terça-feira, 29 de outubro de 2024

As cinzas da vida

 

 

Na mitologia grega a Fénix era uma ave que ao fim de uns tempos entrava em combustão, mas que renascia das próprias cinzas, e poderia existir durante milhares e milhares de anos.

Isso deveria acontecer também àquilo que reduzimos a cinza e guardamos, mas não: porque essas cinzas só duram o tempo que aprouver a quem as guardou.

Esta introdução vem a propósito daquilo que ouvi numa argumentação, entre duas pessoas, aquando do velório de um familiar.

Dizia um dos senhores com ar de quem sabe e domina a matéria.

 

- “Tens de concordar comigo. Primeiro porque a cremação é uma forma muito mais higiénica, no que diz respeito ao ambiente. Segundo porque evita a preocupação de andar a correr para o cemitério. Terceiro, as cinzas guardam-se num qualquer frasco, e duram toda a vida.” (fim de citação)

 

Pois… as cinzas de um morto duram toda a vida. Pelo menos a vida de quem as guarda até que alguém o queime também.

As cinzas do meu pai, da minha mãe, esposa ou filhos num recipiente fechadas, duram uma vida. E aí sim, é que é uma vida de categoria e sossegada. Não comem nem bebem, não precisam de cuidados de qualquer espécie, não reivindicam qualquer direito; impecável!

Volto à introdução.

Se essas cinzas entrassem em combustão como as cinzas da Fénix e voltassem à vida,

o sábio da argumentação familiar do defunto, arrepender-se-ia e gritaria…

Merda, mais valia tê-lo sepultado.

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Às "Rosas" que nos dão vida

 

 

Quando o mundo vive a correr

Há ainda quem saiba fazer

Do seu tempo constante partilha.

Mobilizar é o lema

É mote, divisa é tema

Que desagua em alegria.

 

A vida é melhor com amigos

E alguns são-nos tão queridos

Que jamais se vão esquecer.

De Rosa, Azul ou Amarelo

A luta não tem paralelo

Para quem dela faz seu viver.

 

Graças pela entrega e comunhão

Que motiva a recuperação

De quem ri da própria dor.

E não cessa de reconhecer

Que faz parte do seu viver

A Oncologia como Causa Maior.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Santos com nome

 

 

O dia de Todos os Santos está à porta.

Porque há mais santos que aqueles que conheço, nem de todos sou amigo.

Entre os amigos que são de nome Santos, alguns já me têm ajudado em certas aflições. Nunca fiz promessas aos santos, mas sei ser pela sua intercessão, ajudado junto do maior Santo, o Pai.

Quando era jovem, gostava muito do São João, proporcionava-me uma noitada, e muita farra. Não conhecia bem a vida do santo, mas em seu nome sei o que vivia.

Com o São Pedro já era diferente, ainda em criança sabia ser o sucessor de Jesus Cristo, diziam-me ser ele o dono das chaves. (certa ocasião em que perdi a chave de casa, rezei tanto a São Pedro mas de pouco valeu, e tive de chamar um serralheiro.) Dizem também que ele tem influência nas condições do tempo que faz, mas com tantas ocupações deve andar um pouco atrapalhado e baralhar-se.

Vou continuar a respeitar todos os Santos, até porque agora chegou um que vou conhecendo, conforme ele se vá querendo dar a conhecer.

Espero ser merecedor da sua amizade, mediante a minha amizade e respeito. Já vi que ele não tem mãos a medir, com tantas solicitações de um lado e de outro. Mas tenho muita esperança que ele consiga trabalhar sem se deixar apanhar nas ratoeiras das falsas promessas. Estes são os meus votos, para um bom serviço Paroquial, amigo Pe Santiago.

sábado, 19 de outubro de 2024

Preciso Ter-te

 

 

Olhar-te é ver a luz

Serenidade que me seduz

Alento que me anima

Sentimento que germina

 

Em agreste terreno sofrido

De pedras e espinhos pejado

Que procura em todo o lado

Teu olhar apaziguador

Que me olha com amor

 

Não merecendo essa graça

Em ti tenho o dia que me abraça

E a noite que me beija

O caminho que me conduz

Porque olhar-te é ver a luz.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Um dia mais

 

 

Quando de manhã cedinho, abro a minha janela virada a nascente, agradecendo a Deus por mais um dia, olho a limpidez do céu, que me lembra uma planície acetinada.

Fico a namorar a aparição do sol, e a maravilha dos primeiros clarões de topázio que douram a orla do horizonte.

Esta maravilha inspira a passarada nas suas canções.

A alma parece impregnar-se duma luz fraterna que se vai estendendo a toda a natureza, com o mesmo carinho e a mesma amplitude.

Fico a pensar que esse abraço de luz divina, devia levar o mundo à solidariedade, e, à compreensão daquela máxima sublime de Jesus:

“Amai-vos uns aos outros”.

Admirando o quanto de belo me rodeia, fica mais robustecida a minha convicção, de que as leis da felicidade são tão confortáveis como simples de seguir.