segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ai que saudades

Nunca mais temos eleições
Já tenho saudades de ouvir a prosápia dos políticos, suas ideias e promessas. Estes últimos tempos têm sido de uma monotonia que até enjoa, fazem muita falta os políticos e só agora é que lhes começo a dar valor.
Nos jornais é sempre a mesma coisa: (fulano matou a namorada porque esta não o deixou sair com a amiga, os suspeitos do assalto à lavandaria foram postos em liberdade porque não se provou o roubo do detergente) e andamos nós para aqui a ler e a ouvir estas coisas enquanto não nos permitem ouvir os nossos fantásticos políticos. Vejo sempre as notícias na televisão, ouço o PM, mas sinto saudades dos políticos. Ouço os dirigentes dos outros partidos que não do governo, mas não ouço nada de inovador, andam todos preocupados com merdices sem importância, tentando, e às vezes conseguindo adormecer o “Zé”, que se entretém com o «Elo mais Fraco» enquanto vai comendo «Morangos com açúcar» a passar os olhos pelo «Remédio Santo» e acaba na «casa dos Segredos».
Que saudades que eu tenho da alegria do Natal, do fumo da lareira e do calor do coração, das pessoas da família (ou não) que se reuniam por amor e amizade não por conveniência social e hipócrita.
Que saudades eu tenho dos risos francos e abertos desta quadra, em vez da balofa brejeirice de algumas mensagens de telemóvel.
Que saudades eu tenho do meu tempo de escola em que ia sem sapatos nos pés, mas trazia algo na cabeça e dentro do peito, o saber adquirido e o reconhecimento respeitoso por aqueles que tinham como vocação ensinar.
Que saudades que eu tenho das poucas coisas que se tinham, em que se era obrigado a fazer valorosos sacrifícios para se ser algo, e não este tudo ter de mão beijada que só cria “mimalhos igoistas”
que um dia num lugar de poder são as bestas que tratam tudo e todos como se fossemos animais .
Que saudades eu tenho de homens e mulheres inteligentes, que se regiam por sérios valores morais, em vez dos actuais “chicos espertos” que se arvoram em donos do mundo. Contudo não sou vencido pela nostálgica tristeza, porque no meu interior uma alegre esperança floresce, e a luz já despontou, o sol há-de sempre brilhar por detrás da fumaça que fazem os canhões e da poeira das explosões, e o bem há-de vencer contra toda a adversidade, porque Àquele que em tudo manda nem a morte O vence.

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