sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A força da fragilidade consciente

Os ramos da existência
São agitados por fortes ventos
Oscila perigosamente
A árvore que me fiz
As raízes fragilizadas cedem
As folhas que caiem
Choram pisadas pelo tempo
A intempérie acampou em mim
Buscando a guarida que não sou
Meu corpo é permeável tenda
Que pouco abriga
Só no meu querer ainda mora
Uma réstia de alento protetor
Que calo assustadoramente
Num ruído que enlouquece
O aroma a fogo queima o pensamento
O negro do céu é fumo pestilento
O ar inalado chamusca a alma
Abrasando as entranhas
Desta árvore que vai sendo carcomida
Sempre em busca de se firmar
Ao que a pode manter de pé

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