domingo, 30 de junho de 2024

Amor semeado

 

 

Hoje quero dizer-te

Que amanhã te quero ter

Com o amor que sempre tive

Num passado a não esquecer

 

Anda caminha a meu lado

Sê o amparo desejado

Na luta que encetamos

A forma como fazemos

Diz a vida que vivemos

O amor que temos e damos

 

Acreditar e agir

Poder estar e servir

Semeando sempre este lema

Diz como se deve amar

E sem precisar rimar

Fazer da vida um poema.

 

sábado, 29 de junho de 2024

Na procura de um local limpo

 

 

Um sítio limpo

Queria encontrar e não consigo

Para viver

Longe da poeira da verborreia constante

Do lixo tóxico de balofas opiniões

Da porcaria das certezas sobre tudo

Do esgoto que é o novo-riquismo

Da lama difamatória

Um sítio limpo

Que vou continuar a procurar

Tentando não pisar tudo

Para viver sem me contaminar

Sabendo não ser fácil

Porque só são três

As divisões na reciclagem.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Tenho cancro sim. E agora?

 

 

Não deixo de ser quem era

Os dias nem sempre são primavera

Mas o inverno é também estação

E fazer um favor a mim mesmo

É não desistir de sorrir e viver

O sofrimento destrói se eu deixar

Por isso eu próprio vou encontrar

As armas para o enfrentar

Os outros até podem chorar por mim

Mas superar é minha tarefa

Sou vulnerável mais do que julgava

Não chegando isso a ser mau

Sendo vulnerável sou mais flexível

Capaz de me adaptar

Essa a minha verdadeira força

Lutar e sempre avançar sorrindo

Agradecendo o dom concedido

E enquanto me for permitido

Viver uma plena vida vivida.

“Tenho cancro. E agora?”

terça-feira, 18 de junho de 2024

Há mudancças que são inevitáveis

 

 

Alguém que não me via há muito tempo, disse-me:

“Até pensei que ias ficar para sempre com aquele ar vaidoso de quem pensa ser sempre jovem”.

Puro engano: nunca me senti vaidoso pela minha aparência, e tenho plena consciência que nada é eterno, nem a juventude, mas sinto-me muito bem por aquilo que sou e faço, sendo jovem ou não.

O tempo que mediou entre aquilo que era é o que sou, não foi muito bom, mas hoje sinto-me muito bem, e aceito-me tal como sou... mais rugas mais falhas de cabelo, mas a mesma maneira de ser e a mesma cabeça.

Gostar de nós mesmos é o caminho para uma vivência sadia, em que enfrentar de peito aberto os problemas que nos surgem é o lema.

Assim é o meu.

Os anos passam por mim como por todos os outros, só que para alguns cada ano tem 700 dias, para mim o ano é o normal, com mais um dia de 4 em 4 anos, mas vou vivendo um dia de cada vez e procurando não me deixar ultrapassar pelos acontecimentos.

Mudar de fisionomia não é mudar de cara, por isso usarei a mesma postura até que o tempo de vida me permita.

Acreditem que não me custou muito mudar de aparência, por certo me custaria mais mudar de casa, mudar de mulher, de religião, ou mudar de emprego. Mudar de clube, no pé em que as coisas estão, se calhar já não me custaria tanto, já de política também não mudo facilmente.

Já mudei muitas vezes o meu sentido de voto, pelo desejo de mudança, mas a minha política continua no sentido de querer o melhor para aqueles estão cada vez pior.

Para melhor muda-se sempre (diz o povo) mas para pior já basta assim.

Porque o carnaval já lá vai, deixei a «máscara» de rapaz novo para adquirir o aspeto de homem com careca, mais calmo e maduro que é o meu desejo atual.

Pena é que nem todos abdiquem do disfarce que usam normalmente e se sirvam dele para enganar os incautos que se deixam apanhar nas suas teias.

A frase “mente sã em corpo são” já era, porque o corpo já não é tão são assim, mas a mente, enquanto ela assim mo permitir... ó meninos vão ter que me aturar “até que a voz me doa”.

 

sábado, 15 de junho de 2024

Cada problema sua solução

 

 

Todo o problema tem o seu fim

Se a solução dependesse de mim

Por certo algo faria

Seria o melhor? Se calhar não

Mas por tentar a solução

Por certo não ficaria.

 

Os problemas cozinhar

Deixa-los a marinar

E não os tentar resolver

É dispêndio de energia

Se deixados para outro dia

Azedam sem se comer.

 

Enfrentar mesmo que custe

É resistir ao embuste

De a si próprio enganar

Quero crer melhor seria

E a dor que sentiria

Mais leve se iria tornar.