Falar sobre aquilo que não sei
É mergulhar no lodo
Atulhar-me no ridículo da minha ignorância
Falar pensando que sei
Abrir a goela e vociferar
A fazer alarde da minha prepotência
No meu dizer arrogante
Nem noto que o outro apenas me suporta
Acordar urge
Para tomar consciência do pouco que valho
Não será por muito berrar que serei ouvido
Se calhar só ferirei os tímpanos
Porque não me calo?
Calo do verbo calar
Não o da pele endurecida
Essa entrou-me no cérebro
Sendo entrave ao meu pensar
Perco o meu tempo a dizer o que ouço
Perco o meu tempo a falar o que ouvi
Porque não me calo e espero saber?
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Viver com
Conviver contigo não é fácil
Nunca gostei de ti
Entraste e ficaste na minha vida
Adaptei-me à relação
Mas não sou feliz contigo.
Sempre me condicionas sem nunca dizer palavra
Chegas a ser maçadora
Por vezes tornas-te um peso.
Seguimos de braço dado
Já fazes parte de mim
Sendo amarga e arrogante
Não consegues roubar-me o ânimo
Em frente sigo
Firme e sorrindo
Esquecendo o mal que me fazes
Sempre à espera do ataque.
Por tua causa já estive acamado
Precisando mesmo de assistência médica.
Se dependesse de mim pedia a separação
Mas porque teimas em ficar
Vamos seguindo juntos
Mas não me peças de mais.
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