Ouvi há dias uma expressão que me deixou a pensar sobre a sua veracidade. “A vida ganha outra perspetiva e dimensão, quando sentimos que a temos presa por um fio”.
Depois de pensar sobre o assunto, algumas dúvidas me assaltaram.
Haverá só alguns que vivem nessa situação, ou seremos todos nós, aqueles que ainda vivemos?
Haverá diferença na sustentabilidade e resistência do fio que nos prende à vida?
Será que até nesta situação existe diferença rico – pobre, fraco – poderoso?
Não creio, por isso insisto com algumas questões.
Quem está mais firme no fio que o prende à vida, eu que faço tratamento com o intuito de vencer um cancro, ou o jovem robusto e saudável que perde a vida num qualquer acidente de viação?
Quem vive mais sustentável, um velhinho enfermo ou um atleta que morre em competição?
Não é de hoje que adquiri a consciência que viver é um risco permanente, e que sei ser ténue o fio que me prende à vida, mas é nessa certeza que vivo, mas com muita confiança em quem sustém esse fio que me segura.
Não é um qualquer fio. Sei que não é um daqueles usados no manuseamento de marionetas. O fio que me liga à vida, liga-me também a outras coisas importantes e de muito valor que eu não dispenso.
Esse fio dá-me a liberdade para estar na vida e vivê-la, se fosse um grosso cabo, daqueles que usam os que pensam ter bem agarrada a sua vida, porventura não teria tanto espaço para me movimentar na vida que quero viver. Claro que tendo a vida presa por um fio, vou ter muito mais cuidado com as “tesouras” que de mim se aproximam.
Ps. Para que conste:
O cerco à fragilidade continua.
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