terça-feira, 27 de agosto de 2024

Eu e sofrimento do outro

 

 

Entardeci com um grande peso

A noite veio com grande fardo

Adormeci num sono pesado

Nada dormido porque alterado

A noite avançava a passo lento

E eu lutava, mas não dormia

Porque de noite sempre pensava

No jugo molestador do dia

Oprimido interiormente

Pela angústia dominado

Descansar meta inatingível

Na noite durmo acordado

Quem é o meu opressor

Quem me castiga e faz sofrer

Quem conduz a minha vida

Quem arca com esse poder

Só eu… e pobre de mim

Que vivo sofro e resisto

Ao castigo que me imponho

De querer mas não poder 

O fardo do outro pegar

ver e sentir que é medonho

Ah se eu pudesse nele pegar

Se eu conseguisse

Só por momentos e ajudar

Aliviando no outro a dor

Avançaríamos melhor

E um no outro amparado

Retomaríamos caminho

E se há margem que nos separa

O rio seria galgado.

 

 

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