Entardeci com um grande peso
A noite veio com grande fardo
Adormeci num sono pesado
Nada dormido porque alterado
A noite avançava a passo lento
E eu lutava, mas não dormia
Porque de noite sempre pensava
No jugo molestador do dia
Oprimido interiormente
Pela angústia dominado
Descansar meta inatingível
Na noite durmo acordado
Quem é o meu opressor
Quem me castiga e faz sofrer
Quem conduz a minha vida
Quem arca com esse poder
Só eu… e pobre de mim
Que vivo sofro e resisto
Ao castigo que me imponho
De querer mas não poder
O fardo do outro pegar
ver e sentir que é medonho
Ah se eu pudesse nele pegar
Se eu conseguisse
Só por momentos e ajudar
Aliviando no outro a dor
Avançaríamos melhor
E um no outro amparado
Retomaríamos caminho
E se há margem que nos separa
O rio seria galgado.
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