segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tragos de vida

Quão saboroso é olhar para trás
Não tendo que virar a cabeça
Utilizando os olhos do coração
Que abarcam toda uma vida.
Que bom ver os campos
Terra com amor amanhada
E poder saborear os frutos
De todos os tamanhos e sabores
Beber do seu sumo a cada momento
Em taça, copo ou cálice.
Degustar sem gulodice
Mas usufruir bem o seu gosto
Como quem reza agradecendo
Ao Semeador Supremo
O ter feito de um servo humilde
Colaborador na sementeira
Na colheita do fruto germinado
Para depois o fazer sentar à mesa
Repleta de manjares
Alimentando a sua vida.

sábado, 25 de agosto de 2012

Chamamento


Chamaste por mim Senhor?
Se chamaste vá lá diz
Chamaste por mim gritando
Ou chamaste por mim falando
No silencio que eu não fiz?

Chamaste por mim Senhor?
Se chamaste não ouvi
Pois continuo a fugir
E a não querer sentir
Que estás comigo aqui

Chamaste por mim Senhor?
Deves ter chamado baixinho
Não abri meu coração
Para aceitar a vocação
De palmilhar Teu caminho

Chamaste por mim Senhor?
Por favor volta a chamar
Pois se te cansares comigo
Nunca te verei como amigo
Para tudo por Ti deixar.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Prova continua

Eis-me chegado da ultima etapa
Integrado no pelotão.
As fugas que aconteceram
Todas foram neutralizadas
Algumas com grande esforço
Por isso o descanso merecido
O refazer de forças para nova corrida
Com prémio de montanha
No Monte da Virgem.

A partida já está marcada
No decorrer da prova
Conforme o andamento
Acontecerá o de sempre
Quedas, curvas perigosas
Algumas escaramuças
Onde eu mesmo esgotado
A precisar do carro de apoio
Espero chegar à meta.
Conto com o esforço de toda a equipa
Para uma boa participação.
A partida está marcada para...

15 + 10 – 5: 2 X 3 – 2 ( Agosto)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Interregno

Parei.
Não de viver
Parei de escrever
Aqui.
Não no bloco
Esse vai comigo.
Parei no teclado
Sem ficar parado
Aqui vou parar.
Não estando de férias
A laboração à muito parou.
Pena outras situações não poder parar.
Mas é bom poder andar
Mesmo tendo de parar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Quando os pilares "cedem"

Os pilares desaparecem
As estruturas enfraquecem
As pedras basilares desabam
Os alicerces não resistem
A edificação sofre derrocada.
É lenta a reparação
Se ruir entretanto morre
Faltam pedras angulares
Apagam-se as referências.
A torre não deve assentar em cascalho
Não é sustentáculo a pedra lascada
O cunhal da fortaleza não se dispensa
A solidez é fulcral
Uma escora só serve de amparo.
Gritai pedras.
Bradai dizendo onde vos escondeis
Apinhai-vos empenhando-vos.
Fazei-vos vida
Solidificai a casa
Fortificai o templo
Sede pedras
Pedras vivas…
Pilares com vida.

sábado, 4 de agosto de 2012

Medo? Não. Nem da morte

Por vezes fujo, mas não de medo
Fujo do degredo que é o enredo
Em que nos enleamos
Por medo não, por convicção
Procurando solução
Por forma a nos respeitar-mos.

Medo? Nem da morte
Nem da sorte que me bafeja
Estremeço sim de raiva
Por ver a miséria em que o homem rasteja.

Medo? Nem da dor
Que para mim é motor crisol na vida
Vacilo sim, até cair
Por ver e sentir tanta gente vencida.

Medo? Nem da guerra
Que abala a terra e nos faz sofrer
Quando o amor for a arma
O homem desarma e feliz vai ser.

Medo nunca, nem desta vida louca
Nem da coisa pouca que me faz sofrer
Sucumbo sim, à hipocrisia
Que me tira a alegria…
Mas de medo não hei-de morrer.