quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Viver é isto?

 

 

Sempre os mesmos gestos

As mesmas palavras

As mesmas coisas repetidas

Viver para arrancar a vida à morte

A monotonia é a forma

Remoer o tempo em trevas e solidão

A rotina

De novo, nada se passa

Enferrujam os hábitos lentamente acumulados

A vida é fictícia

As palavras perderam a realidade

Construímos paralelamente uma falsa vida

Que defendemos desesperadamente

Continuamos a matar o tempo

Mesmo que daqui se veja a vida toda

Vivemos de detalhes e manias que nos vão sustentando

Vivemos a representar

Quando presente num funeral lembro a morte

Mas depressa desvio o olhar

E entro de novo na vida comezinha

Como pesa a vida

Reduzimos a vida a uma insignificância

E continuamos a não viver dom maravilhoso

O fantástico dom da vida.

 

 

 

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