quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Descobrir caminho

 

 

 

Depois de entrar

Difícil é encontrar a saída

A gruta é negra

Labiríntico o caminho

Melhor é parar 

Tentar a saída pela aragem fresca

Se a sentir.

Cansei dos fortes vendavais de sangue

Do enxurro caudaloso das lágrimas

Do viver encostado às paredes da tempestade

De perder-me a olhar

Olhar sem ver

Que a vida é o meu mar

Um mar não só de água feito

Também é vida

Vida que acaba

Quando é crematório sem fogo

Quando as cinzas são as fundas areias

E eu que nunca aprendi a nadar

Nunca quis

Nadar

Em águas impostas

Em falsas apostas

Que não faço porque no meu abrigo

Na gruta

De tão escura

Nunca iria ver os dados.

 

 

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