sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A vida por um Fio.

 

 

Ouvi há dias uma expressão que me deixou a pensar sobre a sua veracidade. “A vida ganha outra perspetiva e dimensão, quando sentimos que a temos presa por um fio”.

Depois de pensar sobre o assunto, algumas dúvidas me assaltaram.

Haverá só alguns que vivem nessa situação, ou seremos todos nós, aqueles que ainda vivemos?

Haverá diferença na sustentabilidade e resistência do fio que nos prende à vida?

Será que até nesta situação existe diferença rico – pobre, fraco – poderoso?

Não creio, por isso insisto com algumas questões.

Quem está mais firme no fio que o prende à vida, eu que faço tratamento com o intuito de vencer um cancro, ou o jovem robusto e saudável que perde a vida num qualquer acidente de viação?

Quem vive mais sustentável, um velhinho enfermo ou um atleta que morre em competição?

Não é de hoje que adquiri a consciência que viver é um risco permanente, e que sei ser ténue o fio que me prende à vida, mas é nessa certeza que vivo, mas com muita confiança em quem sustém esse fio que me segura.

Não é um qualquer fio. Sei que não é um daqueles usados no manuseamento de marionetas. O fio que me liga à vida, liga-me também a outras coisas importantes e de muito valor que eu não dispenso.

Esse fio dá-me a liberdade para estar na vida e vivê-la, se fosse um grosso cabo, daqueles que usam os que pensam ter bem agarrada a sua vida, porventura não teria tanto espaço para me movimentar na vida que quero viver. Claro que tendo a vida presa por um fio, vou ter muito mais cuidado com as “tesouras” que de mim se aproximam.

 

Ps.  Para que conste:

O cerco à fragilidade continua.

 

 

 

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