sexta-feira, 19 de junho de 2020

De cócoras, não

É tanta a algazarra, tanta balbúrdia e porcaria, que sou tentado a calar-me, escrever pouco e dizer nada.
É tanta asneira, tanta trapalhada e bacoquice, que se as forças me permitissem andaria muitas vezes à estalada e ao murro, com a arrogância e despotismo que comigo se cruza.
Que tristeza, que miséria.
Razão tinha o meu pai, (Zé do Agostinho) quando se insurgia sobre a pouca vergonha que ia acontecendo, e praguejando desabafava.
A minha mãe na tentativa gorada de o acalmar dizia:
 - Ó homem deixa lá, o mundo agora é assim; ao que ele ainda mais irado ripostava:
- O mundo o caralho, as pessoas que estão no mundo é que são uma merda.
De facto, ao que isto chegou que miséria.
Hoje só se dá valor ao que não presta.
Tanta gente preocupada com os comentadores políticos que aparecem na TV, com os penaltis que se não marcam, com os desfechos das telenovelas, os números do COVIDE etc.
Enquanto isso o descalabro grassa a rodos.
Famílias desmembradas, empresas falidas, a sociedade completamente mutilada, a implantação suicida da prepotência, de quem se julga sempre mais que o outro, sempre querendo ser o primeiro na posse do poder, e nada mais faz senão trampa, que os outros, aqueles que não têm onde se abrigar, sempre apanham com a dita.
Fugir?
Se calhar não.
Vergar-se qual lacaio submisso?
Nem pensar.
Então que fazer?
Lutar, empenhar-se sempre, remar mesmo contra a corrente.
Não deixemos aprisionar a nossa inteligência, não nos deixemos manietar.
Vamo-nos deixar subjugar por um qualquer badameco menino “queque” que se diz doutor?
Façamos o que devemos, cada um naquilo que é capaz, não esperemos que o outro venha fazer o que deve ser feito por nós.
No ambiente em que estamos inseridos empenhemo-nos a sério mostrando de que massa somos feitos, e os resultados falarão por nós, porque senão, por tanto abdicarmos ainda nos lixamos.
Sim, porque o ditado popular diz que:
“Quanto mais nos baixamos, mas se nos vê o cu.”
E de cócoras só quando o assento é inexistente.
Estamos feitos.

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