domingo, 3 de abril de 2022

Viajando parado

 

 

E quando só

Na penumbra por mim gerada

Saem dos meus lábios pedaços de poesia

Numa prece de louvor e graças

Meus pensamentos vencem a noite

Atravessando os pântanos em que me atolei

Enfrentando os perigos continuo-o a viagem

De quando em quando a paragem é necessária

Aí espreito por cima do muro

Da minha debilidade física

E dou de frente com esse mundo impessoal

Que vocifera tagarelice desconexa

Tornando a brisa em forte rajada

Quase derrubando a isolada árvore

Desprotegida no descampado

E a ave que poisava num ramo

Lança-se em desenfreado voo sem rumo.

 

 

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