Por esta altura já era tempo
De calendarizar o tempo
Na distribuição de tarefas
Do tempo que se ia passar
Onde o tempo passava num são convívio
E mesmo com horas marcadas o tempo fluía alegremente sem pressas
Era o frenesim da preparação
A preocupação de levar só o indispensável
O rever vezes sem conta, as listas do estritamente necessário
E eu parecia mais um no meio deles
A espera do dia como quem vai para uma festa (e era uma festa)
O tempo de montagem era de um cansaço alegre
Até ter os mínimos para ficar longe dos tumultos quotidianos
E repousar a cabeça num templo verde
Com um céu pintado de estrelas
E achar-me “perdido” na Natureza, e ouvi-la sussurrar.
“Pára, não corras! Aprende comigo … e continua;
Todos temos momentos febris em que a exaltação se apodera de nós:
Então gritamos, corremos, pulamos como doidos, construímos, numa louca atividade descompassada, numa febre de realizar os impossíveis!
Mas agora não, não corras!
Repara que eu própria me aquieto e quase não respiro.
Para que tu fiques bem
Goza a plenos pulmões a calma que te dou: o sossego é prenda rara que importa não perder!
Domina-te. Domina-te e contempla-me!”
Que saudades de alguns dias em agosto.
Convívio. Reflexão. Partilha de tudo, até de sentimentos.
No abraço da tua voz …
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