sexta-feira, 10 de junho de 2022

O Alguidar de Barro

 

 

Porque vivo e também sou barro

Lembrei o alguidar

Onde tudo se junta e amassa

O alguidar que hoje já pouco uso tem

Mas eu consigo tê-lo

Penso nele e logo me aparece à vista

Então eu amasso

O desgosto com a esperança

A amargura e o desespero

O amor com a tristeza

A alegria e o pranto.

Feito o bolo aliso-o com as mãos

Levo ao forno da fé

Com a temperatura ideal

Consigo no tempo que é preciso

Tirar do forno algo lindo

Que depois vou cortando em finas fatias

Que comido é a vida que me sustenta

Porque consegui bem amassar

Tudo no alguidar

Para depois cozinhar um novo poema

Mesmo que parta

Porque de frágil barro.

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