Um destes dias, ao ver-me ao espelho fiquei impressionado
Verifiquei o quanto sou parecido com o meu pai
Observando as feições que o espelho me mostra
Vi o homem que tive na minha frente
Quando era rapaz mais novo
O homem que admirava, criticava, amava e temia
Fiz um grande esforço para descortinar
O meu “eu” no rosto daquela pessoa
E então muitas perguntas surgiram
Quem era, quem fui ou sou enquanto filho desse homem
Ao ver-me ao espelho concluí que todas as diferenças
De que fui tendo consciência ao longo da vida
Eram muito pequenas em comparação com as semelhanças
Dei conta com surpresa de que era
Herdeiro e sucessor, as vezes admirado
Outras vezes temido, louvado e incompreendido pelos outros
Tal como o meu pai o foi por mim.
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