segunda-feira, 18 de abril de 2022

Pela doença marcado

 

Senta-te a um cantinho

Não estorves

Sai do sol

Tem cuidado com o frio

Não faças esforços

Não faças loucuras

Ainda estás fraco.

Pois…

Como se me esquecesse do que tenho

(Como se me esquecesse do que não tenho)

Como se precisasse de despertador

Quem vive sempre acordado

Um passo em falso

Nem precisa ser

Desequilíbrio

Mesmo que não aconteça…

Cuidado não caias

É melhor descansares

Descansar sem estar cansado

Cansar nada fazendo

A não ser… viver e esperar

Esperar e ouvir

Daqui, dali e dacolá

Ouvir sempre, porque… Quem avisa amigo é

Por vezes os amigos nem avisam

Às vezes os avisos não são amigos.

O bom aspecto de agora, falado como circunstância

Deve contrastar com o de facínora de antes

Como se alguém fosse culpado de ser apanhado

Por esta doença

Doença da moda

Doença de merda

Que nos põe na espinha em dois tempos

Que em dois tempos nos verga pela espinha

Até ficarmos hirtos

Direitos de mãos cruzadas

Com um terço entre elas

Como se algum dia nos tivéssemos metido nessas contas

Nas contas do terço

E nessa altura

Nem um terço das contas feitas nos resolve o problema

Se é que a morte o é um problema

Senta-te a um cantinho

Não estorves

Sai do sol.

 

 

 

 

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