sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Viver é isto?

Sempre os mesmos gestos
As mesmas palavras
As mesmas coisas repetidas
Viver para arrancar a vida à morte
A monotonia é a forma
Remoer o tempo em trevas e solidão
A rotina
De novo, nada se passa
Enferrujam os hábitos lentamente acumulados
A vida é fictícia
As palavras perderam a realidade
Construímos paralelamente uma falsa vida
Que defendemos desesperadamente
Continuamos a matar o tempo
Mesmo que daqui se veja a vida toda
Vivemos de detalhes e manias que nos vão sustentando
Vivemos a representar
Quando presente num funeral lembro a morte
Mas depressa desvio o olhar
E entro de novo na vida comezinha
Como pesa a vida
Reduzimos a vida a uma insignificância
E continuamos a não viver dom maravilhoso
O fantástico dom da vida.

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