domingo, 19 de junho de 2022

Tenho cancro sim. E depois?

 Para quem não teve a oportunidade na altura.

(escrito e partilhado pela primeira vez em 2019)

Tenho cancro sim. E depois?

 

Vieste de mansinho e entraste

Alojaste-te sem permissão

A tua presença não desejada

Foi motivo de preocupação.

De mangas arregaçadas

E olhar fito no futuro

Galguei barreiras nunca esperadas

Quando frágil me fiz duro.

Indesejado inquilino que eras

Avancei até seres processado

Ganhei a questão sem recurso

Um dia foste despejado.

Deixaste os sinais com que vivo

A casa jamais foi igual

As paredes continuam ao alto

Os alicerces suportam o que é mal.

Vieste mansinho e ficaste

Mas nesta disputa a dois

Avanço firme no caminho

Tenho cancro sim. E depois?

                                  

 

 

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