sábado, 8 de janeiro de 2022

Há dias frios

 

Abrigado na casa onde moro

Olho pelos vidros a tarde cinzenta de janeiro

A chuva que escorre pelos vidros

Lembra as vidas que fogem de mansinho mesmo ficando

As grossas gotas abrem sulcos que tardam em cicatrizar

A ausência da habitual chinfrineira da passarada

Soa no meu ouvido fruto de um querer só imaginado

A caminhada matinal não conseguida

Causa dor na sola dos pés

A ausência das gargalhadas infantis

Fazem frio mesmo que de abafos protegido

Serão isto necessidades?

Fará esta imagem mossa em alguém?

Eu sinto falta do “Sol” que gera alegria

Não convivo bem com o “Tempo” triste

Mas tenho plena consciência

Que cada vez são menos os que se interessam

Por quem se interessa por pequenas coisas.

 

 

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