quarta-feira, 13 de junho de 2012

Umas carnes a menos

 Desde que entrei numa dieta forçada, em que posso comer de tudo, mas nada me apetece, começo a repensar a dureza dos meus assentos cá por casa.
Não fora este tempo menos propício a gastos, e teria que fazer um investimento no estofo dos meus bancos. Já pensei até em recorrer à Troika, visto que essa senhora tem acudido à reforma do estofo de alguns bancos mais duros, mas tirei daí a ideia porque os meus bancos não têm cotação bolsista, por isso a forma mais eficaz è começar a recrear as carnes que me foram deixando, e tornaram menos confortável o meu sentar.
Nunca tinha feito a relação entre a carne com o sono, mas hoje constato que com menos recheio o meu cu adormece rapidamente.
Este facto vem deitar por terra, aquilo que sempre foi minha convicção.
A minha teoria era a de que a obesidade, seria a causadora de muito adormecimento e inércia. Puro engano. Hoje sou forçado a convencer-me do contrário pelo que vou vendo e sentindo.
“Magreza de ideias; mentes adormecidas.
Investimentos magros; empresas sem movimento.
Magreza na bolsa do Zé; comercio a dormitar.
País esquelético; povo a dormir.”
 Há quanto tempo se anunciava o desaparecimento das vacas gordas, vieram as vacas magras que mesmo assim possibilitaram o engordar de alguns “machos,” e esses não andam a dormir, por isso tudo fazem para deixar à vista os ossos da ralé e mantê-la adormecida.
Quando nos tiram as carnes, até o cu se nos adormece.

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