sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Cercas

Prisioneiro nas grilhetas por mim forjadas

Na escuridão das trevas que teimo em criar

Ao aperto do coração por decisões tomadas

No caminho não feito por não avançar

Fossos e valas são separação

Que se enroscam na alma prisioneira

Torturam e ferem pela distância

Tolhendo a vida razão primeira

De coração algemado no aperto do peito

Num labirinto de paredes por escalar

Encerro-me em clausura abafando o grito

Duma revolta que faz por ficar

Se derrubar os muros por mim erigidos

As barreiras que impedem um bom viver

Vou firmando raízes no solo que sou

Na resistência à tempestade que faz doer

Mas hei-de soltar-me mesmo em ferida

Abrir as portadas para a luz entrar

Respirar fundo oxigenar a vida

Despir-me das lamúrias e continuar.

 

 

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