sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Sonho ou pesadelo
O mar estava longe, a areia desaparecia da minha vista, o peixe aparecia à tona parecendo dançar ao sabor das ondas.
A água era límpida, a bandeira azul já era vermelha, o que impedia o banho mas era substituído pelo espétaculo do bailar das águas.
E eu qual Pedro (enquanto se manteve a fé) caminhava sobre o mar ao encontro de algo que não sabia o quê, no sonho, mas que eu acordado sabia bem o que era.
Desapareceu o mar e apareceu um grande túnel, escuro como Breu.
Fui avançando aos tropeções cambaleando como um bêbado em último grau.
Pelo caminho era agarrado por fortes braços que tentavam impedir a minha progressão, mas a custo ia avançando. Chegado a um ponto que já me permitia ver o fundo do túnel, vislumbrava figuras horrendas que chamavam por mim a todo os pulmões, e com as bocas escancaradas não faziam prever nada de bom, não sabia se me queriam comer, ou se já me tinham comido e abriam as mandíbulas na mastigação. Tateei o rosto, o tronco e os membros, e pude constatar que ainda não era a mim que comiam, mas já tinham apanhado algum incauto esses filhos da noite.
Como o medo não me tolhe nem em sonhos, avanço até à saída do escuro túnel e para surpresa minha as escabrosas figuras tinham desaparecido, dando lugar a um oásis silencioso, onde pude dormir tranquilo até sentir um ligeiro abanão e um sussurro que me diz: Zé, levanta-te são horas.
Horas de quê? De acabar com o pesadelo e entrar no sonho, ou terminar de sonhar e entrar no pesadelo?
Certo é que para ter belos sonhos nem precisamos estar nos braços de Morfeu, mas para enfrentar todos os pesadelos que nos assolam, aí sim temos de estar alerta, escancarar o pestanório, e ter todos os sentidos em ação.
Acreditando plenamente no que diz o poeta, «o sonho comanda a vida», vamos vivendo no sonho, de mudança daqueles que só nos criam pesadelos mesmo connosco acordados, fazendo-nos crer que são sonhos pensando que andamos o dormir.
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Ainda aguentou um dia! Mas depois a caneta teve mais força que as pernas. Já tinha saudades! E é com orgulho que subscrevo que "o sonho comanda a vida", mesmo que, às vezes seja preciso segui-lo sozinho.
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