sexta-feira, 26 de junho de 2020

Viver com ela

 

Viver com ela, não é viver para ela.

A dor é tão grande que não é só minha

Divide-se e chega para muitos.

É encarada (suportada) de forma diferente

Porque diferentes são as vítimas

E depende muito da origem da dita.

Em mim, se ela é física já tenho remédio

Porque a melhor forma de a controlar, é viver com ela.

O viver a vida é sempre dor a que não posso escapar.

Já descobri que não tenho respostas fáceis

Por isso também falta a solução.

Outras dores há bem mais dolorosas

Surgem quando, e, causadas de onde menos espero.

Mas nem essas me têm impedido de viver de pé.

Até quando … não sei

Mas hoje penso que

O que não vale a pena morrer, não vale a pena viver.

E quando ela é aguda e difícil de arcar

Rezo a Salve Rainha.

Há sempre portas que se fecham

Mas muita janela há

Por onde entra o sol, que ilumina e aquece.

domingo, 21 de junho de 2020

Com que intuito


 

Sem querer ir a palco, representando o papel de vítima

Deixo as perguntas.

Com que intuito?

Qual a vantagem?

Qual o benefício do despoletar de um desgraçado boato?

Prazer mórbido, sacanice, falta de ocupação?

Estava presente para a Eucaristia das 11 horas

À porta, no acolhimento. (tenho a mania que ainda sirvo para alguma coisa)

Surge a pergunta de alguém que entra:

Que fazes aqui?

- O que faço? Pronto para o que necessário dentro das possibilidades.

Passados uns minutos, eis o inquiridor 2

Tu estás bem?

Disseram-me que o Álvaro que vive na casa do Trindade estava muito mal!

Resposta minha: por agora estou ótimo, se calhar alguns melhores, mas outros muito pior.

Mas já agora comunique ao seu informador que esteve comigo, e que ainda estou vivo.

De seguida em substituição de... foi-me dada a graça da proclamação da leitura do Livro do profeta Jeremias:

«Eu ouvia as invetivas da multidão. “Terror por toda a parte!

Denunciai-o, vamos denunciá-lo”.

Todos esperavam que eu desse um passo em falso:»

(avançando alguns versículos)

“Cantai ao Senhor, louvai o Senhor que salvou a vida do pobre das mãos dos perversos.»

Nesta leitura, encontrei a resposta que não dei, às questões que minutos antes me foram postas.

 

 

sexta-feira, 19 de junho de 2020

De cócoras, não

É tanta a algazarra, tanta balbúrdia e porcaria, que sou tentado a calar-me, escrever pouco e dizer nada.
É tanta asneira, tanta trapalhada e bacoquice, que se as forças me permitissem andaria muitas vezes à estalada e ao murro, com a arrogância e despotismo que comigo se cruza.
Que tristeza, que miséria.
Razão tinha o meu pai, (Zé do Agostinho) quando se insurgia sobre a pouca vergonha que ia acontecendo, e praguejando desabafava.
A minha mãe na tentativa gorada de o acalmar dizia:
 - Ó homem deixa lá, o mundo agora é assim; ao que ele ainda mais irado ripostava:
- O mundo o caralho, as pessoas que estão no mundo é que são uma merda.
De facto, ao que isto chegou que miséria.
Hoje só se dá valor ao que não presta.
Tanta gente preocupada com os comentadores políticos que aparecem na TV, com os penaltis que se não marcam, com os desfechos das telenovelas, os números do COVIDE etc.
Enquanto isso o descalabro grassa a rodos.
Famílias desmembradas, empresas falidas, a sociedade completamente mutilada, a implantação suicida da prepotência, de quem se julga sempre mais que o outro, sempre querendo ser o primeiro na posse do poder, e nada mais faz senão trampa, que os outros, aqueles que não têm onde se abrigar, sempre apanham com a dita.
Fugir?
Se calhar não.
Vergar-se qual lacaio submisso?
Nem pensar.
Então que fazer?
Lutar, empenhar-se sempre, remar mesmo contra a corrente.
Não deixemos aprisionar a nossa inteligência, não nos deixemos manietar.
Vamo-nos deixar subjugar por um qualquer badameco menino “queque” que se diz doutor?
Façamos o que devemos, cada um naquilo que é capaz, não esperemos que o outro venha fazer o que deve ser feito por nós.
No ambiente em que estamos inseridos empenhemo-nos a sério mostrando de que massa somos feitos, e os resultados falarão por nós, porque senão, por tanto abdicarmos ainda nos lixamos.
Sim, porque o ditado popular diz que:
“Quanto mais nos baixamos, mas se nos vê o cu.”
E de cócoras só quando o assento é inexistente.
Estamos feitos.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Mãe das Mães

Avé mãe.
Mãe de Jesus.
Mãe da minha mãe, minha mãe.
Mãe dos meus filhos,
Mãe dos meus irmãos,
Mãe de toda a humanidade.
Mãe no meu sofrimento.
Mãe na minha alegria.
Mãe no caminho da vida.
Mãe de todo o momento.
Mãe na esperança perdida.
Mãe do colo sagrado.
Mãe repouso e consolação.
Mãe fermento de união.
Mãe fonte de amor.
Mãe aconchego e calor.
Mãe virtude sem fim.
Mãe que vela por mim.
Mãe do maravilhoso “Sim.”
Mãe luar na noite escura.
Mãe sol que perdura.
Mãe presente em quem a procura.