sábado, 31 de agosto de 2024

Quando o calor escalda

 

 

Há outro calor que mais gosto

O do conforto interior

Não o calor do tempo

Este inferno imaginado

Que me deixa derrotado

Destruído fisicamente

Como casa depois de um tornado

O suor no rosto é sangue salgado

Que me encharca e deixa toldado

Que me ofusca o pensamento e tisna a pele

Até quando esta luta

Entre o querer e não poder

Entre o estar e não ser

Existir e saber morrer

E sem fazer por merecer

Ficar

Permanecer

Ter a porta aberta e não sair

Ter a mala feita e não partir

Porque a etapa não terminou

E o tempo que me ficou

Mesmo com calor infernal

É de viver e não fugir.

 

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