e ouvi
Parei e refleti.
Após a releção
Olhei para mim e para ti
Quase não me reconheci
E tu eras a desilusão.

Fui convidado a dizer
Se penso aquilo que faço
E sem qualquer embaraço
Resolvi ficar calado
Porque vi estendido o laço
No olhar tingido e baço
De quem sempre me pôs de lado.

Fui convidado a ficar
Num lugar que não queria
E ao pensar no que faria
Se essa oferta eu não negava
A consciência trairia
Por viver dia após dia
Num lugar que não gostava.