Porque vivo e também sou barro
Lembrei o alguidar
Onde tudo se junta e amassa
O alguidar que hoje já pouco uso tem
Mas eu consigo tê-lo
Penso nele e logo me aparece à vista
Então eu amasso
O desgosto com a esperança
A amargura e o desespero
O amor com a tristeza
A alegria e o pranto.
Feito o bolo aliso-o com as mãos
Levo ao forno da fé
Com a temperatura ideal
Consigo no tempo que é preciso
Tirar do forno algo lindo
Que depois vou cortando em finas fatias
Que comido é a vida que me sustenta
Porque consegui bem amassar
Tudo no alguidar
Para depois cozinhar um novo poema
Mesmo que parta
Porque de frágil barro.
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