O que faz comunidade é o Batismo em Cristo Jesus.
O
que une a comunidade é o empenho, a busca, a determinação, o querer fazer
nossos os sentimentos de Cristo Jesus, de quem fomos revestidos.
Assim, ter simpatia por esse ou aquele movimento, participar desse ou daquele grupo, sentir-se mais ou menos identificado com esse ou aquele serviço, ter ou não ter estudos, estar investido deste ou daquele ministério, o estar ligado mais ou menos na vida quotidiana da comunidade, devia fazer sentirmo-nos como parte de um todo, que é a Paróquia.
O que verdadeiramente importa é o testemunho do compromisso que damos (ou não), e que provém da fé assumida no Batismo, que cada um tem na comunidade em que se insere. Esse empenho não é atual ou antigo, nem ultrapassado ou moderno, conservador ou progressista: Ele é sempre novo, pois devia ser sempre desejo e determinação de renascer em “Espírito e Verdade”, hoje mais que nunca.
A dimensão comunitária da fé cristã, ao longo da
história, expressou-se sempre de diferentes modos. Hoje, lugar privilegiado de
expressão da fé cristã são as Paróquias. Elas continuam a ser o lugar
significativo onde o cristianismo se torna visível.
Ali os batizados encontram-se na celebração dos mistérios da salvação, exercitam-se na caridade e anunciam o que creem, e festejam juntos essa alegria. Portanto, a comunidade cristã caracteriza-se pela comunhão dos batizados que formam uma Paróquia, e vivem essa característica. Nenhuma comunidade cristã, nenhuma Paróquia é uma ilha! Também não é um ‘gueto’ ou espaço de ‘privilegiados’. Ela é lugar de vida, que deve ser vivida, manifestada e festejada.
Vem esta reflexão a propósito do primeiro Domingo de Julho, este ano de 2020, o dia 5.
Se não estivesse-mos a viver este tempo “espacial”, devia ter acontecido o convívio paroquial São Félix/ Serzedo.
Se o tempo não fosse de pandemia teria acontecido?
Se calhar não. O vírus há muito se minha manifestando. De ano para ano a participação ia diminuindo. Havia grupos de pessoas que já se resguardavam e não se queriam contaminar, (por serem grupos de risco) e foram riscando da agenda do dia do ajuntamento.
Nos últimos anos não era exigida a distância social, mas essa distância começou a notar-se, talvez adivinhando o tempo que hoje estamos a viver, porque ouve sempre gente que vê muito ao longe.
A máscara também era dispensável, mas muitos já a usavam e ficavam por outros afazeres, porque o vírus atacava grupos e famílias completas.
O vírus na altura não era o COVID, eram outros que ainda hoje são perigosos. O CAFICO, o CAMEQUERO, o VAITU etc.
Não havia confinamento e os vírus alastraram-se.
O comodismo, o desinteresse, o não relacionamento, e outros malesinhos ruins, (que nem é bom dizer debaixo de telha)
Neste tempo que nos condiciona em muito, a nossa gente tem muita saudade de ir à bola, ao café/restaurante, à praia, não se fazem as costumeiras festas, as peregrinações/procissões, e os lamentos são muitos e de vários quadrantes. Do agendado há vários anos para o primeiro Domingo de Julho, nem um só lamento ouvi. Nem um pio, néria, nada.
Acredito que a meia dúzia de valentes que sempre estão na frente de combate, não se negariam (ou negarão) a esforços para que o convívio Paroquial possa acontecer, porque senão. (eu sou testemunha de como eram vividos os convívios paroquias).
Pobre convívio que morres e és enterrado sem velório, e sem uma palavra de lamento.
Pobre Paróquia. Eu lamento.
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