sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Agosto era o tempo

 

 

Por esta altura já era tempo

De calendarizar o tempo

Na distribuição de tarefas

Do tempo que se ia passar

Onde o tempo passava num são convívio

E mesmo com horas marcadas o tempo fluía alegremente sem pressas

Era o frenesim da preparação

A preocupação de levar só o indispensável

O rever vezes sem conta, as listas do estritamente necessário

E eu parecia mais um no meio deles

A espera do dia como quem vai para uma festa (e era uma festa)

O tempo de montagem era de um cansaço alegre

Até ter os mínimos para ficar longe dos tumultos quotidianos

E repousar a cabeça num templo verde

Com um céu pintado de estrelas

E achar-me “perdido” na Natureza, e ouvi-la sussurrar.

Pára, não corras! Aprende comigo … e continua;

Todos temos momentos febris em que a exaltação se apodera de nós:

Então gritamos, corremos, pulamos como doidos, construímos, numa louca atividade descompassada, numa febre de realizar os impossíveis!

Mas agora não, não corras!

Repara que eu própria me aquieto e quase não respiro.

Para que tu fiques bem

Goza a plenos pulmões a calma que te dou: o sossego é prenda rara que importa não perder!

Domina-te. Domina-te e contempla-me!

Que saudades de alguns dias em Agosto.

Convívio. Reflexão. Partilha de tudo, até de sentimentos.

No abraço da tua voz …

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