O cerco está montado
Em torno da fragilidade
A resignação acontece
Submetendo-se ao outro
Mesmo contra vontade.
Se não gostasse de usar gravata
O seu uso por imposição
Me faria asfixiar
Estou frágil mas não derrotado
Conseguindo ainda dizer não
A cercos que me querem montar.
Por trás de cada palavra
Está uma refleção profunda
Posso ficar pela metade
Não dizendo toda a verdade
Deixando a realidade menos imunda.
Só considero o alternativo
Se um primeiro plano falhar
Alternativo deixa de ser
Quando é uma intrusão
Com o decorrer do primeiro
Sem o seu resultado esperar.
No seu cavalo cansado
Vai atravessando o deserto
O cavaleiro ferido de morte
Os abutres voam mais perto
Aparecem de todo o lado
Imagina-se do cavaleiro a sorte.
Num imaginário delírio
Onde as vítimas passam a réus
Os abutres parecem deus
E os catos de espinhos afiados
Surgem como fofo colchão
Onde a vítima se deixa cair
Sem conseguir de lá sair
Esperando a salvação.
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