sábado, 17 de outubro de 2015

Por sentir

Não é frio aquilo que sinto
A temperatura nem molesta
E o calor é suportável
Porque o sol não atesta
Sinto é um tremor constante
Uma angustia moderada
Sinto falta do que não posso
Um vazio de quase nada
Avanço mas sinto a paragem
Se não penso o meu caminho
Na massa em que fui amassado
O fermento teve outro destino
Minha sede não é de água
Nem de pão a minha fome
Preciso beber do amor
E do bem que não se come
A alegria é moderada
Pela tristeza reinante
Do faz de conta que faz
Que se faz a cada instante
Sinto o peso que não pego
Olhando os corpos curvados
De quem ousa ombrear
Pegando pesados fardos
A virtude de quem é fraco
É fraqueza nunca ter
Quando precisa da força
De mostrar o seu poder
Se por dizer a verdade
Alguns acham que minto
Tremo sem ser de receio
Mas não é frio que sinto.

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