sexta-feira, 22 de março de 2013

A Liga que me liga

Fui convidado a ir à Liga
Entrei como voluntário
Ouvi e fiquei ligado
Senti-me com muita azia
Sem o órgão que a cause.
Fechando os olhos vivi um filme de que faço parte.
Numa acção de formação
Sai informado e com certificado
Certificado do que não tenho
Informado do que me resta.
Satisfeito por resistir
Ao flagelo do sofrimento incutido
Vivi incógnito por duas horas.
Por entrar na liga fiquei ligado
Ao tecnicismo profissional
De normas debitadas oralmente
Para gente sã
Sobre o mal que em mim grassa.
Entrei num forno em brasa
Já queimado em primeiro grau.
Acabei por sair quase ileso
Caminhando sobre lava incandescente
Descendo pelo próprio pé
Os degraus dos cinco andares
Para atingir o firme solo
Com um certificado no bolso.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Dezanove de Março

Nada mais simbólico
Dia de S. José, dia do pai.

Quem é pai um vez no ano
Se calhar é pai por engano.
O pai que se quer verdadeiro
É pai a tempo inteiro.
Entre pai e progenitor
 Salta a palavra amor.
Palavra igual a sentimento
Porque o pai não se dilui no tempo.
Feliz de quem pai pode ter
Felicidade tem, quem o sabe ser.

Pais precisam-se.

Todo aquele que pai é
Faz de todos os dias
O dia de S. José.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Quem não pode...

Quando tudo o que vejo
Tudo quero
Se não consigo
Triste desejo
Não ser igual nem é defeito
Sou diferente
Assim me aceito
Aquilo que tens é teu
Se tanto não consigo
Estou com o que é meu e fico bem comigo
Se não posso correr
Vou devagar
Tu passas correndo
Mas eu vou chegar
Se és feliz por muito ter
Eu vivo bem e gosto
De apostar no ser
Pouco me importo de tuas riquezas
Vivo feliz nas minhas certezas
Na minha pouca matéria
Me tenho de pé
Estaria na miséria não vivesse da fé.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Amor contagiante

Bom dia amor.

Abriste os olhos
Sorriste
Brilhou o sol.

Ergueste teu corpo
Disseste bom dia
Cantaram os pássaros.

Pisaste o chão
Olhaste o céu
As flores se abriram.

Iniciaste as lides
Árduo trabalho
Amor feito vida.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Porquê um dia no ano

A mulher como mulher
O amor em minha vida
Pulsação do coração
Música em meus ouvidos
Sino que retine e me embala
Notas por arco arrancadas
Gemido meigo e suave
Guitarra em meus braços tomada
Sonata enlevo constante
Musa de inspiração
Sempre
Todos os dias
Em cada ano
Em toda uma vida
Mulher que é
É sempre a mulher.
                                                       8 – 3 - 13

quarta-feira, 6 de março de 2013

Nomes pouco vulgares

Quando eu era rapaz, residia perto da minha casa uma senhora que se chamava Prudência.
Não sei se por acaso, mas essa senhora tinha uma filha que se chamava Graça.
Ainda hoje conto com a amizade da Esperança, e conheço a Felicidade que há algum tempo vive no estrangeiro, por isso não posso assegurar se é ou não feliz.
Há nomes bastante sugestivos como: -Saudade, Felizardo, Próspera, Purificação, etc.
Estes são nomes que me são familiares, mas que hoje vão perdendo de moda, os que estão mais na berra são: a Teimosia, a Prepotência, a Auto-suficiência, o Poder. Então este, o Sr. Poder.está em todo o lado, fala alto tem cá uma mania e ninguém o cala.
Outros nomes há com quem eu gostaria de lidar, mas vão sendo mais escassos,casos da D. Compreenção, a Sra. Calma, a D. Razão, a Sra. Justiça, e porque não o Sr. Dever? Alguém conhece esse Sr? Claro que não, esse é nome em extinção. Hoje o que campeia é sua Excia. o Sr. Direito, toda a gente faz questão da sua companhia.
No trabalho, na família, na vida comunitária ele é rei e Senhor., eu tenho Direito, eu quero o Direito, e ai daquele que mo queira tirar. O Sr. Dever, esse finou-se.
Há alguns nomes que deixam a cambada inflamada, e qualquer faísca é causa de explosão, nem é preciso rastilho basta entrar em cena a balofa da D. Vaidade que faz inchar quem com ela convive, reduzindo tudo o resto a lixo. Nada disto aconteceria se nos fizesse-mos acompanhar pelo Sr. Respeito.
Respeito pela opinião do outro, respeito pelos pertences do outro, Respeito simplesmente pelo outro.
Onde anda vossemecê Sr. Respeito? Há tanto que não o vejo, será que foi fazer companhia á D. Tolerância e fazer morada definitiva em qualquer cemitério?
Noutra qualquer oportunidade falarei de nomes porventura mais sonantes, mas que são só isso mesmo, só fazem barulho. Por agora não os chamarei á liça, não por medo… não, esse Sr. de nada me impede, mas há momentos em que a D. Consciência faz Clic, e obriga a parar, para não embarcar com o Sr. Pessimismo, porque ainda assim prefiro andar com a minha amiga Esperança.
Esperar que haja Respeito, esperar na Solidariedade, esperar na Entreajuda, esperar no São Convívio. Esperar no Amor gente; para não nos fulminar-mos só com o olhar.
Que coisa horrível, quem são os nossos inimigos?
Ai somos amigos?
Desculpem não parece.