Quando me olho no espelho
Ele sempre mostra
O sorriso ou a lágrima a ruga ou outro sinal
Repudiá-lo era a vontade
Mas o espelho não engana
É fiel
Para o bem e para o mal
Olhar o espelho sem luz
Querendo fugir à verdade
É recusar a cruz por teimosia ou vaidade
Olhar-me no espelho
E ver o outro eu
É despir-me do entulho e por a vida ao léu
Na nudez da minha vida
Experimentar nela viver
Encontro sempre guarida na aridez que vier
Se na cara mostras a alma
Ainda que de ti fuja
Enganas com linda face o lixo da alma suja
Brilha não fiques baço
Refelete como dever teu
Ainda que apertes o laço
Não me enganes espelho meu…
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