Foi em 2016, mas vem sempre a propósito
«Segunda-feira 11 de Julho
No átrio do infantário
frequentado pelas netas
Com os pertences na mão a
Leonor e a Luísa
De olhar muito sério mas
calmo
Fitam-me de alto a baixo,
encostando-se nas minhas pernas.
Diz a Leonor:
- Tu ontem foste à feirinha.
Queria ela dizer:
- Tu ontem pregaste-nos um
grande susto.
A Luísa a cada palavra dizia
que sim acenando com a cabeça.
Dei-lhes um beijo, tocado
pela preocupação.
Meninas maravilhosas.
Explicando-me foi-lhes
dizendo. Foi uma indisposição passageira.
Já passou.
A Leonor, do alto dos seus 5
anos continuou.
- Sabes avô, a mamã diz que:
“O nosso corpo dá sinais
quando não está bem”
Muito bem disse eu, é isso
mesmo.»
Perfeito para explicar o
acontecido.
É isso são sinais
E o meu corpo vai dando alguns
Aqueles que entendo contorno
Mesmo sendo só de perigo
Outros são de obrigação
Há sinais que nos mandam ao
chão
Por sorte ainda não havia
buraco
E deu para continuar a
circular
Com velocidade limitada
Até o próximo susto.