Alguém
que não me via há muito tempo, disse-me:
“Até
pensei que ias ficar para sempre com aquele ar vaidoso de quem pensa ser sempre
jovem”.
Puro
engano: nunca me senti vaidoso pela minha aparência, e tenho plena consciência
que nada é eterno, nem a juventude, mas sinto-me muito bem por aquilo que sou e
faço, sendo jovem ou não.
O
tempo que mediou entre aquilo que era é o que sou, não foi muito bom, mas hoje
sinto-me muito bem, e aceito-me tal como sou... mais rugas mais falhas de cabelo,
mas a mesma maneira de ser e a mesma cabeça.
Gostar
de nós mesmos é o caminho para uma vivência sadia, em que enfrentar de peito
aberto os problemas que nos surgem é o lema.
Assim
é o meu.
Os
anos passam por mim como por todos os outros, só que para alguns cada ano tem
700 dias, para mim o ano é o normal, com mais um dia de 4 em 4 anos, mas vou vivendo
um dia de cada vez e procurando não me deixar ultrapassar pelos acontecimentos.
Mudar
de fisionomia não é mudar de cara, por isso usarei a mesma postura até que o tempo
de vida me permita.
Acreditem
que não me custou muito mudar de aparência, por certo me custaria mais mudar de
casa, mudar de mulher, de religião, ou mudar de emprego. Mudar de clube, no pé
em que as coisas estão, se calhar já não me custaria tanto, já de política
também não mudo facilmente.
Já
mudei muitas vezes o meu sentido de voto, pelo desejo de mudança, mas a minha
política continua no sentido de querer o melhor para aqueles estão cada vez pior.
Para
melhor muda-se sempre (diz o povo) mas para pior já basta assim.
Porque
o carnaval já lá vai, deixei a «máscara» de rapaz novo para adquirir o aspeto
de homem com careca, mais calmo e maduro que é o meu desejo atual.
Pena
é que nem todos abdiquem do disfarce que usam normalmente e se sirvam dele para
enganar os incautos que se deixam apanhar nas suas teias.
A
frase “mente sã em corpo são” já era, porque o corpo já não é tão são assim,
mas a mente, enquanto ela assim mo permitir... ó meninos vão ter que me aturar “até
que a voz me doa”.