De andarilho, de caminheiro e de peregrino, de todos temos um pedaço.
Em todas as condições damos passos,
mas como podem estar distantes os nossos passos!
O andarilho, sempre o vemos na estrada, dia e noite na estrada.
O andarilho não sabe por que caminha, como caminha, nem para onde caminha.
Vai perdido. Os passos repetem-se sem sentido e sem direção.
Vive na estrada para fugir de si mesmo e dos outros.
É movido pela angústia, pela rejeição, pela ausência, por conflitos.
O caminheiro acredita nas suas forças e na descoberta de novos caminhos.
Faz do caminho uma conquista pessoal.
Abre para si mesmo um caminho que espera seja melhor.
«Caminhante não há caminho, o caminho faz-se ao caminhar.»
Facilmente o desânimo atravessa o caminho do caminheiro e tira-o do caminho.
O peregrino sabe que o caminho lhe é dado por uma liberdade maior.
Por isso, veste-se de humildade, deixa-se guiar,
despe-se de si mesmo para encontrar um ser maior.
O peregrino vai ao encontro da fonte, da luz, da paz, deixa-se encantar e conquistar.
Existe alguém maravilhoso, algum bem, que quer descobrir, encontrar.
Esse amor que o seduz pode constituir o princípio, o meio e o fim da sua vida.
Assim é a experiência mística cristã: funda a nossa vida desde o princípio até ao fim.
Acreditar na paz, neste tempo armado, é ser peregrino.
Sem comentários:
Enviar um comentário