sábado, 30 de maio de 2015

Cair na metáfora

“Um dia cais do cavalo”.
E muitos caem
Sem nunca terem montado
Caem simplesmente.
Há os que ficam no chão
E seguem na vida apeados
Firmes e aprumados
Outros há que tentam montar de novo
Sem nunca mais pensar em quedas
Sustentam-se no lombo da besta
Agarrados às crinas.
As quedas são variadas
Com mortais e piruetas…
- A doença, o trabalho (falta dele),
A morte de alguém querido…
Os cavalos são muitos…
Alguns de raça possante, velozes e tentadores…
Montados por cavaleiros de olhos vendados.
Na metáfora bíblica
Foi Paulo o estatelado
Deve ter batido de cabeça
Mudou de vida
De proceder
O cavalo dele era a forma de viver.

domingo, 17 de maio de 2015

Fogo que queima

Quando o fumo se avista
Todo o alarme dispara
A Cirene lança o lamento
O bombeiro se prepara
A labareda assa o pensamento.

Sobe a temperatura
O ar baço asfixia
Faúlhas esvoaçantes são
A vegetação que crescia
É negra cinza no chão.

Batalha dura e constante
Labaredas que consomem
Na realidade é ilusão
Por mais medidas que se tomem
Continua em chamas o coração.

Nem a jorros a água medeia
Na luta contra o horror
Que sem cessar queima a alma
Se a mangueira for de amor
O grande incêndio se acalma.