quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Enigma

Saber lidar com ele, é vencê-lo sem guerra
Com ele lutar, é dar-lhe passagem
Há quem o queira parar, sem conseguir
Se ele fosse rio tu serias margem
Se para ti ele é vida, terás de o conduzir
E sempre te acompanhará
Ontem viveste com ele
Está contigo hoje e estará amanhã
Ele passa, avança sem parar
Tu vais com ele, e vê-lo passar
Não o dominas, mas não te deixes dominar
Correr de nada vale, nunca lhe vais ganhar
Se tu nele paras, vais estagnar
Crer que de ti faz parte
É viver com arte
Muitos dizem fazê-lo, mas é ele que nos desfaz
Se nele viveres atento/a
De lhe dares luta, sempre serás capaz.

Neste enigma sem título
A tua criatividade um nome lhe dará
Ao escrevê-lo por mim passou
Mas comigo ainda está.

ps: Gostaria de saber a tua opinião
 Para o título em questão.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Amar a xis por cento

Percentagem no amor, não…
Por favor!
No amor sempre o tudo
Não se ama em prestação
Gostando só do que é bom
No amor está-se inteiro
Com virtudes
Imperfeições
Na pele macia na ruga vincada
No mudo queixume
Na gargalhada
Amar não é favor
Gostar só, não é amor
Amor é dar-se
Amar é gastar-se
Amar e saber-se amado
É felicidade em dobrado
Viver feliz traz alento
Triste vive quem ama a xis por cento
Percentagem no amor, não…
Ninguém divide o coração.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Amor namorado

Que bom poder namorar
e na vida ter um lugar
para o amor sério e profundo
cuidar dele com ternura
é ter para sempre a cura
das doenças do nosso mundo.

 Amar-te é bênção de Deus
por isso agradeço ao céus
do bem que tenho gozado
em ti tenho a companheira
tu tens minha vida inteira
serei sempre teu namorado.

Em dia de S. Valentim
digo de novo o meu sim
com amor inteiro me dou
para feliz sempre te ver
contigo quero viver
partilhando aquilo que sou.
                                                       

                                                                     S. Valentim 2013


domingo, 10 de fevereiro de 2013

A tanga

Logo hoje…
As condições atmosféricas adversas
A natureza no seu melhor
Atravessaram-se no meu caminho
Boicotaram-me os planos
A intenção primeira sair à rua
Objetivo fantasiar-me de Tarzan. Investimento moroso na indumentária
A tanga…
E quanto custou a encontrar
Nem qualquer tanga me serve.
A primeira tanga quem me deu foi a Jane
Ao não me querer acompanhar
Um dia ainda a troco por uma comedora de bananas.
Como lamento não poder desfilar de tanga
Tanto tempo a treinar, pois há muito que ando com ela
A tanga
Desde o tempo do Guterres, quando o Sr. anunciava:
- Estamos de tanga.
Desde aí amarrei-a à cintura e não mais a larguei
Ainda tentei agarrar-me à liana, mas com o passar do tempo, e o adensamento da selva, a liana foi mirrando, e hoje é mais difícil apanha-la.
Vai por certo ser mais pobre este carnaval sem o meu trajar à Tarzan
A tanga, vou continuar a usá-la todos os dias
Mesmo não sendo o homem macaco
Já me habituei a viver nesta selva
Onde os macacos podem não ter bananas
Mas continuarão a coçar para dentro.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ser sinal

Ser aviso
Prevenção
Sinal premente
Atenção
No dizer calado
No silêncio mostrar.

Ser sinal
Não obrigatório
De direção
Rotunda na encruzilhada
Fluidez constante
Piso regular.

Sem lombas
Sem buracos
Rugoso mas aderente
Em condução consciente
Sinónimo de boa viagem
Com escapatória de repouso.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Deixem-me sonhar

Foi este o pedido feito pelo treinador de futebol, José Torres, uns anos a trás aquando do campeonato europeu em França.
A frase ficou célebre, porque o pedido feito era o de alcançar algo que a grande maioria achava ser impossível.
E como sonhar não é um privilégio só para ricos, e o governo ainda não se lembrou de o taxar, eu, ainda me vou dando ao luxo de sonhar, e nos meus sonhos, aquilo que parece uma tarefa difícil nunca se mostrou impossível.
É por isso que eu sonho.
E por vezes sem estar a dormir eu sonho, com um rio calmo de cristalina água, onde não chegou ainda a poluição, que até eu sem saber nadar, me atiro num desejado e profundo mergulho, com confiança, porque os outros, os que sabem nadar e se encontram já no rio, me ajudam, e levam com cuidado até à foz.
Foz esta que não é no mar, mas numa imensa clareira sem fim, onde milhares de homens e mulheres, idosos e crianças, juntos entoam um hino suave, e todos sem excepção, cantam com harmonia e vibrante entusiasmo, e quando a música chega ao fim, não se ouvem gritos histéricos nem assobios de aplauso, mas a alegria vê-se estampada no rosto de todos os seres que cantaram, contagiando assim a minha vontade de participação, mas não consigo emitir qualquer som, faço um desumano esforço puxando a plenos pulmões, mas não consigo, só vejo e ouço, é então que penso sonhando… se calhar não preciso abrir muito a boca nem mover os lábios, nem puxar pelas cordas bocais, porque o hino, esse hino, tem que ser cantado com o coração.
Que bom seria se o sonho não acabasse, pelo menos até eu aprender a música, até conseguir trauteá-la minimamente, para poder entrar no coro sem desafinar, fazendo ouvir a voz do coração, dirigido por um cérebro genial, limpo de todas as imundícies poluentes, para que se possa mergulhar no rio do meu sonho, rio calmo e de cristalina água.
Explicação? Nunca a procurei para os meus sonhos.