domingo, 4 de dezembro de 2011

A força do vento

Para me levantar o pouco cabelo
Nem precisavas de tanta força.
Pouco vou à praia
Mas se tu vento me apanhas à beira mar…
Grande poder de persuasão
Mas há quem te não tema ó vento
A prova está nos corpos expostos ao sol
Coragem que desafia a tua presença incómoda
Nem ao domingo mesmo que de casaco
Posso passear na praia
Já pela manhã foi obrigado a retroceder
Não pelo vento no mar
Mas pelo mar de gente em busca de azeite
E que falta que ele faz para quem quer voltar às lamparinas
Em tempos de crise e de energia nada acessível
Faça-se uma promoção e eis o povo em magotes
Filas desde as seis para uma porta aberta às nove
Quinze minutos de espera é muito se for no médico
Como a espera é para o azeite o tempo não conta
Escorrega melhor e três horas passam logo
Basta uma promoção e um vento que nos empurre
A direção do vento é que impele sempre para a costa
A nascente ninguém se encosta
E se o vento sopra do mar há que resistir
Mesmo com os cabelos no ar
Porque para me levantares o cabelo
Nem precisavas de tanta força.

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