Escrevo do lado invisível da imaginação
Nas sombras da noite de baça luz
Na parede por dentro da escrita
Ergo o candeeiro à altura dos olhos
E vejo os pés descalços que correm
Atrás da vida que sempre lhes foge
Por entre os dedos de grossos calos.
Como a paveia da erva atrás do segador
Ficam também aqueles que morrem
Sem nunca terem provado o pão que semearam
Imaginai o que nunca tivestes nas mãos
Além das alfaias do trabalho escravo
Correi pois atrás do merecedor sonho
Desta ceifa terrestre que vos ceifa a vida
E que viver vos parece castigo
Porque viver é mais que aquilo
Que na vida vos é concedido.
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