segunda-feira, 31 de maio de 2021

A força na fragilidade

 

 

Os ramos da existência

São agitados por fortes ventos

Oscila perigosamente

A árvore que me fiz

As raízes fragilizadas cedem

As folhas que caiem

Choram pisadas pelo tempo

A intempérie acampou em mim

Buscando a guarida que não sou

Meu corpo é permeável tenda

Que pouco abriga

Só no meu querer ainda mora

Uma réstia de alento protetor

Que calo assustadoramente

Num ruído que enlouquece

O aroma a fogo queima o pensamento

O negro do céu é fumo pestilento

O ar inalado chamusca a alma

Abrasando as entranhas

Desta árvore que vai sendo carcomida

Sempre em busca de se firmar

Ao que a pode manter de pé

 

 

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